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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Evangeliza - Lindos Casos de Chico Xavier

Lindos Casos de Chico Xavier
 (Ramiro Gama)




2 - O Valor da Oração

A madrinha do Chico, por vezes, passava tempos entregue a obsessão. Assim é que, nessas fases, a exasperação dela era mais forte. Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.
Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum. À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.
— Então, a senhora não sabe — explicou o Chico — tenho passado muita fome. — Ora, você está reclamando muito, meu filho! — disse Dona Maria João de Deus — menino guloso tem sempre indigestão.
— Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa...
A mãezinha abraçou-o e recomendou:
— Continue na oração e espere um pouco.
O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal. Aproximou- se dele e deixou cair da bocarra um objeto escuro. Era um jatobá saboroso...
Chico recolheu, alegre, O pesado fruto, ao mesmo tempo em que reviu a mãezinha ao seu lado, acrescentando.
— Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.
E, despedindo-se da criança, acentuou:
— Como você observa, meu filho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome de Jesus.

29 - Solidão Aparente

Em meados de 1932, o “Centro Espírita Luiz Gonzaga” estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Carmen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico. Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos
da vida familiar. O grupo ficou limitado a três companheiros.
D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os
dois irmãos. José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento. Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a frequência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
Vendo-se sozinho, o médium também quis ausentar-se.
Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no Centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
— Você não pode afastar-se.
Prossigamos em serviço.
— Continuar como? Não temos frequentadores...
— E nós? — disse o Espírito amigo. — Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos a lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto.
Em seguida, abria O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, ao acaso e lia essa ou aquela instrução, comentando- a em voz alta.
Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento. Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel. Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas-feiras.

33 - Pedindo esmola para enterrar o ex-patrão

Chico levantara-se cedo e, ao sair, de charrete, para a Fazenda, encontra-se no caminho com o Flaviano, que lhe diz:
— Sabe quem morreu?
— Não!...
— O Juca, seu ex-patrão.
Morreu na miséria, Chico, sem ter nem o que comer.
— Coitado! E Chico tira do bolso o lenço e enxuga os olhos.
— A que horas é o enterro?
— Creio que vão enterrá-lo a qualquer hora, como indigente, no caixão da Prefeitura, isto é, no rabecão...
Chico medita, emocionado, e pede:
— Flaviano, faça-me um favor: vá à casa onde ele desencarnou e peça para esperarem um pouco. Vou ver se lhe arranjo um caixão, mesmo barato.
Flaviano despede-se e parte.
Chico desce da charrete. Manda um recado para seu Chefe.
Recorda seu ex-patrão, figura humilde de bom servidor, que tanto bem lhe fizera. E ali mesmo, no caminho, envia uma prece a Jesus:
“Senhor, trata-se de meu ex-patrão, a quem tanto devo; que me socorreu nos momentos mais angustiosos; que me deu emprego com o qual socorri minha família; que tanto sofreu por minha causa. Que eu lhe pague, em parte, a gratidão que lhe devo. Ajude-me, Senhor”.
E, tirando o chapéu da cabeça e virando-o de copa para baixo, à guisa de sacola, foi bater de porta em porta, pedindo uma esmola para comprar um caixão para enterrar o extinto amigo.
Daí a pouco, toda Pedro Leopoldo sabia do sucedido e estava perplexa, senão comovida com o ato do Chico.
Seu pai soube e veio ao seu encontro, tentando demovê-lo daquele peditório.
— Não, meu pai, não posso deixar de pagar tão grande dívida a quem tanto colaborou conosco.
Um pobre cego, muito conhecido em Pedro Leopoldo, é inteirado da nobre ação do Chico, a quem estima.
Esbarra com ele:
— Por que tanta pressa, Chico?
— Meu nêgo, estou pedindo esmolas para enterrar meu ex-patrão.
— Seu Juca? Já soube. Coitado, tão bom! Espere aí, então, Chico. Tenho aqui algum dinheiro que me deram de esmolas ontem e hoje.
E despejou no chapéu do Chico tudo o que havia arrecadado ate ali. Chico olhou-lhe os olhos mortos e sem luz. Viu-os cheios de lágrimas.
Comoveu-se mais.
— Obrigado, meu nêgo! Que Jesus lhe pague o sacrifício.
Comprou com o dinheiro esmolado o caixão. Providenciou o enterro. Acompanhou-o até o cemitério. E já tarde, regressou à casa.
Tinha vivido um grande dia.
Sentou-se à entrada da porta. Lá dentro, os irmãos e o pai, observavam-no comovidos.
Em prece muda, agradeceu a Jesus. Emmanuel lhe aparece e lhe sorri. O sorriso de seu bondoso Guia lhe diz tudo. Chico o entende.
Ganhara o dia, pagara uma dívida e dera de si um testemunho de humildade, de gratidão e de amor ao Divino Mestre.


