O Tesouro e o Trabalho
Narra uma lenda que um pescador muito preguiçoso dormiu à beira do rio, de onde deveria retirar o seu sustento, e ali sonhou.
Sonhou que encontrou em um campo um cântaro de ferro e tendo nele introduzido a mão, descobriu uma reluzente moeda de ouro.
Os olhos do pescador brilharam com intensidade. Tornou a introduzir a mão no cântaro por diversas vezes e, em cada uma delas, encontrava uma nova moeda igual à primeira.
Finalmente despertou e, animado pelo que sonhara, buscou alguém que lhe pudesse decifrar o significado daquelas imagens.
Um velho sábio, então, lhe falou: Não há mistério e qualquer um que queira pode decifrar o seu sonho. Vá até o rio, estenda as suas redes várias vezes e você haverá de descobrir, por si mesmo, o significado.
O pescador se encheu de bom ânimo e se dirigiu até o rio. As árvores frondosas das margens deitavam sombras sobre as águas cantarolantes e ligeiras.
O pescador viu vários peixes que nadavam na corrente. Rapidamente, lançou sua rede e apanhou alguns.
Novos peixes surgiram no seio profundo das águas e ele também os recolheu.
Assim trabalhou durante horas. Jamais pescara tanto. Pareceu-lhe, mesmo, que a pesca fora semelhante a de um mês inteiro.
Enquanto ainda estava na sua tarefa, ocorreu de passar pela margem um mercador. Ao ver os cestos abarrotados de peixes, aproximou-se e indagou o preço. Comprou todos por uma razoável quantia.
Foi só então, quando sentiu nas mãos as moedas tilintantes que o pescador compreendeu o verdadeiro significado do sonho e o sentido das palavras do velho sábio.
O cântaro nada mais era do que o rio de onde ele, pelo esforço do seu trabalho, tirava os peixes que, no mercado, se transformariam em moedas preciosas para as suas necessidades.
* * *
O trabalho é presença indiscutível no contexto do progresso. Sem ele, a vida permaneceria em seu caos inicial.
Tudo que existe é resultado do trabalho. A estátua que admiramos expressando beleza, fala do esforço com que o artista incansavelmente a trabalhou.
A terra florida e perfumada, ou o pomar repleto de frutos são a resposta das Leis do trabalho ao trato do solo.
Ao homem é concedida a honra do trabalho, que lhe permite desembaraçar-se do cipoal da ignorância, concedendo-lhe a alegria de exteriorizar a beleza e a harmonia que dormem latentes em sua intimidade.
Em qualquer situação, pois, o trabalho eleva quem o desenvolve e a ele se afeiçoa.
* * *
O trabalho é também terapia preventiva. Assim é quando preenche os espaços da mente e da emoção com o esforço do seu afeiçoado.
É também terapia curadora. Sempre que desperta o ser para a luta contra os seus limites, gerando possibilidades novas e meios de se recuperar.
O trabalho é Lei de Deus. Isso porque faculta ao homem crescimento no processo constante da evolução.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Perfil do trabalho, do livro Perfis da vida,
pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal, e no cap. O cântaro milagroso, do livro Lendas do céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Melhoramentos.
Em 28.08.2009.
Contando Tesouros
Após a aula de Educação Física, o professor Jorge pediu aos seus alunos que se reunissem em torno dele.
Como hoje é nosso último dia de aula, eu vou lhes propor um desafio, falou ele.
Aquele que me trouxer o objeto mais caro, seja qual for, ganhará esta bola de futebol.
Os alunos ficaram afoitos. Assim, ao sinal do professor, saíram correndo pela escola, a fim de buscarem o objeto mais caro que pudessem encontrar.
Alguns entraram nas salas de aula, pedindo aos outros professores que lhes emprestassem seus relógios, anéis, colares.
Outros foram conferir os enfeites que ornamentavam a mesa da diretora, buscando por aqueles que, julgavam, seriam os mais caros.
Meia hora depois, conforme o combinado, reuniram-se novamente na quadra esportiva, com o intuito de apresentar seus objetos ao professor.
Um a um, cada aluno foi apresentando ao educador e aos colegas o objeto coletado.
Alguns haviam trazido joias. Outros, artigos preciosos de decoração. Houve até mesmo quem trouxesse equipamentos eletrônicos.
E, então, chegou a vez de João.
Ele se postou à frente dos colegas e retirou do seu bolso uma pequena fotografia, na qual estavam retratados sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho e sua irmã caçula.
Os colegas, vendo objeto tão simples e comum, começaram a caçoar. As risadas que começaram meio tímidas logo cresceram em volume.
O professor repreendeu aquele comportamento e disse que cada qual era livre para apresentar aquilo que mais lhe aprouvesse.
Esperou, então, que todos os estudantes terminassem de apresentar suas conquistas e, pedindo silêncio, apontou o vencedor: João.
