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quarta-feira, 11 de março de 2020

Evangeliza - O Pardal

 O Pardal



Quando eu tinha onze anos, um amigo de meu pai deu-me de presente uma carabina de brinquedo. Papai agradeceu-lhe polidamente, porém sem nenhum entusiasmo. Deixei-os e corri ao pomar.
Minha primeira vítima foi um pardal. Lembro-me bem de que, a despeito do orgulho que senti por ser tão bom atirador, tive a vaga sensação de culpa, ao ver cair o passarinho.
Minha insegurança levou-me a procurar meu pai. Encontrei-o ocupado em tirar, de uma teia de aranha, os insetos e moscas que ali se haviam aprisionado, colocando-os depois em uma caixinha de fósforos.
- Para que isso, papai? perguntei.
- Venha comigo e eu lhe mostro.
Levando-me ao jardim, mostrou-me, então, entre a espessa folhagem de um arbusto, um ninho onde se achavam quatro pássaros implumes. Abrindo a caixa com cautela, foi metendo as moscas e os insetos nos biquinhos abertos. Compreendi o motivo e ofereci-me para ajudá-lo.
- Não é coisa fácil! - disse ele.
Passei a tarde procurando insetos e remexendo a terra, a ver se encontrava vermes. De noite, papai agasalhou os passarinhos com um pouco de algodão.
Na manhã seguinte veio ter ao meu quarto, quando eu me estava vestindo. Trazia nas mãos um dos pequeninos pássaros, já morto.
- Morreu durante a noite! -, explicou ao mostrá-lo. - Vamos fazer tudo para salvar os outros.
Terminado o jantar, àquela noite, encontramos uma segunda vítima do frio. Alguns dias depois, estando eu a tomar o café da manhã, entrou meu pai, trazendo o terceiro filhote, igualmente inanimado.
- O último, porém, parece forte e resistente como poucos, observou sorrindo. Creio mesmo que, em breve, ensaiará as asas. Mas o pobre orfãozinho, acrescentou, há de passar por maus momentos, pois não tem quem lhe ensine os segredos do vôo e, embora não pareça, talvez esteja um pouco fraco. Os pássaros assim, novinhos, precisam receber alimento a todos os instantes e nós não chegamos a alimentá-los em tempo, como necessitavam.
Fomos encontrá-lo, um dia, o pequeno sobrevivente, a baloiçar-se amedrontado sobre um galho. O fato de que aquele passarinho precisava voar tornara-se, aos meus olhos, de suprema importância. Foi quando o vimos, de repente, soerguer-se no espaço. Bateu asas quanto pôde, mas em vão; um segundo depois caía sobre a relva. Agitou-se num tremor e... morreu.
- Pobrezinho, não teve sorte! -, observou papai.
Sentindo-me tomado de remorsos, exclamei por fim, sem mais poder conter o que mais ia na alma:
- Papai, a culpa é minha! Fui eu que matei a mãe deles!...
- Eu sei, meu filho, vi você fazer aquilo. Não se aflija, são raros os meninos que não fazem o mesmo. Quis apenas mostrar-lhe que, ferindo alguém, ferimos, ao mesmo tempo, outras pessoas e até mesmo as que mais amamos ou as que mais nos amam. E é, não raro, maior o mal que assim fazemos a nós mesmos.
 
Texto extraído do livro: "E, para o resto da Vida..." de Wallace Leal Rodrigues.

domingo, 1 de março de 2020

Evangeliza - Pai Nosso, que estás nos céus

 Pai Nosso, que estás nos Céus



Quando Jesus começou a prece dominical, satisfazendo ao pedido dos companheiros que desejavam aprender a orar, iniciou a rogativa, dizendo assim:

— Pai Nosso, que estás nos Céus…

O Mestre queria dizer-nos que Deus, acima de tudo, é nosso Pai.

Criador dos homens, das estrelas e das flores.

Senhor dos céus e da Terra.

Para Ele, todos somos filhos abençoados.

Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros.

Ele próprio, a fim de instruir-nos, viveu a fraternidade pura, auxiliando os homens felizes e infelizes, os necessitados e doentes, mostrando-nos o verdadeiro caminho da perfeição e da paz.

Na condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo.

Se sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados, mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa, na Terra, quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.

(XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo espírito de Meimei, Capítulo 1).


Vamos nos interiorizar e buscar a inspiração com os nossos amigos do plano maior, com o nosso amado irmão e mestre Jesus e com o nosso Pai Eterno, criador de tudo que há no mundo e no universo. Em gratidão a este Pai de amor e misericórdia vamos direcionar esta prece dizendo:

Pai Nosso

Pai Nosso que estais  em todos os lugares, com todos os Teus filhos, no céu de nossa alma, em que eu reconquisto a paz e a serenidade. Glorificado seja o Teu nome, porque reconheço o Teu amor, a Tua misericórdia, o Teu perdão. Nos auxilia para que possamos buscar o Teu reino de amor, de humildade, de bondade, de resignação, de compreensão das leis da vida, a fim de nos aproximarmos de Ti, da perfeição. Seja feita a Tua vontade, que é sublime e soberana até quando não a entendemos. Nos permita ter força, vontade e saúde para conquistarmos o pão físico e o espiritual de cada dia. Ilumina as nossas mentes para entendermos que precisamos ter o coração puro, para não magoarmos e nem guardarmos rancor. Perdoa as nossas ofensas e ajuda-nos a sermos misericordiosos como todos nossos irmãos. Que nossa fé sustente nosso espírito. Que possamos combater as nossas más tendências. E também termos o discernimento de saber optar pelos caminhos que nos conduzam ao Teu reino, que é muito falado, mas pouco compreendido, uma vez que o nosso mestre Jesus nos ensinou que o Teu reino é a sublimação de nossa individualidade, agora e para a eternidade. Ajuda-nos a sermos gratos por tudo que recebemos. Obrigado Pai, obrigado Jesus, obrigado abnegados amigos do bem.
(Com base em João Carlos-PE e Espanhol - Mônica de Medeiros).






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