35 - Vá com Deus

Eram oito horas da manhã de um sábado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na véspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel.
Não esperara a charrete. Fora mesmo a pé para o escritório da Fazenda. Não andava, voava, tão velozmente caminhava.
Ao passar defronte à casa de D. Alice, esta o chama:
— Chico, estou esperando-o
desde às seis horas. Desejo-lhe uma explicação.
— Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoço, lhe atenderei.
D. Alice fica triste e olha o irmão, que retomara os passos ligeiros a caminho do serviço.
Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz:
— Volte, Chico, atende à irmã Alice. Gastará apenas cinco minutos, que não irão prejudicá-lo.
Chico volta e atende.
— Sabia que você voltava, conheço seu coração.
E pede-lhe explicação como tomar determinado remédio homeopático que o caroável Dr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermédio do abnegado médium.
Atendida, toda se alegra. E despedindo-se:
— Obrigada, Chico. Deus lhe pague! Vá com Deus!
Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos.
Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede:
— Pare um pouco e olhe para trás e veja o que está saindo dos lábios de D. Alice e caminhando para você.
Chico para e olha: uma massa branca de fluidos luminosos sai da boca da irmã atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo...
— Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviçais, quando possibilitamos a alegria cristã aos nossos irmãos?
E concluiu:
— Imagine se, ao invés de vá com deus, dissesse, magoada, “vá com o diabo”. Dos seus lábios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior.
E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lição recebida, entendendo em tudo e por tudo o serviço do Senhor, refletido nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerância, Afabilidade, Doçura, Amor.

95 - A lição do bilhar

Num domingo em que estava de plantão no estabelecimento do qual é empregado, Chico levantara-se cedo e foi a pé para seu escritório. Ao passar, às 7 horas da manhã, defronte de um bar, admirou-se por ver, tão cedo, um grupo de rapazes jogando bilhar. Na hora do almoço, os mesmos rapazes jogavam bilhar. De tarde, às 17 horas, veio para jantar, e, de volta, reparou que o mesmo grupo ali estava, no bar, carambolando. Por fim, às 22 horas, ao regressar à casa, acabada sua tarefa, passou de novo pelo mesmo local e, surpreso, verificou que o mesmo conjunto de jovens ali estava ainda no mesmo entretenimento.
Exclamou consigo mesmo: — Meu Deus, será possível o que vejo? Tenho tanto trabalho, não me sobra tempo para perdê-lo.
No entanto, esses moços atravessaram o dia inteiro em passatempo inútil...
De imediato, porém, ouviu a palavra de Emmanuel, a dizer-lhe:
— O bilhar também é uma criação de Deus. Detém os espíritos para que não sigam o caminho das trevas. Enquanto estes jovens se divertem, não mentalizam crimes, não aumentam as próprias faltas e nem dão acesso aos pensamentos tenebrosos dos Espíritos cristalizados na delinquência. Aprendamos, desse modo, a respeitar a Bondade de Deus.


(GAMA, Ramiro. Lindos Casos de Chico Xavier).


