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sábado, 30 de julho de 2022

Evangeliza - Inteligência e Amor - Chico Xavier - Um homem chamado amor

Inteligência e Amor


Amigos, Jesus nos abençoe!

A inteligência humana conseguirá atingir as maiores realizações:

Poderá conhecer a estrutura de outros mundos;

construir no piso dos mares;

escalar os mais altos montes;

interferir no código genético das criaturas;

decifrar os segredos da vida cósmica;

penetrar os domínios da mente e controlá-los;

inventar os mais sofisticados aparelhos que propiciem o reconforto;

criar estatutos para o relacionamento social e transformá-los, segundo as suas próprias conveniências;

levantar arranha-céus ou materializar as mais arrojadas fantasias…

Entretanto, nunca poderá alterar as leis fundamentais de Deus e nem viver sem amor.

(Emmanuel).


(Mensagem de Emmanuel psicografada por Francisco Cândido Xavier no programa "Sexta Super Especial" da TV Globo, no dia 23 de maio de 1980, às 21 horas, em homenagem à Chico Xavier: UM HOMEM CHAMADO AMOR. O nome do programa que surgia como apoio e divulgação à campanha para indicação de Chico Xavier ao Prêmio Nobel da Paz).


À Sombra do Abacateiro

 
À sombra do abacateiro em 11 de setembro de 1982 falando sobre a lição do jugo leve, Chico Xavier contou o seguinte diálogo entre um pastor de ovelhas e um aprendiz, lição que vale a pena recordar sempre:-Se uma ovelha cair na fossa, o que você fará?
O pastor respondeu: - Eu a tiro e carrego.
- Mas e se a ovelha se machucar, se estiver ferida? - tornou o aprendiz.
- Eu a curo e, mesmo se estiver sangrando, eu a carrego - retrucou o pastor.
O aprendiz pensou demoradamente e indagou, por fim:
- Mas e se a ovelha fugir para muito longe, léguas e léguas?
O pastor, zeloso e experimentado, fitando o grande rebanho que pastava no vale, respondeu: - Eu não posso ir atrás, porque eu não posso deixar todo o rebanho por causa de uma rebelde... Eu mando o cão buscá-la...
E Chico concluiu: A mesma coisa faz o Cristo, diante de nós, quando nos afastamos do caminho certo, léguas e léguas. Ele não vai atrás, mas vai o cão, que é o sofrimento...!
(Hilárias e Sábias Lições de Chico Xavier -Carlos A. Baccelli).




domingo, 24 de julho de 2022

Evangeliza - Carta aos Mestres

 CARTA AOS MESTRES

(Casimiro Cunha)



Meu amigo, tu que vives
No santo esforço do ensino,
Estás a criar um mundo
Num cérebro pequenino.

Guarda, em tudo, por modelo
Aquele Mestre dos mestres,
Que é o amor de todo o amor
Na luz das luzes terrestres.

Se existem pais na matéria
Do organismo terrenal,
Tu formas os pais do mundo
Na senda espiritual.

Prepara-te na tarefa
Com o auxílio de Jesus,
Que faças em teus ensinos
Cada vez mais vida e luz.

Depois das mães devotadas,
É a ti que o Cristo confia
A missão da caridade
Que instrui, remodela e guia.

Não te lembras do Evangelho?
Seu roteiro ainda é o nosso,
Um cego guiando cegos
Cai sempre dentro do fosso.

Cada lição de teus lábios,
Seguida do bom exemplo
É uma coluna divina,
Sustentáculo de um templo.

Muita vez, és responsável,
ante a justiça do Além,
Se deixaste de ensinar
As puras noções do Bem.

Se te desvias do mundo,
Na estrada das tentações,
Podes cair, arruinando
Centenas de corações.

Mas, se te elevas, criando
Luzes novas da Verdade,
Caminharás para Deus
Em santa felicidade.

Tem zelo contigo próprio,
Embora as pedras, o espinho...
Há muitos irmãos na Terra
Com os olhos no teu caminho.

