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sábado, 12 de novembro de 2016

Evangeliza - O Dever Esquecido


O Dever Esquecido
(Meimei)



"Certo rei muito poderoso, sendo obrigado a longa ausência, tomou de grande fortuna e entregou-a ao filho, confiando-lhe a incumbência de levantar grande casa, tão bela quanto possível.
Para isso, o tesouro que lhe deixava nas mãos era suficiente.
Acontece, porém, que o jovem, muito egoísta, arquitetou o plano de enganar o próprio pai, de modo a gozar todos os prazeres imediatos da vida.
E passou a comprar materiais inferiores.
Onde lhe cabia empregar metais raros, utilizava latão; nos lugares em que devia colocar o mármore precioso, punha madeira barata, e nos setores de serviço, em que a obra reclamava pedra sólida, aplicava terra batida ...
Com isso, obteve largas somas que consumiu, desorientado, junto de amigos loucos.
Quando o monarca voltou, surpreendeu o príncipe abatido e cansado, a apresentar-lhe uma cabana esburacada, ao invés de uma casa nobre.
O rei, no entanto, deu-lhe a chave do pequeno casebre e disse-lhe, bondoso:
    - A casa que mandei edificar é para você mesmo, meu filho... Não me parece a residência sonhada por seu pai, mas devo estar satisfeito com a que você próprio escolheu..."
Comparemos o soberano a Deus, nosso Pai.
O príncipe da história poderia ter sido qualquer um de nós.
A fortuna para construirmos a moradia de nossa alma é a vida que Deus nos empresta.
Quase sempre, contudo, gastamos o tesouro da existência em caprichosa ilusão, para acabarmos relegados, por nossa própria culpa, aos pardieiros apodrecidos do sofrimento.
Mas, aqueles que se consagram à bênção do dever, por mais áspero que seja, adquirem a tranquilidade e a alegria que o Supremo Senhor lhes reserva, por executarem, fiéis, a sua divina vontade, que planeja sempre o melhor a nosso favor.


(XAVIER, Francisco Cândido. Do livro "ANTOLOGIA DA CRIANÇA", Pelo Espírito de Meimei. Autores Diversos).

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Evangeliza - Disciplina

Disciplina


“A disciplina é uma virtude digna do melhor acatamento - aliás o são todas as virtudes - desde de que seja natural e espontânea, fruto de resolução pessoal, derivada da razão e do sentimento. Fora desta condição, degenera, deixando de corresponder à finalidade moral que dela é lícito esperar-se.” (VINÍCIUS, (Pedro Camargo). Na Escola do Mestre. 4ª ed. FEESP, 1981).

“A disciplina é a mãe do sucesso.” (Ésquilo).
“Disciplina é a ponte entre metas e realizações.” (Jim Rohn).
“Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações.” (Pat Tillman).
“Disciplina é a nossa capacidade de fazermos aquilo que nós mesmos acreditamos.” (Alan Schlup Sant'Anna).

“Ter disciplina é direcionar energia para seguir ordens que você dá a si mesmo” (Eugênio Mussak).

“O corpo é moldado, disciplinado, respeitado, e com o tempo, passa a ser confiável.” (Martha Graham, dançarina americana 1894-199).

Disciplina é uma palavra que tem a mesma etimologia da palavra "discípulo", que significa "aquele que segue".

“A vontade é emocional, enquanto a decisão é racional. E o comandante tem que ser o racional, pois ele é quem tem o discernimento sobre o que é bom e o que não é bom. O emocional só sabe diferenciar o agradável do desagradável, o que não serve como critério para as grandes decisões.
A indisciplina dispersa energia, a disciplina condensa. Ser disciplinado significa obedecer às ordens que você dá a si mesmo.
A disciplina é o antídoto que sabemos que não falha, porque foi testado ao longo da história humana.
Sempre que a essência do homem foi colocada em teste, como na guerra, nos esportes e nas ciências, a disciplina mostrou seu valor.
Segundo Sêneca (4 a.C. e 65 d.C) a disciplina é absolutamente fundamental. A principal causa do sofrimento humano é a fraqueza da vontade, e isso termina por levar o homem a condutas deploráveis, como a preguiça, a inveja e a cobiça. A pessoa que domina sua vontade comanda seu destino, e aquele que não domina sua vontade é apenas arrastado pelo destino, que foge do controle. A indisciplina e a preguiça podem ter efeito fatal em nossos sonhos!
A disciplina […] não pode depender nem da exigência jurídica nem da imposição de outras pessoas. Ser disciplinado significa controlar os impulsos primitivos que buscam, acima de tudo, o prazer e a economia de energia.”
(MUSSAK, Eugênio. Ai, que preguiça! Revista Vida Simples nº61, 15/12/2007. Disponível em: <http:// http://eugeniomussak.com.br/ai-que-preguica/>).