* * *

Certa vez, um amigo abordou o Médium e perguntou-lhe:
– Chico, em sua opinião, qual é o homem mais rico?
Como se estivesse a ouvir a voz de Emmanuel nos escaninhos da alma, o médium respondeu:
– Para mim, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades...
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
– E o homem mais justo e sábio?...
Com a mesma espontaneidade, ele esclareceu:
– O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever...
– Mas – insistiu, certamente, interessado em alguma revelação que lhe facilitasse a vida – o que você está me dizendo é o óbvio...
Com o fraterno sorriso de sempre, sem se deter na tarefa de atendimento aos que lhe procuravam a palavra, Chico redarguiu:
– Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio... Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a Verdade! O nosso problema é justamente este: queremos alcançar Céu, vivendo fora do óbvio na Terra!...
 




O ESPÍRITO MAIS ILUMINADO QUE O CHICO JÁ VIU.

O Chico contava que o espirito mais iluminado que ele tinha visto em toda sua vida foi um jovem soldado romano.
Este foi acusado pelas autoridades da época de esconder Jesus quando ele desapareceu por uns dias, foi levado, acusado e condenado pelos próprios colegas soldados.
Ele era cristão e com certeza sabia onde Jesus estava, foi levado ante a autoridade e desassombrado como todo jovem de 18 anos quando foi perguntado:
- Onde está Jesus? Você sabe onde Jesus se escondeu?
E Chico, em lágrimas contava essa historia, Emmanuel contou a ele, e o Chico teve a visão da historia.
O soldado imediatamente diz:
- Queres saber onde encontrar Jesus? Pois ele está aqui no meu coração.
Sem pensar duas vezes a autoridade disse: 
- Ah é? Pois então arranquem-lhe o coração.
E ali mesmo os soldados com uma faca, lhe arrancaram o coração, com ele ainda vivo.
Ele cai, naturalmente, morto.
Mas, quando Emmanuel contou essa historia para o Chico, de repente ficou cego, devido tamanha luminosidade irradiada do peito do rapaz, que se fez presente em seu quarto.
A Luz que saía do coração, que faltava ao soldado, era tão tremenda, que o chico olhou pela Janela, e todo o quarteirão, até onde ele podia alcançar, estava iluminado com uma intensa luz dourada.
Extraordinária.
O Chico contava:
"- Foi o Espírito mais iluminado que eu Vi em toda minha vida, porque ele havia tido o coração arrancado, já que ali era a morada de Jesus".






sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Monge de Manilha

O Monge de Manilha
(Emmanuel - Francisco Cândido Xavier)

 [...] lembrando a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra, recordemos o episódio do monge de Manilha, que, acusado de tramar a liberdade de sua pátria contra o jugo dos espanhóis, é condenado à morte e conduzido ao cadafalso.
No instante do suplício, soluça desesperadamente o mísero condenado: - "Como, pois, será possível que eu morra assim inocente? Onde está a justiça? Que fiz eu para merecer tão horrendo suplício?"
Mas um companheiro corre ao seu encontro e murmura-lhe aos ouvidos: - "Jesus também era inocente!..."
Passa, então, pelos olhos da vítima, um clarão de misteriosa beleza.
Secam-se as lágrimas e a serenidade lhe volta ao semblante macerado, e, quando o carrasco lhe pede perdão, antes de apertar o parafuso sinistro, ei-lo que responde resignado: - "Meu filho, não só te perdôo como ainda te peço cumpras o teu dever."


( XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz. Pelo Espírito de Emmanuel. Pag. 111).