Nas lições de cada dia,
Busca ensinar, com perdão,
Guarda acima dos compêndios
O livro do coração.

Acolhe a todos. A idade
Não representa saber,
Ampara o velhinho rude
Desejoso de aprender.

Meu amigo, Deus te ajude
A entender o Bom Pastor.
Que sejas sobre este mundo
O Mensageiro do Amor.




ATENDE A JESUS
(Casimiro Cunha)

Todo apelo da verdade,
Do amor, da consolação,
É Jesus que te procura
À porta do coração.

Já pensaste? A mão do Mestre
Que te alivia e te acalma,
Custou muito a despertar
O íntimo de tua alma.

Muita vez, foi necessário
Que visses miséria e dor,
A fim de experimentares
Os bens de Nosso Senhor.

Atende à voz de Jesus.
Condição? Trabalho? Idade?
Nada empana, sobre a Terra,
A luz da boa vontade.

Busca vibrar no Evangelho,
Reforma-te, sem alarde.
Atende agora. Amanhã
Talvez seja muito tarde.

(XAVIER, Francisco Cândido. Cartas do Evangelho. Ditados pelo Espírito Casimiro Cunha).


terça-feira, 19 de julho de 2022

Evangeliza - A Lição do Semeador

A Lição do Semeador

(Selma Lagerlöf - Divaldo Pereira Franco)


Ulverson Olsson era um homem portador de caráter especial, que se tornara indiferente ao bem, afirmando que ninguém realizava qualquer coisa de útil, que não mantivesse sob disfarce os interesses inescrupulosos dos desejos egoísticos.

Nascera num lar abastado de família tradicional e a ociosidade dele fizera um fútil, destituído dos sentimentos superiores de solidariedade e de amor.

Nos seus comentários ácidos sempre destilava pessimismo, a soldo de um comportamento cínico e destruidor.

Zombava da ingenuidade de Nils Holgersson e da pata Abba de Kebnekaise em sua viagem fantástica pelas fronteiras da Suécia demarcando as regiões, reduzindo todos os atos de amor a lendas e fantasias da imaginação de pessoas que considerava servis.

Tendo visitado a Lapônia (Lapplandis lãn) desconsiderava as tradições e as heranças místicas do seu nobre povo, lamentando não haver nascido na formosa região, onde os gênios e as fadas confraternizam com as criaturas vegetais, animais e humanas, para ter o prazer de as negar.

Como a sua existência era ociosa, viajava, quase sem cessar, a fim de apaziguar o vazio interior, que resultava da falta de objetivos elevados com que a existência humana se torna digna e formosa.

Insensível ao amor, comprometera-se intimamente gratificar qualquer pessoa cujos gestos de abnegação fossem destituídos de ambições egotistas.

Mesmo quando se referia a Jesus, em cuja doutrina fora educado, recusava-se a render-se ao Amor capaz de apaziguar todas as inquietações com a doçura do Seu olhar, com a musicalidade da Sua voz e com a inefável bondade do Seu coração.

Nesse tormento, fizera-se solitário e, porque não dizer, infeliz.

A felicidade é filha predileta do sentimento dos deveres tranquilamente cumpridos, mas Ulverson, distanciado do trabalho de solidariedade humana, não atendia a compromissos morais relevantes, nem desempenhava atividades que lhe exalçassem o caráter.

Nem mesmo as doces criancinhas conseguiam arrancar-lhe um sorriso de carinho ou um gesto afetuoso.

Dizia que se tratava de seres desagradáveis, e que, ingênuas na infância iam crescer depois, tornando-se arrogantes e desagradáveis quando adolescentes e adultos…

Parecia a figueira que secou, a grave lição apresentada por Jesus, no Seu Evangelho, como ensinamento profundo a respeito da produção que tudo e todos devem cumprir.

O seu mau humor tornara-o uma pessoa indelicada e desagradável.