“Certa vez um jovem abordou Napoleão buscando saber que qualidade se faz preciso desenvolver para me transformar em um grande general algum dia: você precisa desenvolver aquela a partir da qual todas as outras virtudes virão. Você precisa desenvolver aquela a partir da qual todas as outras virtudes virão: você precisa ser disciplinado. Só assim você se valerá bem do tempo, nosso bem mais precioso. Quanto a mim, pode ser que, no futuro, eu perca uma batalha, mas jamais perderei um minuto.
De acordo com o conceito clássico, disciplina é um regime de ordem. Em outras palavras, é um sistema onde os acontecimentos se processam como previamente determinado.
Coragem, conhecimento e planejamento são importantíssimos para o sucesso de uma empreitada, mas ficam impotentes sem a companhia da disciplina.
Aristóteles, em seu livro Ética a Nicômaco, insistia na disciplina como uma qualidade da alma; o poder que permite ao homem diferenciar-se dos animais, pois significa a vitória da razão, a única possibilidade de uma pessoa realizar seus sonhos. Sem a disciplina e a determinação, qualquer sonho não passará de devaneio. O filósofo dizia que a “virtude moral é resultado do hábito”. Somos o que repetidamente fazemos, forjamos o caráter nas atividades diárias, e estas construirão nosso destino.
A disciplina liberta você da pressão externa e do sofrimento que vem dos sonhos não realizados.”
(MUSSAK, Eugênio. Disciplina. Revista Vida Simples nº65, 01/04/2008. Disponível em: <http://eugeniomussak.com.br/disciplina/>).


Disciplina - Escolha que você faz de colocar a sua energia, seu foco naquilo que realmente importa (é importante). Sugestão: visualizar o resultado que você quer alcançar antes de começar a se envolver no projeto. Você se sente no resultado antes dele acontecer. Essa técnica de manter o foco no que você quer te ajuda a evitar a pensar no que não quer.

“Diferenças entre desejo e vontade. Um é titubeante, incerto; outra leva a realizações.
A Vontade é o grande dínamo da vida. É por meio dela que pomos em ação nossos pensamentos, quando queremos realizar algo. É preciso querer para transformar um simples desejo em vontade.
[…].
O desejo está freqüentemente ligado aos nossos sentimentos e emoções, enquanto a vontade realizadora caminha de mãos dadas com a lógica e a razão e, por isso mesmo, é respaldada, também, pelo poder do raciocínio. [...] A vontade é o pré-requisito das boas realizações, firma-se na ponderação e na moderação, leva a criatura ao equilíbrio no trabalho e em todos os atos de sua vida. Ela é, portanto, a pedra fundamental, o dínamo de nossos pensamentos, levando ao sucesso na vida, quando dirigida às boas ações. A vontade é forte, persuasiva, abre caminho e realiza; o desejo é titubeante, incerto e quase sempre inconseqüente.”
(SAMEL, Caruso. Diferença entre Desejo e Vontade. Disponível em: http://www.arazao.net/desejo-e-vontade.html

“A disciplina é a capacidade de se manter focado nas tarefas necessárias para concretização de uma meta sem se desviar e sem perder a motivação.
[…] A disciplina é uma das qualidades mais difíceis de serem desenvolvidas, principalmente porque vivemos num mundo tão cheio de estímulos, tão cheio de possibilidades e oportunidades que é muito fácil se dispersar e perder o foco. Outro problema que encontramos diariamente em nossas vidas tão cheias de estímulos é a porta aberta para a perda de tempo.”
(CHRISTY, Fran. O que é disciplina? Disponível em: <http://www.excellencestudio.com.br/disciplina/o-que-e-disciplina.htm>).

“A construção da disciplina requer um esforço heroico. Nossas ideias são geniais, originais e bem intencionadas. Mas muitas não sobrevivem à empolgação e raramente cumprimos as promessas que fazemos a nós.
Nada se constrói sem o dia após o outro. Basta olharmos à nossa volta: a cerâmica que pisamos e o tijolo que nos protege são obras da sucessão dos dias.
A disciplina é consequência da organização. Mas não se nasce organizado. Precisamos anotar, agendar, listar, jogar fora, repor. E isso depende da volição: o ato pelo qual a vontade toma uma determinação.”
(AIRES, Sergio. O hábito da disciplina. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/carreira/oo-habito-da-disciplina/93765/>).