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Evangeliza - História - Aprendendo a Viver

História - Aprendendo a Viver
(Célia Xavier Camargo)








Morando numa pequena casa em um bairro humilde, Toninho vivia inconformado.
Na escola via colegas mais bem vestidos, calçando tênis caros, e sentia-se triste. Gostaria de ser como um deles, ter casa bonita, passear no “Shopping Center”, ter brinquedos sofisticados, “vídeo games”. Ouvia o relato dos amigos sobre programação de final de semana, e ficava humilhado.
Porque só ele tinha uma vida tão chata e tão sem atrativos?
Nunca podia comprar nada de diferente, usava o par de tênis que não servia mais para o seu irmão, e suas roupas estavam velhas e surradas. É bem verdade que a mamãe as trazia sempre limpa e bem passadas, mas Toninho sentia-se mal por usar sempre as mesmas roupas.
Ao chegar em casa para o almoço, reclamava. A comidinha era simples e nunca tinha pratos diferentes.
- Outra vez feijão com arroz?
O pai, operário de uma fábrica, respondia com paciência:
- E não está bom? Tem muita gente que não tem o que comer, meu filho! Vamos agradecer a Deus, pois nunca passamos fome.
Toninho não respondia. Baixava a cabeça e punha-se a comer, de má-vontade.
Certo dia, Toninho saiu de casa chateado. Brigara com os pais, pois queria uma calça jeans que tinha visto numa loja no centro da cidade e seu pai lhe dissera que era impossível naquele momento. Não tinha dinheiro.
Nervoso, engolindo as lágrimas e chutando uma lata, Toninho foi para a rua. Andou bastante, sem destino. Cansado aproximou-se dele e pediu uma moeda.
Ele olhou admirado para a garota, afirmando:
- Não tenho dinheiro!
- Mas você parece rico. Deveria ter dinheiro.
Espantado, Toninho olhou melhor para a menina, achando graça.
- Então, acha que sou rico?
- Pois não é? Está limpo, bem vestido, bem calçado. Aposto que tem até uma casa!
Toninho, que sempre se considerara muito pobre, perguntou:
- Tenho. Por quê? Você não tem uma casa?
A menina respondeu, apontando para um lugar ali perto:
- Não. Moro debaixo daquele viaduto ali.
Toninho, que nunca se dera conta da verdadeira pobreza, estava horrorizado. A menina, cujo nome era Júlia, convidou-o para conhecer “sua casa” e ele a acompanhou.
Lá chegando, Toninho viu um casal simpático acendendo o fogo num fogão improvisado com tijolos. Também havia outras famílias dividindo o local.
Os pais de Júlia o receberam com um sorriso. Haviam alguns gêneros alimentícios e estavam contentes. Teriam o que comer naquele dia e poderiam até ajudar outras famílias que ali estavam.
- Não se assuste – disse a mãe de Júlia a Toninho -, sem sempre estivemos nessa situação. Acontece que há alguns meses meu marido foi dispensado na indústria onde trabalhava e está desempregado até hoje. Não pudemos mais pagar o aluguel e fomos despejados. Para comprar o que comer, fomos vendendo os móveis e eletrodomésticos que possuímos. Assim, perdemos o jogo de sofá, a geladeira, o fogão, o aparelho de som, as camas. Agora, estamos morando aqui debaixo deste viaduto. Mas, não pense que estamos tristes. Não, de modo algum! Sempre agradecemos a Deus por termos onde nos abrigar. Existem pessoas que nem isso possuem!
Toninho sentiu um nó na garganta. Despediu-se, emocionado.
Chegando em casa, Toninho sentiu a segurança e o aconchego do ambiente doméstico. Entrou na cozinha e um cheiro bom de comida veio do fogão.
Seu pai chegou da fábrica e sentaram-se para comer. Toninho pediu para fazer a oração de agradecimento.
- Muito obrigado, Senhor, por tudo que nos concedeste. Pela nossa casa, pela família, pela comida. E que nunca nos falte o necessário para viver. Assim seja.
Notando que o filho estava emotivo e diferente, o pai explicou:
- Meu filho, amanhã eu irei receber um dinheiro extra e poderei comprar aquela calça jeans que você tanto deseja.
Para sua surpresa, Toninho respondeu:
- Não, papai, não precisa. Isso agora já não tem qualquer importância.
Vendo o espanto dos pais, que nada estavam entendo, o menino contou-lhe a história da Júlia, sua nova amiga.
Os pais de Toninho também quiseram conhecer a família de Júlia, que tanto bem fizera a seu filho, e tornaram-se amigos. O pai de Toninho explicou o caso na fábrica e, dentro de poucos dias, surgindo uma vaga, o pai de Júlia foi contratado.
Na escola, agora o comportamento de Toninho era completamente diferente. O exemplo de otimismo e resignação daquela família havia tocado seu coração. Mostrava-se mais alegre, satisfeito e nunca mais se sentiu infeliz, reconhecendo que a vida é um bem muito precioso e que Deus dá a cada um o necessário para poder viver.

