Canoa quebrada
"Canoa quebrada", uma incrível parábola sobre o medo da mudança!
À margem de um grande rio vivia um pescador com sua família. Foram muito bem-sucedidos com seus negócios de pesca, mas, agora, as coisas estavam difíceis, o rio trazia cada vez menos peixes, suas ferramentas de trabalho estavam velhas e, como não havia dinheiro para comprar um novo barco, o pescador tinha que consertá-lo frequentemente.
Um dia, um velho caminhante passou por lá e perguntou ao pescador se poderia passar a noite em sua casa. Embora a casa fosse muito simples e mal houvesse comida para todos, a família do pescador o aceitou e o tratou com carinho e educação, colocando-o para dormir no melhor cômodo da casa.
Na manhã seguinte, quando o caminhante estava prestes a partir, perguntou ao pescador como poderia agradecer aos donos pelo abrigo e pela comida. O pescador, percebendo que o homem era tão pobre quanto ele, apenas abriu um sorriso e respondeu:
- Percebo que você é um homem sábio e que já viu muito. Agradeça-me com conselhos sobre como sair da pobreza, isso será suficiente.
- Muito bem, disse o caminhante. Para sair da pobreza, você precisa afogar o seu barco!
Depois disso, disse adeus e nunca mais foi visto pelo pescador e sua família.
O pescador não viu sentido no conselho do caminhante. Afinal, como poderia livrar-se do seu barco, a única ferramenta de sustento de sua família, que, ainda por cima, não garantia comida para todos os dias?
O pescador não seguiu o conselho e manteve o mesmo estilo de vida, ficando cada vez mais pobre e sem alimento para a família. Até que um dia, durante uma forte tempestade, o seu barco foi seriamente danificado e já não havia mais como ser utilizado. A família, então, juntou seus pertences modestos, retirou-se de sua casa e procurou outro lugar para se estabelecer.
Encontraram uma grande vila de pescadores. Lá havia muitos barcos, de todos os modelos, cores e tamanhos, eles poderiam ajudar muito a família do pescador a recomeçar a vida. Mas, por mais que o pescador se alegrasse ao ver aqueles barcos, não tinha como comprar nenhum.
Um dia, estava sentado à margem do rio, admirando os barcos das outras pessoas até que percebeu que o barco de um homem estava seriamente danificado e precisando de reparos.
Como era bom nisso, ele se ofereceu para consertar o barco do homem, para que ele pudesse voltar ao seu trabalho logo.
Seu trabalho ficou realmente bom, e ele começou a dedicar seu tempo para estudar mais sobre essa arte, e, com o tempo, tornou-se um grande mestre.
Seu trabalho começou a ser mais procurado e reconhecido, e ele se tornou o melhor da aldeia, criando obras-primas, deixando os barcos melhores do que novos, e pessoas de outros lugares vinham em busca do seu trabalho.
Depois de um tempo, ele conseguiu comprar uma nova casa para acomodar sua família e nunca mais lhe faltou nada. Só depois disso, ele se lembrou do velho caminhante e do seu conselho, e tudo fez sentido. Ele realmente era muito sábio! “Afogar” o barco significava se desapegar do seu padrão de vida, sair da zona de conforto e buscar novas maneiras de transformar a sua vida. E foi exatamente o que ele fez.
As mudanças, por mais que pareçam assustadoras no começo, realmente nos fazem bem, quando estamos abertos à experimentá-las verdadeiramente.
Não tenha medo de mudar, só assim poderá encontrar melhores realidades para a sua vida!
O que você achou da parábola? Concorda com o conselho do caminhante?
A samambaia e o bambu
“A samambaia e o bambu”: uma fábula que nos ajuda a compreender a resiliência
A fábula da samambaia e o bambu conta a história de um carpinteiro que vivia um momento de grandes dificuldades em sua vida.
Ele era autônomo e tinha os seus clientes de sempre, as coisas iam bem até que uma grande empresa que fabricava móveis chegou à sua cidade. Era uma empresa muito desenvolvida, com muitas máquinas tecnológicas, funcionários e promessas de inovação. Como toda novidade positiva, não demorou muito para se tornar muito popular.
Todos os móveis dessa empresa eram de grande qualidade, fabricados em pouco tempo e tinham preços mais baixos do que os do carpinteiro, o que fez com que ele perdesse muitos clientes. As coisas estavam realmente difíceis e em pouco tempo ele iria à falência.
Como não recebia quase nada, muitas das contas ficaram por responsabilidade de sua mulher, que também estava em uma fase difícil, visto que seu salário de professora não era suficiente para sustentar os três filhos e também a casa.
Compreendendo que as coisas não poderiam mais continuar da mesma maneira, o carpinteiro tentou encontrar um novo emprego, mas não conseguia.