“[...] toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança.” - Alexandre no livro: (XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da Luz. Ditado pelo Espírito André Luiz).



“No princípio das tarefas, estranhei a disciplina a que devia submeter-me. Fiquei triste ao imaginar que eu era uma pessoa rebelde e, nesse estado de quase depressão, certa feita me vi, fora do corpo, observando um burro teimoso puxando uma carroça que transportava muitos documentos.
Notei que o animal, embora trabalhando, fitava com inveja os companheiros da sua espécie que corriam livremente no pasto, mas viu igualmente que muitos deles entravam em conflitos, dos quais se retiravam com pisaduras sanguinolentas.
O burro começou a refletir que a vida livre não era tão desejada como supusera, de começo. A viagem da carroça seguia regularmente, quando ele se reconheceu amparado por diversas pessoas que lhe ofereciam alfafa e água potável.
Finda a visão-ensinamento, coloquei-me na posição do animal e compreendi que, para mim, era muito melhor estar sob freios disciplinares, do que ser livre no pasto da vida, para escoicear companheiros ou ser por eles escoiceado”.
Anuário Espírita (1988).
(BACCELLI, Antônio Carlos. Chico e Emmanuel. p.69-70).


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Evangeliza - Lindos Casos de Chico Xavier

Lindos Casos de Chico Xavier
 (Ramiro Gama)




2 - O Valor da Oração

A madrinha do Chico, por vezes, passava tempos entregue a obsessão. Assim é que, nessas fases, a exasperação dela era mais forte. Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.
Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum. À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.
— Então, a senhora não sabe — explicou o Chico — tenho passado muita fome. — Ora, você está reclamando muito, meu filho! — disse Dona Maria João de Deus — menino guloso tem sempre indigestão.
— Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa...
A mãezinha abraçou-o e recomendou:
— Continue na oração e espere um pouco.
O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal. Aproximou- se dele e deixou cair da bocarra um objeto escuro. Era um jatobá saboroso...
Chico recolheu, alegre, O pesado fruto, ao mesmo tempo em que reviu a mãezinha ao seu lado, acrescentando.
— Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.
E, despedindo-se da criança, acentuou:
— Como você observa, meu filho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome de Jesus.

29 - Solidão Aparente

Em meados de 1932, o “Centro Espírita Luiz Gonzaga” estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Carmen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico. Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos
da vida familiar. O grupo ficou limitado a três companheiros.
D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os
dois irmãos. José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento. Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a frequência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
Vendo-se sozinho, o médium também quis ausentar-se.
Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no Centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
— Você não pode afastar-se.
Prossigamos em serviço.
— Continuar como? Não temos frequentadores...
— E nós? — disse o Espírito amigo. — Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto.
Em seguida, abria O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando- a em voz alta.
Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento. Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel. Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas-feiras.

33 - Pedindo esmola para enterrar o ex-patrão

Chico levantara-se cedo e, ao sair, de charrete, para a Fazenda, encontra-se no caminho com o Flaviano, que lhe diz:
— Sabe quem morreu?
— Não!...
— O Juca, seu ex-patrão.
Morreu na miséria, Chico, sem ter nem o que comer.
— Coitado! E Chico tira do bolso o lenço e enxuga os olhos.
— A que horas é o enterro?
— Creio que vão enterrá-lo a qualquer hora, como indigente, no caixão da Prefeitura, isto é, no rabecão...
Chico medita, emocionado, e pede:
— Flaviano, faça-me um favor: vá à casa onde ele desencarnou e peça para esperarem um pouco. Vou ver se lhe arranjo um caixão, mesmo barato.
Flaviano despede-se e parte.
Chico desce da charrete. Manda um recado para seu Chefe.
Recorda seu ex-patrão, figura humilde de bom servidor, que tanto bem lhe fizera. E ali mesmo, no caminho, envia uma prece a Jesus:
“Senhor, trata-se de meu ex-patrão, a quem tanto devo; que me socorreu nos momentos mais angustiosos; que me deu emprego com o qual socorri minha família; que tanto sofreu por minha causa. Que eu lhe pague, em parte, a gratidão que lhe devo. Ajude-me, Senhor”.
E, tirando o chapéu da cabeça e virando-o de copa para baixo, à guisa de sacola, foi bater de porta em porta, pedindo uma esmola para comprar um caixão para enterrar o extinto amigo.
Daí a pouco, toda Pedro Leopoldo sabia do sucedido e estava perplexa, senão comovida com o ato do Chico.
Seu pai soube e veio ao seu encontro, tentando demovê-lo daquele peditório.
— Não, meu pai, não posso deixar de pagar tão grande dívida a quem tanto colaborou conosco.
Um pobre cego, muito conhecido em Pedro Leopoldo, é inteirado da nobre ação do Chico, a quem estima.
Esbarra com ele:
— Por que tanta pressa, Chico?
— Meu nêgo, estou pedindo esmolas para enterrar meu ex-patrão.
— Seu Juca? Já soube. Coitado, tão bom! Espere aí, então, Chico. Tenho aqui algum dinheiro que me deram de esmolas ontem e hoje.
E despejou no chapéu do Chico tudo o que havia arrecadado ate ali. Chico olhou-lhe os olhos mortos e sem luz. Viu-os cheios de lágrimas.
Comoveu-se mais.
— Obrigado, meu nêgo! Que Jesus lhe pague o sacrifício.
Comprou com o dinheiro esmolado o caixão. Providenciou o enterro. Acompanhou-o até o cemitério. E já tarde, regressou à casa.
Tinha vivido um grande dia.
Sentou-se à entrada da porta. Lá dentro, os irmãos e o pai, observavam-no comovidos.
Em prece muda, agradeceu a Jesus. Emmanuel lhe aparece e lhe sorri. O sorriso de seu bondoso Guia lhe diz tudo. Chico o entende.
Ganhara o dia, pagara uma dívida e dera de si um testemunho de humildade, de gratidão e de amor ao Divino Mestre.