Disponível em: <http://evangelizacao-infantil.blogspot.com.br/2011/06/aula-obediencia-e-resignacao.html> ou <http://www.oconsolador.com.br/34/espiritismoparacriancas.html>


domingo, 11 de setembro de 2016

Evangeliza - História - O recém-nascido

 O recém-nascido
(Célia Xavier Camargo)
 

 Em certa região bem distante, morava um homem muito pobrezinho. Um dia, andando pela mata à procura de lenha para vender, à margem do caminho encontrou uma cesta e, dentro dela, viu uma criança.
Ouviu  o  choro  fraco  do  recém-nascido,  que  estava cuidadosamente  embrulhado numa manta e, cheio de compaixão, pegou o pequenino aconchegando-o ao peito.
De coração generoso, imediatamente resolveu levá-lo para casa. Preocupava-o, porém, a pobreza extrema em que vivia. Como cuidar do bebê, prover-lhe as necessidades, ele, a quem muitas vezes faltava o que comer? Quem sabe alguém com mais recursos, que passasse por aquela estrada, poderia ficar com ele e dar-lhe uma vida melhor?
Contudo, ouvindo os vagidos da criança que o fitava com olhinhos vivos, comentou alto:
- Não posso abandoná-la aqui exposta aos perigos. Deus vai me ajudar! Além disso, sempre quis ter um filho. Melhor dividir com esta criança a minha pobreza do que deixá-la entregue a destino incerto.
Como se entendesse a decisão que o lenhador tomara, o recém-nascido se aquietou e dormiu tranqüilo. 
Chegando em casa, o homem abriu a porta e disse:
- Mulher, veja o que eu trouxe!
A esposa, curiosa, aproximou-se e abriu o embrulho que o marido trazia nos braços. O recém-nascido dormia serenamente, e seu coração se enterneceu. Cheia de alegria, exclamou:
- O filho que sempre quisemos ter! Deus ouviu nossas preces!
Ao mesmo tempo, consciente da miséria em que vivia, indagou, aflita:
- Mas, como vamos cuidar do bebê, João? Não temos comida nem para nós! E uma criança precisa de cuidados especiais!
Confiante, o marido respondeu:
- Não se aflija, Ana. Se o Senhor nos mandou este bebê, certamente nos dará os meios para sustentá-lo.
Era um menino e deram-lhe o nome de Benvindo.
A partir desse dia, tudo mudou. A casa, antes triste e sem vida, tornou-se alegre e cheia de risos.
João, mais estimulado ao trabalho, agora não se limitava a procurar lenha no mato para vender. Buscava outras fontes de renda.
Sabendo da criança, um sitiante das redondezas vendeu-lhe uma cabra por preço módico que João poderia pagar como pudesse. Assim estava garantido o leite do bebê.
A vida estava mudando. Mas isso não bastava. O que mais poderia fazer?
João, na soleira da porta da casa, olhava o terreno que se estendia à sua frente e pensou que poderia cultivá-lo. Assim, teriam verduras, legumes e talvez algumas frutas.
Não pensou duas vezes. O homem que lhe vendera a cabra arrumou-lhe também sementes e mudas diversas, satisfeito por vê-lo interessado no trabalho.
João pegou o machado e derrubou algumas árvores, limpando o terreno. Depois, fez canteiros e jogou as sementes no solo. Plantou as mudas e cuidou delas com muito amor. 
Logo, tudo estava diferente. À medida que Benvindo crescia, forte e saudável, as plantas igualmente se desenvolviam na terra fértil. 
Dentro de pouco tempo, no terreno, antes inculto e abandonado, os legumes e as verduras surgiam, encantando a vista e trazendo fartura. As árvores frutíferas logo começaram a produzir: agora tinham bananas, laranjas, maçãs, mangas e limões à vontade. Como a produção fosse grande, além de terem alimentos,  João   passou   a   vender  as frutas, os legumes e as verduras excedentes.
Com o coração alegre pelas novas funções como mãe, transformando sua casa num lar, Ana passou a cuidar com mais carinho da moradia, a exemplo do marido, plantando um jardim e cultivando flores que enfeitavam e perfumavam o ambiente.
Benvindo crescia aprendendo a trabalhar com o pai. Era um menino vivo e inteligente. Ainda pequeno, João contou a ele como o encontrara abandonado e da satisfação de trazê-lo para casa, afirmando sempre:
- Você é nosso filho muito querido. Foi Deus quem o mandou para nós.