Sua esposa, sem saber lidar muito bem com a situação, culpou o marido, o que afetou os filhos, prejudicando seu desempenho na escola.
O carpinteiro começou a se desesperar, porque não encontrava uma saída para a sua situação. Estava quase sem energia, tanto física como emocionalmente e mal conseguia um minuto de distração ou alegria.
Um dia, com sua mente à beira do colapso, resolveu fazer um passeio em uma floresta próxima, na intenção de colocar suas ideias em ordem. Mal sabia que uma grande lição estava em seu caminho.
Depois de caminhar por um tempo dentro da floresta, o carpinteiro conheceu um ancião muito gentil que o cumprimentou e o convidou para tomar um chá em sua casa, que era muito simples. O ancião pode perceber a expressão preocupada no rosto do homem e perguntou-lhe o que estava acontecendo. O carpinteiro, então, explicou-lhe tudo, enquanto o ancião o ouvia com atenção.
Quando terminaram o chá, o ancião convidou o carpinteiro para ir a um terreno que ficava nos fundos de sua casa. Lá, estavam a samambaia, o bambu e muitas árvores mais. O ancião pediu ao carpinteiro para observar as duas plantas e disse-lhe que precisava contar uma história.
A história da samambaia e do bambu
O carpinteiro, sentindo que poderia aprender algo com o homem, mostrou-se muito interessado na história.
O sábio, então, começou: “Há oito anos, peguei algumas sementes e plantei a samambaia e o bambu ao mesmo tempo. Eu queria que ambos crescessem em meu jardim, porque as duas plantas são muito reconfortantes para mim. Coloquei toda minha dedicação para cuidar delas, como se fossem um tesouro.”
“Pouco tempo depois, percebi que a samambaia e o bambu respondiam de maneira diferente aos meus cuidados. A samambaia começou a brotar e em poucos meses tornou-se uma planta majestosa que enfeitava tudo com sua presença. O bambu, por outro lado, continuava debaixo da terra, sem mostrar sinais de vida. Um ano inteiro se passou e a samambaia continuou crescendo, mas o bambu não. No entanto, não desisti. Continuei cuidando com mais cuidado. Mesmo assim, mais um ano se passou e meu trabalho não dava frutos. O bambu se recusava a manifestar-se.”
O ancião continuou: “Também não desisti depois do segundo ano, nem do terceiro, nem do quarto. Quando cinco anos se passaram, finalmente vi que um galho tímido saía da terra. No dia seguinte, estava muito maior. Em poucos meses, cresceu sem parar e tornou-se um lindo bambu de mais de 10 metros. Você sabe por que demorou tanto para sair debaixo da terra?”
O carpinteiro pensou por um momento, mas não sabia o que responder. Então, o ancião lhe disse:
Demorou cinco anos porque durante todo esse tempo a planta estava trabalhando para criar raízes. Sabia que tinha que crescer muito alto e, por isso, não podia sair à luz, até que tivesse uma base firme que lhe permitisse subir satisfatoriamente. Você entende?
O carpinteiro conseguiu compreender o que o ancião lhe dizia. Ele entendeu que, às vezes, as coisas demoram, porque estão criando raízes. Que o importante é persistir e não perder a fé. Antes de se despedir, o ancião passou uma mensagem ao carpinteiro, para que a guardasse para sempre. Disse-lhe: “A felicidade o mantém doce. As tentativas o mantêm forte. As dores o mantêm humano. As quedas o mantêm humilde. O sucesso o mantém brilhante…”
Essa lição que o ancião deu ao carpinteiro foi de muito valor, pois permitiu que ele enxergasse além do agora, além dos problemas e dificuldades do momento presente, e despertou nele a esperança de que as coisas iriam prosperar, quando fosse o momento certo.
Essa mensagem também serve para todos nós. Temos a tendência de querer tudo para já, não temos paciência para esperar o momento certo. Quando apressamos as coisas, não damos tempo para que criem raízes, para que se solidifiquem e possam realmente trazer consequências positivas em nossas vidas. Não adianta apressarmos o curso do tempo, porque apenas conseguiremos resultados efêmeros, vazios.
Entender que as coisas boas precisam de tempo para se manifestarem é a chave para lidarmos com as dificuldades de nossas vidas. Não se desespere frente às crises, ao invés disso, adote uma mentalidade sábia e positiva, compreendendo que o melhor sempre está a caminho. Lembre-se da samambaia e do bambu, quando precisar de um reforço positivo!
O Cavalo Perdido
O cavalo perdido – uma fábula chinesa que nos ensina a não julgar rapidamente
O cavalo perdido é uma fábula popular na China e, há muitos anos, nos ensina a fazer uma reflexão mais profunda e sábia sobre aquilo que acontece em nossas vidas, sem nos apressarmos para julgá-las como boas ou ruins.