35 - Vá com Deus

Eram oito horas da manhã de um sábado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na véspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel.
Não esperara a charrete. Fora mesmo a pé para o escritório da Fazenda. Não andava, voava, tão velozmente caminhava.
Ao passar defronte à casa de D. Alice, esta o chama:
— Chico, estou esperando-o
desde às seis horas. Desejo-lhe uma explicação.
— Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoço, lhe atenderei.
D. Alice fica triste e olha o irmão, que retomara os passos ligeiros a caminho do serviço.
Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz:
— Volte, Chico, atende à irmã Alice. Gastará apenas cinco minutos, que não irão prejudicá-lo.
Chico volta e atende.
— Sabia que você voltava, conheço seu coração.
E pede-lhe explicação como tomar determinado remédio homeopático que o caroável Dr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermédio do abnegado médium.
Atendida, toda se alegra. E despedindo-se:
— Obrigada, Chico. Deus lhe pague! Vá com Deus!
Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos.
Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede:
— Pare um pouco e olhe para trás e veja o que está saindo dos lábios de D. Alice e caminhando para você.
Chico para e olha: uma massa branca de fluidos luminosos sai da boca da irmã atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo...
— Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviçais, quando possibilitamos a alegria cristã aos nossos irmãos?
E concluiu:
— Imagine se, ao invés de vá com deus, dissesse, magoada, “vá com o diabo”. Dos seus lábios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior.
E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lição recebida, entendendo em tudo e por tudo o serviço do Senhor, refletido nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerância, Afabilidade, Doçura, Amor.

95 - A lição do bilhar

Num domingo em que estava de plantão no estabelecimento do qual é empregado, Chico levantara-se cedo e foi a pé para seu escritório. Ao passar, às 7 horas da manhã, defronte de um bar, admirou-se por ver, tão cedo, um grupo de rapazes jogando bilhar. Na hora do almoço, os mesmos rapazes jogavam bilhar. De tarde, às 17 horas, veio para jantar, e, de volta, reparou que o mesmo grupo ali estava, no bar, carambolando. Por fim, às 22 horas, ao regressar à casa, acabada sua tarefa, passou de novo pelo mesmo local e, surpreso, verificou que o mesmo conjunto de jovens ali estava ainda no mesmo entretenimento.
Exclamou consigo mesmo: — Meu Deus, será possível o que vejo? Tenho tanto trabalho, não me sobra tempo para perdê-lo.
No entanto, esses moços atravessaram o dia inteiro em passatempo inútil...
De imediato, porém, ouviu a palavra de Emmanuel, a dizer-lhe:
— O bilhar também é uma criação de Deus. Detém os espíritos para que não sigam o caminho das trevas. Enquanto estes jovens se divertem, não mentalizam crimes, não aumentam as próprias faltas e nem dão acesso aos pensamentos tenebrosos dos Espíritos cristalizados na delinquência. Aprendamos, desse modo, a respeitar a Bondade de Deus.


(GAMA, Ramiro. Lindos Casos de Chico Xavier).