O tempo passou. Benvindo começou a freqüentar a escola, na aldeia. João e Ana faziam questão absoluta que o filho não fosse um analfabeto, como eles.
Mas, apesar de se considerarem ignorantes, souberam dar ao menino noções realmente importantes para sua vida, como amor a Deus e ao Evangelho de Jesus. E ele cresceu sabendo valorizar a honestidade, o trabalho, o respeito ao próximo, o perdão das ofensas e, acima de tudo, o bem.
Já moço, Benvindo foi morar numa cidade grande para continuar os estudos. Terminando o curso, com grande satisfação dos pais, ele retornou para casa e disse, emocionado:
- Papai, não sei como agradecer tudo o que fizeram por mim. Criança abandonada, poderia ter morrido de fome e de frio, mas graças a sua bondade, vim para esta casa como filho que tanto tem recebido de ambos. Tudo o que sou hoje devo a vocês. Muito obrigado!
Enxugando as lágrimas, Benvindo fitou o pai, já velhinho e encarquilhado, abraçando-o com profundo amor.
Comovido, João pegou o filho pela mão e levou-o para fora de casa, onde se descortinava lindo panorama: bem próximo, o jardim cheio de flores coloridas e perfumadas; um pouco mais além, do lado esquerdo, as árvores do pomar, carregadas de frutos. Do lado direito, a perder de vista, a horta, onde as verduras e legumes produziam fartamente.
- Está vendo tudo isso, meu filho?
- Sim, meu pai. É uma imagem que não me canso de admirar. Como é bonita a nossa propriedade!
- Pois bem. Nada disso existia antes de você vir para cá. Eu e sua mãe, envelhecidos e cansados da vida, não tínhamos disposição para lutar. Passamos até fome.
Fez uma pausa, limpou uma lágrima, e prosseguiu:
- Quando você chegou, meu filho, encheu-nos de esperança e de novo ânimo. Precisávamos alimentá-lo, vesti-lo, cuidá-lo. Para isso, tive que trabalhar muito. Mas o resultado aí está. 
Abraçando o filho com imenso carinho e justo orgulho, apontou as terras cultivadas:
- Assim, devemos tudo isso a você! E devo mais ainda. Devo a você, meu filho, a oportunidade e a bênção de ser chamado de PAI! 
A mãe, que chorava comovida, aproximou-se também e permaneceram abraçados por longo tempo.


Autoria: Célia Xavier Camargo ,“ O menino ambicioso, o servo insatisfeito e outras histórias.”
Disponível em: <http://www.oconsolador.com.br/50/espiritismoparacriancas.html>.
 