A vida humana é rica de oportunidades para amar-se e confraternizar-se, espalhando alegrias e produzindo bem-estar.

Existem muitos corações afetuosos que perderam o rumo e, semelhantes a embarcações sem leme, navegam à matroca, correndo riscos numerosos.

Também são incontáveis aqueles que experimentam sofrimento e solidão, por não encontrarem uma palavra de amizade ou de compreensão, ajuda fraternal e entendimento, capazes de diminuir-lhes as culpas, os conflitos, as aflições pessoais…

Toda vez quando alguém se resolve por ajudar outrem, torna-se melhor, descobre o valor da existência e enriquece-se de alegria.

Não era o caso de Olsson, o viajante desencantado de si mesmo.

Numa das viagens, enquanto caminhava triste, observou um homem de avançada idade, que plantava pinheiros. Silenciosamente, cavava o buraco na verde relva e colocava uma semente, cobria-a e seguia adiante.

Parecia cansado, vergado ao peso dos anos, mas o semblante apresentava um sorriso jovial e encantador.

Tudo nele denotava a presença da felicidade, que nascia nas fibras delicadas do amor.

O rosto se encontrava iluminado por um sorriso gentil.

Quando Olsson o viu, sentiu-se estranhamente atraído pelo semeador, a quem interrogou:

Essas terras lhe pertencem, considerando-se que o senhor está plantando essas pináceas que crescem lentamente e que a sua idade não lhe permitirá vê-las grandiosas?

Não, não me pertencem essas terras. São da comunidade e delas cuido para que permaneçam exuberantes em decorrência das árvores nelas plantadas e replantadas.

Certamente não as verei adultas e belas. Mas isso, para mim, não é importante, porque todas essas que existem a volta, não fui eu quem as plantou, e aqui estão oferecendo-nos madeira, sombra, beleza, mantendo a natureza em triunfo.

Ele fez uma pausa, e logo prosseguiu:

Quando eu era jovem, plantava legumes porque podia alimentar-me deles pouco tempo depois. Com o tempo ocorreu-me plantar árvores.

E o que o senhor ganha com isso? – interrompeu -o, desconfiado.

Ganho a alegria de semear. Recordo-me que muito antes de mim, houve Alguém que semeou vidas para todo o sempre. Mesmo quem planta árvores pensa em acolher-se na sua sombra, o que não é o meu caso, mas quem planta vidas, semeia para a eternidade, sem esperar qualquer recompensa. Foi o que fez Jesus.

Nunca devemos semear esperando a colheita por nós mesmos, mas por todos aqueles que virão depois.

Não espera nenhuma compensação?

Sim, o prazer de semear, de plantar beleza, de participar da vida.

Emocionado, pela primeira vez, Ulverson Olsson, saltou do animal e acercando-se do ancião, disse-lhe com inusitada alegria:

Permita-me plantar árvores com você e cuidar da sua vida, porque sou jovem e cheio de energias.

Como Alguém plantou vidas, espero que Ele aceite que eu seja cuidador também da vida que Ele semeou.

A partir dali, em face da lição do semeador, Ulverson fez-se, também, semeador de esperança, de alegria, de paz, de árvores e de vidas.


(Selma Lagerlöf - Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 28 de maio de 2008, em Estocolmo, Suécia. Em 01.06.2009).

domingo, 17 de julho de 2022

Evangeliza - A visita da Verdade

 A visita da Verdade

(Neio Lúcio - Francisco Cândido Xavier)


Certa feita, disse o Mestre que só a verdade fará livre o homem; (Jo 8:32) e, talvez porque lhe não pudesse apreender, de imediato, a vastíssima extensão da afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico:

— Senhor, que é a verdade?

Jesus fixou no rosto enigmática expressão e respondeu:

— A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o homem ainda está longe de suportar-lhe a sublime fulguração.

Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou:

— Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino. Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira, sentir-se o melhor de todos. Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava. O ar empestado sufocava-o — dizia ele em gritos comoventes. Pedia uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro. Afirmava-se robusto, apto, aproveitável. Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso? Chorava e bradava, não ocultando aflições e exigências. Que razões o obrigavam a viver naquela atmosfera insuportável?

Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe a Fé.

A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração.

O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo, voltou a lamuriar.

Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.

A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado. Para isso, rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.

O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas, retomou a lamentação.

Não podia respirar — clamava, em desalento.

Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o procurasse.

A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o, endereçando-lhe palavras de carinho, qual se lhe fora abnegada mãe.

Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando, revoltado, o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade.

Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e apavorou-se. Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas pustulentas da cabeça aos pés e, agora, percebia, espantado, que ele mesmo era o autor da atmosfera intolerável em que vivia. O pobre tremeu cambaleante, e, notando que a Verdade serena lhe abria a porta de libertação, horrorizou-se de si mesmo; sem coragem de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a frente, para aprender a limpar-se e purificar-se, fugiu, espavorido, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia.

O Mestre fez longa pausa e terminou:

— Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a realidade. Sentem-se com direito à recepção de todas as bênçãos do Eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial. Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desconsolam-se, creem e descreem, tímidos, irritadiços e hesitantes; todavia, quando a Verdade brilha diante deles, revelando-lhes a condição em que se encontram, costumam fugir, apressados, em busca de esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam cultivar a ilusão.

***

Em uma ocasião Jesus disse que somente a verdade fará livre o homem.

Acostumemo-nos, pois, à sublime luz da verdade, reconhecendo em nós mesmos as causas de nossas desditas e busquemos, corajosamente, meios de alcançar, de modo definitivo, nossa libertação.

(XAVIER, Francisco Cândido. Jesus no Lar. Pelo Espírito de Néio Lúcio. A visita da Verdade).


A Verdade

Muito se fala sobre a verdade. Dizem que a verdade sempre aparece, mais cedo ou mais tarde. Nada pode deter a sua marcha, no tempo.

No entanto, alguns de nós, por vezes ficamos a pensar que ela deveria ser mais ágil. Afinal, conhecemos na História da Humanidade, quantas vezes ela foi ofuscada por interesses de poderosos de toda sorte.

Conta-se que quando foi coroado rei da Pérsia, Dario mandou dar uma grande festa para todos os seus súditos, espalhados em cento e vinte e sete províncias.

Terminada a festa, adormeceu, mas foi despertado pelas vozes alteradas de três rapazes que discutiam acerca do que seria a coisa mais forte do mundo.

Em vez de admoestá-los, ficou a escutá-los.

Decidiram que cada um escreveria uma frase dizendo o que era a coisa mais forte e submeteriam ao rei o julgamento.

E assim foi feito. As frases foram entregues ao soberano que, oportunamente, realizou uma convocação de nobres e conselheiros, na sala dos julgamentos.

Foi lida a primeira frase: O vinho é o mais forte.

Aquele que a escrevera, considerou que o vinho tem muita força. Tanta que pode transformar em tolos os homens mais grandiosos.

O rei poderoso e a criança ignorante se igualam sob sua força. Coloca nuvens na memória e torna discussões sem valor porque tudo cai no esquecimento.

A segunda frase dizia: O rei é o mais forte.

A justificativa do autor foi de que o rei tudo manda e é obedecido. Envia soldados para a guerra, condena pessoas à morte ou lhes concede o perdão.

Todos os súditos lhe devem obediência e ele faz o que lhe agrada. É apenas um homem, mas por ele os soldados cruzam montanhas, derrubam muralhas, atacam torres e depois de conquistado o país, lhe trazem o espólio.

A terceira frase afirmava: A verdade é mais forte que todas as coisas.

A defesa da tese foi ardorosa. Disse o jovem:

O rei pode ser perverso, o vinho é perverso. Os homens podem ser maus. Todos eles perecerão. Mas a verdade é eterna.

É sempre forte. Nunca morre. Tampouco é derrotada. Faz o que é justo. Não pode ser corrompida.