* * *

Certa vez, um amigo abordou o Médium e perguntou-lhe:
– Chico, em sua opinião, qual é o homem mais rico?
Como se estivesse a ouvir a voz de Emmanuel nos escaninhos da alma, o médium respondeu:
– Para mim, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades...
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
– E o homem mais justo e sábio?...
Com a mesma espontaneidade, ele esclareceu:
– O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever...
– Mas – insistiu, certamente, interessado em alguma revelação que lhe facilitasse a vida – o que você está me dizendo é o óbvio...
Com o fraterno sorriso de sempre, sem se deter na tarefa de atendimento aos que lhe procuravam a palavra, Chico redarguiu:
– Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio... Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a Verdade! O nosso problema é justamente este: queremos alcançar Céu, vivendo fora do óbvio na Terra!...
 




O ESPÍRITO MAIS ILUMINADO QUE O CHICO JÁ VIU.

O Chico contava que o espirito mais iluminado que ele tinha visto em toda sua vida foi um jovem soldado romano.
Este foi acusado pelas autoridades da época de esconder Jesus quando ele desapareceu por uns dias, foi levado, acusado e condenado pelos próprios colegas soldados.
Ele era cristão e com certeza sabia onde Jesus estava, foi levado ante a autoridade e desassombrado como todo jovem de 18 anos quando foi perguntado:
- Onde está Jesus? Você sabe onde Jesus se escondeu?
E Chico, em lágrimas contava essa historia, Emmanuel contou a ele, e o Chico teve a visão da historia.
O soldado imediatamente diz:
- Queres saber onde encontrar Jesus? Pois ele está aqui no meu coração.
Sem pensar duas vezes a autoridade disse: 
- Ah é? Pois então arranquem-lhe o coração.
E ali mesmo os soldados com uma faca, lhe arrancaram o coração, com ele ainda vivo.
Ele cai, naturalmente, morto.
Mas, quando Emmanuel contou essa historia para o Chico, de repente ficou cego, devido tamanha luminosidade irradiada do peito do rapaz, que se fez presente em seu quarto.
A Luz que saía do coração, que faltava ao soldado, era tão tremenda, que o chico olhou pela Janela, e todo o quarteirão, até onde ele podia alcançar, estava iluminado com uma intensa luz dourada.
Extraordinária.
O Chico contava:
"- Foi o Espírito mais iluminado que eu Vi em toda minha vida, porque ele havia tido o coração arrancado, já que ali era a morada de Jesus".






sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Monge de Manilha

O Monge de Manilha
(Emmanuel - Francisco Cândido Xavier)

 [...] lembrando a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra, recordemos o episódio do monge de Manilha, que, acusado de tramar a liberdade de sua pátria contra o jugo dos espanhóis, é condenado à morte e conduzido ao cadafalso.
No instante do suplício, soluça desesperadamente o mísero condenado: - "Como, pois, será possível que eu morra assim inocente? Onde está a justiça? Que fiz eu para merecer tão horrendo suplício?"
Mas um companheiro corre ao seu encontro e murmura-lhe aos ouvidos: - "Jesus também era inocente!..."
Passa, então, pelos olhos da vítima, um clarão de misteriosa beleza.
Secam-se as lágrimas e a serenidade lhe volta ao semblante macerado, e, quando o carrasco lhe pede perdão, antes de apertar o parafuso sinistro, ei-lo que responde resignado: - "Meu filho, não só te perdôo como ainda te peço cumpras o teu dever."


( XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz. Pelo Espírito de Emmanuel. Pag. 111).

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Evangeliza - História - Aprendendo a Viver

História - Aprendendo a Viver
(Célia Xavier Camargo)