Evangelhização - A Jarra de Cristal - Perdão

A Jarra de Cristal




Valter era um menino cumpridor de seus deveres, porém, irredutível às coisas a seu ver erradas.
Muito estudioso, não falta um dia sequer à escola.
Sempre prestativo aos sue colegas, mas não perdoava ninguém se uma de sua coisas perdesse, se extraviasse ou se quebrasse.
Por isso, os meninos de sua classe evitavam pedir a ele qualquer material escolar.
Certo dia, Mário, um menino muito pobre, necessitou de um apontador de lápis e Valter prontificou-se a emprestar-lhe o seu.
De repente o apontador quebrou nas mãos do amigo.
Valter ficou furioso, enquanto Mário implorava, em vão, o seu perdão. O dono do apontador exigia receber um novo.
O pobre Mário chorava dizendo:
- Meus pais são pobres! Não tenho condições para comprar um apontador novo!
Chegando em casa, ainda revoltado, Valter contou a sua mãe o que acontecera. Ela aconselhou o filho a desculpar o amigo.Porém, ele não podia admitir o perdão.
Á noite, na hora de jantar, Valter foi servi-se de suco e ao colocar a jarra na pia, ela caiu e quebrou-se.
A mãe aproveitando a oportunidade para ensinar o filho, falou lhe severamente:
- O que você fez! Exijo que compre uma jarra nova, amanhã mesmo! Era uma jarra de cristal, que fazia parte de um conjunto de lindos copos.
O menino assustado, exclama:
- Comprar? Mas eu não tenho dinheiro! Não vou encontrar outra igual. Perdoe-me, mamãe, perdoe-me!
- Você também não perdoou seu companheiro! Ele também não pode comprar outro apontador!
Valter engasgou, não conseguia mais falar, o seu coração batia aceleradamente. Percebia como havia agido errado!
Sua mãe, então, se aproximava dos cacos da jarra e lhe diz bondosamente:
- Aproveite bem, meu filho, esta lição. Na vida temos necessidade de avaliar sempre as situações que exigem compreensão e perdão. Nem sempre as pessoas tem a intenção de nos prejudicar.
No dia seguinte, ao chegar à escola, viu Mário que, receoso, ficou longe.
Valter foi ao encontro do amigo e, sorridente, falou-lhe:
Perdoe-me pelo que fiz ontem. Eu não sabia o mal que lhe causava! Só agora entendo o que você passou.
Mário respirou aliviado e perguntou:
- não preciso comprar um apontador novo para você?
Valter, mais compreensivo diz:
- Já tenho outro apontador e quando você necessitar apontar o lápis, terei o imenso prazer em emprestá-lo.
Assim, os dois amigos, felizes, entraram na sala para mais um dia de aula.



Disponível em: <http://maritapianaro.blogspot.com.br/2014/07/perdao.html>

domingo, 4 de setembro de 2016

Evangeliza - O Anjo Silencioso

O Anjo Silencioso
(Eurípedes Barsanulfo)


No cimo da cruz, reconhecia o Senhor que, em verdade, no mundo, não havia lugar para Ele...

Sem asilo para nascer, fora constrangido a valer-se do ninho dos animais e, sem pouso para morrer, içavam-no ao lenho dos malfeitores.

Agora, porém, que se isolara mentalmente na gritaria em torno, espraiava-se-lhe a visão...

Fitava, em espírito, os grandes palácios da Terra, ocupados pelos poderosos que se vestiam de púrpura e ouro, cercados de mulheres escravas e servos infelizes, e notou que dominavam os quatro cantos do globo, prestigiando os verdugos do sangue humano e os falsos profetas que lhes entorpeciam as consciências...

Mas, entre os altos muros que os apartavam, viu também o Senhor os que viviam desajustados quanto Ele mesmo...