Não necessita do respeito das pessoas para existir. É grandiosa e soberana sobre todas as coisas.

E Dario julgou que o terceiro jovem era o mais sábio.

O jovem se chamava Zorobabel. Era um judeu e foi líder do seu povo, na época de seu retorno a Jerusalém do exílio na Babilônia.

Foi um dos reconstrutores do templo em Jerusalém.

*   *   *

A verdade sempre predomina. A verdade cresce à medida que o ser se desenvolve.

Ela se faz profunda, é sempre atual e enfrenta a razão em todas as épocas com os equipamentos da lógica e da realidade.

A verdade é pão que nutre, medicamento que cura, guia que conduz com equilíbrio.

Jamais fica desconhecida, por maiores sejam os obstáculos que se lhe anteponham.

Escapa a qualquer controle, por ser soberana, e, mesmo quando aparentemente morta, renasce.

Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida. Onde se encontre, irradia claridade e calor.

Façamos a nossa parte.

Redação do Momento Espírita com base no cap. A verdade vencerá, de Ella Lyman Cabot, de O livro das virtudes, v. I, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira e no cap. Verdade libertadora, do livro  Sob a proteção de Deus, por Diversos Espíritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 2.9.2019.

O que é a verdade?

Contam as lendas que a verdade foi enviada por Deus ao mundo em forma de um gigantesco espelho.

E quando o espelho estava chegando sobre a face da Terra quebrou-se, partiu-se em inumeráveis pedaços que se espalharam por todos os lados.

As pessoas sabiam que a verdade era o espelho, mas não sabiam que ele havia se partido.

E por essa razão, as que encontravam um dos pedaços acreditavam que tinham nas mãos a verdade absoluta, quando, na realidade, possuíam apenas uma pequena parcela.

E quem deterá a verdade absoluta?

A verdade absoluta só Deus a possui e vai revelando ao homem na medida em que este esteja apto para conhecê-la.

Assim é que os inventores, os cientistas, os pesquisadores, vão descobrindo a cada século novas verdades que se acumulam e fomentam o progresso da Humanidade.

É como se fossem juntando os pedaços do grande espelho e conseguissem abranger uma parte maior.

Assim, a verdade é conquistada, graças aos esforços dos homens e não numa revelação bombástica sem proveito para quem a recebe.

Ademais, depois que a verdade é descoberta, ninguém pode encarcerá-la, nem guardá-la só para si.

Quem experimenta o sabor da verdade não mais permanece o mesmo. Toda uma evolução nele se opera e uma transformação radical e libertadora é inevitável.

Por vezes, a nossa cegueira não nos deixa vê-la, mas ela está em toda parte, latente, dentro e fora do mundo e é, muitas vezes, confundida com a ilusão.

Retida na consciência humana, é, a princípio, uma chispa que as forças do autoconhecimento e do autoaperfeiçoamento transformarão em uma estrela fulgurante.

A verdade emancipa a alma e a completa. Infinita, vitaliza o microcosmo e expande-se nas galáxias.

Vibra na molécula, agiganta-se no espaço ilimitado, e encontra-se ao alcance de todos.

É perene e existe desde todos os tempos e sobreviverá ao fim das eras.

A verdade é Deus. E para penetrá-la faz-se necessário diluir-se em amor como os grãos de açúcar em um cálice de água em movimento.

Só agora podemos compreender o motivo pelo qual Jesus calou-Se quando Pilatos lhe perguntou: O que é a verdade?

*   *   *

A verdade é luz que se expande.

Aquece sem queimar e vivifica sem produzir cansaço.

A meditação facilita-lhe o contato, a oração aproxima o homem da sua matriz e a caridade propicia a vivência com ela.

A humildade abre a porta para que adentre no coração do homem e a fé facilita-lhe a hospedagem nos sentimentos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, do livro: A um passo da imortalidade, pelo Espírito Eros, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 05.11.2009.

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