Morando numa pequena casa em um bairro humilde, Toninho vivia inconformado.
Na escola via colegas mais bem vestidos, calçando tênis caros, e sentia-se triste. Gostaria de ser como um deles, ter casa bonita, passear no “Shopping Center”, ter brinquedos sofisticados, “vídeo games”. Ouvia o relato dos amigos sobre programação de final de semana, e ficava humilhado.
Porque só ele tinha uma vida tão chata e tão sem atrativos?
Nunca podia comprar nada de diferente, usava o par de tênis que não servia mais para o seu irmão, e suas roupas estavam velhas e surradas. É bem verdade que a mamãe as trazia sempre limpa e bem passadas, mas Toninho sentia-se mal por usar sempre as mesmas roupas.
Ao chegar em casa para o almoço, reclamava. A comidinha era simples e nunca tinha pratos diferentes.
- Outra vez feijão com arroz?
O pai, operário de uma fábrica, respondia com paciência:
- E não está bom? Tem muita gente que não tem o que comer, meu filho! Vamos agradecer a Deus, pois nunca passamos fome.
Toninho não respondia. Baixava a cabeça e punha-se a comer, de má-vontade.
Certo dia, Toninho saiu de casa chateado. Brigara com os pais, pois queria uma calça jeans que tinha visto numa loja no centro da cidade e seu pai lhe dissera que era impossível naquele momento. Não tinha dinheiro.
Nervoso, engolindo as lágrimas e chutando uma lata, Toninho foi para a rua. Andou bastante, sem destino. Cansado aproximou-se dele e pediu uma moeda.
Ele olhou admirado para a garota, afirmando:
- Não tenho dinheiro!
- Mas você parece rico. Deveria ter dinheiro.
Espantado, Toninho olhou melhor para a menina, achando graça.
- Então, acha que sou rico?
- Pois não é? Está limpo, bem vestido, bem calçado. Aposto que tem até uma casa!
Toninho, que sempre se considerara muito pobre, perguntou:
- Tenho. Por quê? Você não tem uma casa?
A menina respondeu, apontando para um lugar ali perto:
- Não. Moro debaixo daquele viaduto ali.
Toninho, que nunca se dera conta da verdadeira pobreza, estava horrorizado. A menina, cujo nome era Júlia, convidou-o para conhecer “sua casa” e ele a acompanhou.
Lá chegando, Toninho viu um casal simpático acendendo o fogo num fogão improvisado com tijolos. Também havia outras famílias dividindo o local.
Os pais de Júlia o receberam com um sorriso. Haviam alguns gêneros alimentícios e estavam contentes. Teriam o que comer naquele dia e poderiam até ajudar outras famílias que ali estavam.
- Não se assuste – disse a mãe de Júlia a Toninho -, sem sempre estivemos nessa situação. Acontece que há alguns meses meu marido foi dispensado na indústria onde trabalhava e está desempregado até hoje. Não pudemos mais pagar o aluguel e fomos despejados. Para comprar o que comer, fomos vendendo os móveis e eletrodomésticos que possuímos. Assim, perdemos o jogo de sofá, a geladeira, o fogão, o aparelho de som, as camas. Agora, estamos morando aqui debaixo deste viaduto. Mas, não pense que estamos tristes. Não, de modo algum! Sempre agradecemos a Deus por termos onde nos abrigar. Existem pessoas que nem isso possuem!
Toninho sentiu um nó na garganta. Despediu-se, emocionado.
Chegando em casa, Toninho sentiu a segurança e o aconchego do ambiente doméstico. Entrou na cozinha e um cheiro bom de comida veio do fogão.
Seu pai chegou da fábrica e sentaram-se para comer. Toninho pediu para fazer a oração de agradecimento.
- Muito obrigado, Senhor, por tudo que nos concedeste. Pela nossa casa, pela família, pela comida. E que nunca nos falte o necessário para viver. Assim seja.
Notando que o filho estava emotivo e diferente, o pai explicou:
- Meu filho, amanhã eu irei receber um dinheiro extra e poderei comprar aquela calça jeans que você tanto deseja.
Para sua surpresa, Toninho respondeu:
- Não, papai, não precisa. Isso agora já não tem qualquer importância.
Vendo o espanto dos pais, que nada estavam entendo, o menino contou-lhe a história da Júlia, sua nova amiga.
Os pais de Toninho também quiseram conhecer a família de Júlia, que tanto bem fizera a seu filho, e tornaram-se amigos. O pai de Toninho explicou o caso na fábrica e, dentro de poucos dias, surgindo uma vaga, o pai de Júlia foi contratado.
Na escola, agora o comportamento de Toninho era completamente diferente. O exemplo de otimismo e resignação daquela família havia tocado seu coração. Mostrava-se mais alegre, satisfeito e nunca mais se sentiu infeliz, reconhecendo que a vida é um bem muito precioso e que Deus dá a cada um o necessário para poder viver.

Disponível em: <http://evangelizacao-infantil.blogspot.com.br/2011/06/aula-obediencia-e-resignacao.html> ou <http://www.oconsolador.com.br/34/espiritismoparacriancas.html>


domingo, 11 de setembro de 2016

Evangeliza - História - O recém-nascido

 O recém-nascido
(Célia Xavier Camargo)
 