Assinalou os mártires da justiça, encarcerados nas prisões; as vítimas da calúnia, açoitadas em praça pública; os heróis da fraternidade, em postes de martírio; os lidadores do bem, cedidos em pasto às feras; os amigos da educação popular, sob o cutelo de carrascos inconscientes; os perseguidos, condenados a ferros em regiões inóspitas; as mães desamparadas, cujo pranto caía como orvalho de fel sobre a terra seca; os velhos sem esperança; os caravaneiros da nudez e da fome; os doentes sem leito e as crianças sem lar...

Entre os homens igualmente não havia lugar para eles.

Como outrora, à frente de Lázaro morto, Jesus chorou...

Chorou e suplicou a Deus a vinda de alguém que o representasse ao pé dos aflitos... alguém que lenisse chagas sem recompensa, que enxugasse lágrimas sem queixa e servisse sem perguntar...

E o Pai Misericordioso enviou-lhe toda uma coorte de anjos que o louvavam, felizes, transformando o madeiro numa apoteose de luz, com exceção de um deles que, ao invés de adorá-lo, procurou-lhe, respeitoso, os lábios trementes, como quem lhe buscava as derradeiras ordenações.

Não percebeu a multidão desvairada o que se passou entre o Cristo agonizante e o mensageiro sublime; no entanto, de imediato, o nume celeste, sereno e compassivo, desceu do monte para os vales humanos, nos quais, desde então, até hoje, converte o ódio em amor, a expiação em ensinamento, a dor em alegria, o desespero em consolo e o gemido em oração...

Esse anjo silencioso é o Anjo da Caridade.

Por isso, toda vez que lhe ouvis a inspiração divina, abraçando os sofredores ou amparando os necessitados, ainda mesmo através da mais leve migalha de pão ou de entendimento, é a Jesus que o fazeis.



Psicografia em Reunião Publica - Data: 11-01-1959
Local – Lar Espírita Bezerra de Menezes, na cidade de Uberaba, Minas.




(XAVIER,
Francisco Cândido. Do livro: Através do Tempo. Ditado por Espíritos Diversos). 

 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Evangeliza - O Vaso com Rachaduras


 O Vaso com Rachaduras




Uma senhora chinesa já idosa, carregava dois vasos grandes, cada um pendurado na ponta de uma madeira que se apoiava em seus ombros.
Um dos vasos tinha uma rachadura, e o outro era perfeito e sempre levava todo o seu conteúdo de água.
No fim do longo percurso o vaso defeituoso chegava sempre com  metade do seu conteúdo.
E foi assim por dois longos anos, a senhora idosa levava para casa um vaso e meio de água.
O vaso perfeito era orgulhoso, pois cumpria  sempre a sua obrigação, estava muito vaidoso de seus resultados.
O vaso defeituoso ao contrário envergonhava-se da sua imperfeição;  perdia sempre  metade do seu conteúdo.
Depois de dois anos, reconhecendo seu defeito durante um trajeto, falou com a senhora idosa:
- “Peço-lhe desculpas! Sinto muito, que por causa do meu defeito  perca metade do meu conteúdo.”
A senhora idosa sorriu e disse:  - Já reparaste nas flores que estão do teu lado? Enquanto no outro lado não.
- Isto porque eu sempre soube que em ti havia uma rachadura, então plantei sementes do teu lado e a cada dia que fazia este trajeto tu regavas as sementes.
- Por dois anos recolhi estas maravilhosas flores para decorar a nossa mesa.
- Sem ti e a tua maneira de ser, não seria possível esta beleza para alegrar a nossa casa.

Cada um de nós tem o seu defeito particular… busquemos renovar sempre, num esforço contínuo de vencer nossas imperfeições.
Devemos aceitar as pessoas como são, procurando ver nelas aquilo que têm de melhor.
Nem tudo aquilo que chamamos de defeito é efetivamente destrutivo; precisamos aperfeiçoar a visão que temos de nós mesmos. Introjetar-se em nosso interior e exibir as virtudes que glorificam ao nosso Deus.
(Com base em Lenda Indiana).
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