A Caverna Mágica
Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia:
"Entre e conheça as riquezas que você nunca viu, apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal..."
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, colocou a criança em local no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente: -"Você agora, só tem cinco minutos."
E disse a voz: "- Vamos, apresse-se mas não esqueça do mais importante."Ela naquela ansiedade observou uma coroa em cima da pilha de tesouro. ela fez um último esforço, subiu e pegou a coroa de diamantes.
Esgotados os cinco minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou... Lembrou-se, então, que a criança lá ficara e a porta estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, sempre...
O mesmo acontece, por vezes, conosco. Temos uma vida para viver neste mundo, e uma voz sempre nos adverte: "Não se esqueça do principal!" E o principal são os valores espirituais, a vida, as amizades, o amor! Mas a ganância pela riqueza, as aparências, os apelos e prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado...
Assim, esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial: "Os tesouros da alma!" Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa breve e que a morte chega de inesperado. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações.
(Autor Desconhecido).
O Essencial
Existe uma técnica pedagógica em que se propõe para a pessoa a seguinte situação: ela deve ir para uma ilha deserta e somente pode levar três coisas. O que deseja levar?
Ante o questionamento, não são poucos os que ficam confusos porque, afinal, são tantas as coisas que se desejaria levar, e que acreditamos nos sejam indispensáveis.
Em tempos remotos, quando a Águia Romana dominava o mundo com a extensa sombra das suas enormes asas, existiu uma patrícia muito rica.
Tendo que realizar uma grande viagem, ela tomou uma luxuosa galera e seguiu com seu filho de apenas cinco anos.
Sua bagagem despertou curiosidade no embarque. Dois escravos carregaram muitos volumes de joias diferentes.
Eram colares e braceletes, redes de ouro, pedrarias, camafeus riquíssimos.
Todo o pessoal de serviço se inclinou perante a dama nobre, em sinal de respeito pelo tesouro que ela trazia para bordo.
Durante os primeiros dias de viagem ela foi o centro das atenções. Era convidada para a mesa das festividades e todos se interessavam em estar com ela, para poder observar os adornos brilhantes que usava.
Em certa manhã de sol, a embarcação se chocou em traiçoeiro recife. Uma grande brecha se fez na galera e as águas a invadiram.
Todos a bordo começaram a lutar, tentando resolver o problema. Finalmente, verificaram que havia necessidade de abandonar o navio.
Alguns botes foram colocados à disposição dos viajantes para o salvamento. A rica dama se apresentou, tão logo foi chamada.
Nos braços trazia o filho, envolto em manta bordada a ouro e um pequeno pacote que segurava com vigor.
Todos imaginaram que a bela senhora levava consigo as joias mais caras.
Entretanto, porque a viagem arriscada até o porto mais próximo se demorava horas intermináveis, ela abriu o embrulho, mostrando aos irmãos de infortúnio o seu conteúdo.
Eram dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentaram durante as horas que os separavam da terra firme.
Estreitando o filho de encontro ao coração, ela falou: Meu filho é o que tenho de mais precioso. E o que considero de mais útil, nesta circunstância, é o alimento que nos manterá vivos.
* * *
A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias. Sempre chega um dia em que o homem é convidado a se separar delas.
Os que vivem o hoje se apegam a terras, construções, moedas e prazeres.
O Espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios da Terra devem ser usados para o enriquecimento da virtude.
Também sabe que as bênçãos mais simples da natureza são as bases da nossa tranquilidade essencial.
Convém recordar a recomendação de Jesus: Procurai antes o Reino de Deus e a Sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro Jesus no lar, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 24.01.2011.
A Lição do Essencial
Discorriam
os discípulos, entre si, quanto às coisas essenciais ao bem-estar, quando o
Senhor, assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:
— É indispensável que a criatura entenda a
própria felicidade para que se não transforme, ao perde-la, em triste fantasma
da lamentação. Longe das verdades mais simples da Natureza, mergulha-se o
homem na onda pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a vida,
através de inquietações desnecessárias.
E como quem recordava incidente adequado ao
assunto, interrompeu-se por alguns instantes e retomou a palavra, comentando:
— Ilustre dama romana, em companhia dum
filhinho de cinco anos, dirigia se da cidade dos Césares para Esmirna, em
luxuosa galera de sua pátria. Ao penetrar na embarcação, fizera-se acompanhar
de dois escravos, carregados de volumosa bagagem de joias diferentes: colares e
camafeus, braceletes e redes de ouro, adornados com pedrarias, revelavam-lhe a
predileção pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com
respeito, ao vê-la passar, tão elevada era a expressão do tesouro que trazia
para bordo. Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora
converteu-se no centro das atenções gerais. Nas festas de cordialidade era o
objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes com que se
apresentava. A excursão prosseguia tranquila, quando, em certa manhã
ensolarada, apareceu o imprevisto. O choque em traiçoeiro recife abre extensa
brecha na galera e as águas a invadem. Longas horas de luta surgem com a
expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte leva o navio a
posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos
viajantes para os trabalhos de salvamento possível. A ilustre patrícia é
chamada à pressa. O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois dias
de viagem arriscada, na hipótese de ventos favoráveis. A jovem matrona abraça o
filhinho, esperançosa e aflita. Dentro em pouco ela atinge o pequeno barco de
socorro, sustentando a criança e pequeno pacote em que os companheiros julgaram
trouxesse as joias mais valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos
irmãos de infortúnio que seguiriam junto dela, exclamou:
“— Meu filho é o que possuo de mais precioso e
aqui tenho o que considero de mais útil.
“O insignificante volume continha dois pães e
dez figos maduros, com os quais se alimentou a reduzida comunidade de
náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra firme”.
O Mestre repousou, por alguns segundos, e
acrescentou:
— A felicidade real não se fundamenta em
riquezas transitórias, porque, um dia sempre chega em que o homem é
constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração. Os
loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como
se nunca devessem acertar contas com a morte. O espírito prudente, porém, não
desconhece que todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso
enriquecimento na virtude e que as bênçãos mais simples da Natureza são as
bases de nossa tranquilidade essencial. Procuremos, pois, o Reino de Deus e sua
justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à manutenção da vida física
e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.
(XAVIER,
Francisco Cândido. Do livro: Jesus no lar. pelo Espírito Néio
Lúcio. Cap. 44, ed. Feb).