 Em certa região bem distante, morava um homem muito pobrezinho. Um dia, andando pela mata à procura de lenha para vender, à margem do caminho encontrou uma cesta e, dentro dela, viu uma criança.
Ouviu  o  choro  fraco  do  recém-nascido,  que  estava cuidadosamente  embrulhado numa manta e, cheio de compaixão, pegou o pequenino aconchegando-o ao peito.
De coração generoso, imediatamente resolveu levá-lo para casa. Preocupava-o, porém, a pobreza extrema em que vivia. Como cuidar do bebê, prover-lhe as necessidades, ele, a quem muitas vezes faltava o que comer? Quem sabe alguém com mais recursos, que passasse por aquela estrada, poderia ficar com ele e dar-lhe uma vida melhor?
Contudo, ouvindo os vagidos da criança que o fitava com olhinhos vivos, comentou alto:
- Não posso abandoná-la aqui exposta aos perigos. Deus vai me ajudar! Além disso, sempre quis ter um filho. Melhor dividir com esta criança a minha pobreza do que deixá-la entregue a destino incerto.
Como se entendesse a decisão que o lenhador tomara, o recém-nascido se aquietou e dormiu tranqüilo. 
Chegando em casa, o homem abriu a porta e disse:
- Mulher, veja o que eu trouxe!
A esposa, curiosa, aproximou-se e abriu o embrulho que o marido trazia nos braços. O recém-nascido dormia serenamente, e seu coração se enterneceu. Cheia de alegria, exclamou:
- O filho que sempre quisemos ter! Deus ouviu nossas preces!
Ao mesmo tempo, consciente da miséria em que vivia, indagou, aflita:
- Mas, como vamos cuidar do bebê, João? Não temos comida nem para nós! E uma criança precisa de cuidados especiais!
Confiante, o marido respondeu:
- Não se aflija, Ana. Se o Senhor nos mandou este bebê, certamente nos dará os meios para sustentá-lo.
Era um menino e deram-lhe o nome de Benvindo.
A partir desse dia, tudo mudou. A casa, antes triste e sem vida, tornou-se alegre e cheia de risos.
João, mais estimulado ao trabalho, agora não se limitava a procurar lenha no mato para vender. Buscava outras fontes de renda.
Sabendo da criança, um sitiante das redondezas vendeu-lhe uma cabra por preço módico que João poderia pagar como pudesse. Assim estava garantido o leite do bebê.
A vida estava mudando. Mas isso não bastava. O que mais poderia fazer?
João, na soleira da porta da casa, olhava o terreno que se estendia à sua frente e pensou que poderia cultivá-lo. Assim, teriam verduras, legumes e talvez algumas frutas.
Não pensou duas vezes. O homem que lhe vendera a cabra arrumou-lhe também sementes e mudas diversas, satisfeito por vê-lo interessado no trabalho.
João pegou o machado e derrubou algumas árvores, limpando o terreno. Depois, fez canteiros e jogou as sementes no solo. Plantou as mudas e cuidou delas com muito amor. 
Logo, tudo estava diferente. À medida que Benvindo crescia, forte e saudável, as plantas igualmente se desenvolviam na terra fértil. 
Dentro de pouco tempo, no terreno, antes inculto e abandonado, os legumes e as verduras surgiam, encantando a vista e trazendo fartura. As árvores frutíferas logo começaram a produzir: agora tinham bananas, laranjas, maçãs, mangas e limões à vontade. Como a produção fosse grande, além de terem alimentos,  João   passou   a   vender  as frutas, os legumes e as verduras excedentes.
Com o coração alegre pelas novas funções como mãe, transformando sua casa num lar, Ana passou a cuidar com mais carinho da moradia, a exemplo do marido, plantando um jardim e cultivando flores que enfeitavam e perfumavam o ambiente.
Benvindo crescia aprendendo a trabalhar com o pai. Era um menino vivo e inteligente. Ainda pequeno, João contou a ele como o encontrara abandonado e da satisfação de trazê-lo para casa, afirmando sempre:
- Você é nosso filho muito querido. Foi Deus quem o mandou para nós.