A história dessa fábula gira em torno de um fazendeiro que vivia em uma vila afastada.
Ele era um bom homem, que foi criado por uma família que valorizava o amor e o altruísmo. Por isso, era muito respeitado e admirado por todas as pessoas em ao seu redor.
As pessoas da vila também enxergavam esse fazendeiro como um homem muito sábio e, por isso, o consultavam sempre que precisavam de uma orientação em suas vidas. Ele tratava a todos com carinho e atenção, oferecendo palavras de conforto e positividade, e semeava a paz por onde passava.
Um belo dia, o fazendeiro estava em sua fazenda tranquila, quando percebeu um cavalo se aproximando, ele não sabia de onde nem porque o animal chegara em suas terras, mas não impediu sua entrada. O cavalo era muito branco e parecia bem cuidado, possuía uma elegância natural e parecia ser puro sangue.
Passavam-se os dias e o cavalo não ia embora, então o fazendo o acolheu e o animal passou a morar em suas terras.
Bênção x maldição
As pessoas que moravam na vila souberam da novidade e logo começaram a comentar sobre. De acordo com as leis da vila, como o cavalo havia chegado à fazenda aparentemente pela própria vontade, ele passou a pertencer ao fazendeiro. Então, sempre que alguém via o fazendeiro, comentava: “Nossa, que sorte!”, “Parabéns! Esta é uma boa novidade”, mas o homem, sempre muito sensato, apenas respondia: “Talvez… muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Nem todo mundo entendia o pensamento do homem e passaram a considerá-lo ingrato e mal-agradecido. Afinal, não é todo dia que um cavalo puro-sangue que custa muito dinheiro aparece repentinamente em suas terras e você se torna seu dono. Como isso não poderia ser uma grande sorte?!
Depois de uns meses, o inverno chegou na vila e, em uma manhã, quando o fazendeiro se levantou, percebeu que a porta do estábulo, onde o cavalo ficava, estava aberta e ele tinha ido embora ou tinha sido roubado. Como de costume, a notícia se espalhou rapidamente pela aldeia e os vizinhos começaram a aparecer para prestar seus sentimentos ao fazendeiro. No entanto, o homem parecia calmo e os confortou dizendo que estava tudo bem. Novamente, repetiu a frase: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”. As pessoas, ainda sem entender seu comportamento, pensavam que estava louco.
O retorno do cavalo
O fazendeiro já não esperava o retorno do cavalo, e seguiu sua vida, como de costume, até que em uma tarde de primavera, enquanto trabalhava em suas terras, ele ouviu um rugido vindo de longe.
Quando olhou para frente, pôde perceber a figura do seu cavalo perdido, com o pelo mais brilhante do que nunca. No entanto, ele não estava sozinho, mais 20 outros cavalos, tão incríveis quanto o seu, o acompanhavam. O fazendeiro ficou emocionado com a cena.
Os animais, seguidos por seu líder, também permaneceram na fazenda, e também se tornaram propriedade do homem. Os vizinhos da vila novamente ficaram espantados com a sorte do homem e os parabenizaram infinitamente. Ele, humilde como sempre, apenas respondeu: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Final da história
O fazendeiro não era um homem ambicioso, mas também não era ingrato. Apesar do que muitos pensavam, ele não estava se desfazendo dos cavalos que chegaram em suas terras, apenas enxergava além do que muitos podiam ver. Ele sabia que nem tudo eram flores e que os cavalos, apesar de lindos, eram selvagens e precisavam ser domados, um por um, o que demandava muito tempo, ainda mais com apenas ele e seu filho para fazer o trabalho.
No começo do outono, o filho do fazendeiro decidiu domar o mais selvagem dos cavalos, e apesar de ser experiente, teve uma das pernas quebradas pelo cavalo. Os vizinhos, novamente sabendo da notícia, levaram remédios para o filho do fazendeiro e disseram ao pai: “Sentimos muito… que azar vocês tiveram!” Como de costume, o fazendeiro respondeu apenas: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Depois de uma semana, a guerra na China começou. O imperador recrutou todos os jovens da aldeia. O único que foi salvo foi o filho do fazendeiro, porque não estava em condições de lutar, devido à perna quebrada.
Foi só nesse momento que as pessoas da vila conseguiram entender o pensamento do fazendeiro. “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”, precisamos aprender a enxergar as situações de nossas vidas com sabedoria e consciência, porque nem sempre as coisas são o que parecem.
Desde então, essa fábula chinesa é contada de geração em geração, para que ninguém esqueça que nada é bom ou ruim por si só, mas depende do papel que desempenha em nossas vidas.
Nesse caso, a aparição dos cavalos, depois de uma maldição, provou-se uma bênção, porque poupou o filho do homem dos horrores da guerra, mas nem sempre podemos julgar as coisas com tanta rapidez, porque podemos nos surpreender.
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