Auta de Souza
TROVAS PARA JESUS
Auta de Souza
Caridade, onde estiveres
Lenindo as dores de alguém,
Onde sirvas, onde fales,
Jesus estará também.
A JESUS
Auta de Souza
Senhor! Protege os corações cansados
Que se vão sem conforto e sem guarida,
No aguaceiro de lágrimas da vida, vida,
Indiferentes ou desesperados.
Ascendem para os céus todos os brados
Da alma humana tristonha e dolorida!
Balsamiza, de amor, toda a ferida.
Que punge o coração dos degredados;
Degredados na terra tenebrosa,
Terra da sombra estranha e dolorosa,
Recamada de prantos e espinhos!
Ampara, meu Jesus, quem vai chorando,
Entre dores e acúleos, soluçando,
Na miséria de todos os caminhos.
SEMPRE COM JESUS
Auta de Souza
Não te detenhas! Segue, alma querida,
Vara o próprio caminho em sombra e vento,
Resguarda o coração tranqüilo e atento
E enriquece de amor o chão da vida.
Não te amargure o temporal violento
Que invade a Terra em fúria desmedida,
De esperança a esperança e lida em lida,
Dissiparás a angústia e o sofrimento.
Segue, plantando o bem por onde fores,
Deixando ao tempo o fel das próprias dores,
Por mais que a provação te envolva a estrada !...
Além da imensa noite, espessa e fria,
Cristo é o Divino Sol do novo Dia,
Anunciando a Nova Madrugada!...
Hino do Repouso
Auta de Souza
Rasgaram-se os véus da noite...
Novo dia resplandece.
Viajor, descansa em prece
Ao lado da própria cruz.
No firmamento dourado
Rebrilha a aurora divina,
Porque a morte descortina
Vida nova com Jesus.
Esquece a aflição do mundo!
No seio da crença, olvida
Todas as sombras da vida,
Todo sonho enganador...
Sob a bênção da alegria,
Na esperança que te veste,
És a andorinha celeste
Voltando ao ninho de amor.
Repete, agora conosco _
“Bendita a dor santa e pura
Que me deu tanta amargura
E tanta consolação”.
E orando, em paz, no repouso,
De alma robusta e contente,
Agradece alegremente
A própria libertação.
Descansa! Que além da sombra,
Outra alvorada te espera!
Abençoa a nova esfera
A que os Senhor nos conduz.
Delatarás, muito em breve,
Todo o júbilo que vazas,
Desdobrando as próprias asas
No Reino da Eterna luz!
Hino ouvido pelo médium Francisco Cândido Xavier, junto ao leito de morte da Senhora Maria Pena Xavier, no momento de sua desencarnação, na noite de 10.03.49, em Pedro Leopoldo. O hino era cantado por um coro de espíritos amigos, em conjunto de oração.