O tempo passou. Benvindo começou a freqüentar a escola, na aldeia. João e Ana faziam questão absoluta que o filho não fosse um analfabeto, como eles.
Mas, apesar de se considerarem ignorantes, souberam dar ao menino noções realmente importantes para sua vida, como amor a Deus e ao Evangelho de Jesus. E ele cresceu sabendo valorizar a honestidade, o trabalho, o respeito ao próximo, o perdão das ofensas e, acima de tudo, o bem.
Já moço, Benvindo foi morar numa cidade grande para continuar os estudos. Terminando o curso, com grande satisfação dos pais, ele retornou para casa e disse, emocionado:
- Papai, não sei como agradecer tudo o que fizeram por mim. Criança abandonada, poderia ter morrido de fome e de frio, mas graças a sua bondade, vim para esta casa como filho que tanto tem recebido de ambos. Tudo o que sou hoje devo a vocês. Muito obrigado!
Enxugando as lágrimas, Benvindo fitou o pai, já velhinho e encarquilhado, abraçando-o com profundo amor.
Comovido, João pegou o filho pela mão e levou-o para fora de casa, onde se descortinava lindo panorama: bem próximo, o jardim cheio de flores coloridas e perfumadas; um pouco mais além, do lado esquerdo, as árvores do pomar, carregadas de frutos. Do lado direito, a perder de vista, a horta, onde as verduras e legumes produziam fartamente.
- Está vendo tudo isso, meu filho?
- Sim, meu pai. É uma imagem que não me canso de admirar. Como é bonita a nossa propriedade!
- Pois bem. Nada disso existia antes de você vir para cá. Eu e sua mãe, envelhecidos e cansados da vida, não tínhamos disposição para lutar. Passamos até fome.
Fez uma pausa, limpou uma lágrima, e prosseguiu:
- Quando você chegou, meu filho, encheu-nos de esperança e de novo ânimo. Precisávamos alimentá-lo, vesti-lo, cuidá-lo. Para isso, tive que trabalhar muito. Mas o resultado aí está. 
Abraçando o filho com imenso carinho e justo orgulho, apontou as terras cultivadas:
- Assim, devemos tudo isso a você! E devo mais ainda. Devo a você, meu filho, a oportunidade e a bênção de ser chamado de PAI! 
A mãe, que chorava comovida, aproximou-se também e permaneceram abraçados por longo tempo.


Autoria: Célia Xavier Camargo ,“ O menino ambicioso, o servo insatisfeito e outras histórias.”
Disponível em: <http://www.oconsolador.com.br/50/espiritismoparacriancas.html>.
 

Evangelhização - A Jarra de Cristal - Perdão

A Jarra de Cristal




Valter era um menino cumpridor de seus deveres, porém, irredutível às coisas a seu ver erradas.
Muito estudioso, não falta um dia sequer à escola.
Sempre prestativo aos sue colegas, mas não perdoava ninguém se uma de sua coisas perdesse, se extraviasse ou se quebrasse.
Por isso, os meninos de sua classe evitavam pedir a ele qualquer material escolar.
Certo dia, Mário, um menino muito pobre, necessitou de um apontador de lápis e Valter prontificou-se a emprestar-lhe o seu.
De repente o apontador quebrou nas mãos do amigo.
Valter ficou furioso, enquanto Mário implorava, em vão, o seu perdão. O dono do apontador exigia receber um novo.
O pobre Mário chorava dizendo:
- Meus pais são pobres! Não tenho condições para comprar um apontador novo!
Chegando em casa, ainda revoltado, Valter contou a sua mãe o que acontecera. Ela aconselhou o filho a desculpar o amigo.Porém, ele não podia admitir o perdão.
Á noite, na hora de jantar, Valter foi servi-se de suco e ao colocar a jarra na pia, ela caiu e quebrou-se.
A mãe aproveitando a oportunidade para ensinar o filho, falou lhe severamente:
- O que você fez! Exijo que compre uma jarra nova, amanhã mesmo! Era uma jarra de cristal, que fazia parte de um conjunto de lindos copos.
O menino assustado, exclama:
- Comprar? Mas eu não tenho dinheiro! Não vou encontrar outra igual. Perdoe-me, mamãe, perdoe-me!
- Você também não perdoou seu companheiro! Ele também não pode comprar outro apontador!
Valter engasgou, não conseguia mais falar, o seu coração batia aceleradamente. Percebia como havia agido errado!
Sua mãe, então, se aproximava dos cacos da jarra e lhe diz bondosamente:
- Aproveite bem, meu filho, esta lição. Na vida temos necessidade de avaliar sempre as situações que exigem compreensão e perdão. Nem sempre as pessoas tem a intenção de nos prejudicar.
No dia seguinte, ao chegar à escola, viu Mário que, receoso, ficou longe.
Valter foi ao encontro do amigo e, sorridente, falou-lhe:
Perdoe-me pelo que fiz ontem. Eu não sabia o mal que lhe causava! Só agora entendo o que você passou.
Mário respirou aliviado e perguntou:
- não preciso comprar um apontador novo para você?
Valter, mais compreensivo diz:
- Já tenho outro apontador e quando você necessitar apontar o lápis, terei o imenso prazer em emprestá-lo.
Assim, os dois amigos, felizes, entraram na sala para mais um dia de aula.



Disponível em: <http://maritapianaro.blogspot.com.br/2014/07/perdao.html>
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