A turma não se conteve. Como poderia o professor ter escolhido a fotografia de João quando tantos objetos caros haviam sido apresentados?
Jorge, observando o alvoroço da turma, esperou pacientemente que eles se acalmassem e, dando voz a João, perguntou o motivo pelo qual ele apresentara aquele retrato de família.
Meus pais e meus irmãos são meu grande tesouro, respondeu o menino. Não há nada no mundo que, para mim, valha mais do que eles.
O professor, como que já esperando aquela resposta, sorriu para o garoto e o abraçou, lhe entregando o prêmio.
Depois, se dirigindo a toda turma, explicou: Recebemos da vida muitos tesouros: bens materiais, amizades, nossas famílias e muitos mais. Porém, alguns são mais valiosos do que outros.
O verdadeiro sábio,prosseguiu, é aquele que sabe dar o valor correto para cada um deles.
Sorrindo, finalizou: E, por acaso, existe bem mais precioso, mais caro e mais importante no mundo do que nossas famílias? Parabéns por nos lembrar disso, João!
* * *
O Criador, em toda Sua sabedoria, nos reúne em famílias a fim de que elas nos sejam laboratório de experiências.
Afinal de contas, como podemos almejar o amor ao próximo, o perdão, a caridade, a paciência e todas as outras virtudes, quando não as colocamos em prática nem ao menos com aqueles que são nosso próximo mais próximo?
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada.
Em 4.4.2014.
O Tesouro
Certa vez um homem procurou um sábio para ajudá-lo a encontrar um tesouro. Esse homem se chamava Omar e desejava ficar rico sem muito esforço.
Depois de ouvir Omar, o sábio lhe deu trinta livros e lhe disse que eles lhe dariam o tesouro de Ohlab.
Quando chegou em casa, Omar abriu o primeiro livro e verificou que ele estava escrito em árabe. Como não sabia ler árabe, matriculou-se em uma escola. Assim, leu o primeiro livro.
Nesse período ele resolveu trabalhar e conseguiu um emprego em uma loja, com um salário razoável.
Ao acabar de ler o primeiro e os demais livros escritos em árabe, ele aprendeu uma nova letra e acrescentou ao tesouro recebido. Agora ficou Ohlaba.
Os livros seguintes eram em hebraico. E ele foi aprender a ler naquela língua.
Conseguiu um emprego melhor. Era numa empresa de transporte de alimentos e ele teve um aumento de salário. Sua vida foi melhorando.
Concluindo a leitura dos livros em hebraico, ele colocou mais uma letra no tesouro que lhe dera o sábio. Agora ele tinha Ohlabar.
Os últimos dez livros eram em aramaico. E enquanto aprendia a língua desconhecida, ele teve nova chance. Passou a trabalhar na reforma e construção de casas.
O tempo passou.
Graças ao seu empenho, ele desfrutava de uma boa casa, roupas, dinheiro. Alguns amigos o consideravam rico.
Ao concluir a leitura do último livro, ele acrescentou mais uma letra àquelas anteriores. Agora ele tinha o vocábulo Ohlabart, com um h depois do O.
Omar olhou e tornou a olhar a palavra. Se aquele era o segredo do tesouro, ele não estava conseguindo decifrar. Voltou à casa do sábio e lhe disse que ele havia estudado árabe, hebraico e aramaico. Que trabalhara muito depois que o fora ver da primeira vez.
Contudo, apesar do estudo e do trabalho, ele não conseguia entender onde estava ou qual era o tesouro. Desolado, mostrou as letras que compunham a palavra Ohlabart.
O velho sábio o colocou frente a um espelho e, tomando da palavra escrita em um papel, a pos sobre o peito de Omar.
O que você está vendo? Perguntou o sábio.
Admirado, Omar viu a própria imagem refletida no espelho. Estava mudado. Seus músculos haviam enrijecido no trabalho, as mãos estavam calejadas e bem no meio do peito ele pôde ler: Trabalho, que era Ohlabart escrito de trás para frente.
Trabalho era o tesouro. Graças ao trabalho de estudar, ele crescera intelectualmente. Graças ao trabalho nas atividades profissionais a que se entregara, ele adquirira experiência e, bem assim, haveres materiais, que antes buscava de outras formas.
Sorriu, agradecido, e retornou para seu lar, para seus afazeres, sua família, seus estudos.
* * *
O trabalho é uma das Leis Divinas. E todos têm o dever de trabalhar.
Mesmo aqueles que, tendo muitas posses, não necessitem do trabalho para seu sustento, devem utilizar o tesouro do tempo no estudo e em uma atividade útil para si ou ao seu semelhante.
* * *
Não menospreze a oportunidade do trabalho. Graças ao trabalho, o homem progride, cresce e se agiganta.
E lembre: toda atividade útil é trabalho.
Redação do Momento Espírita, a partir de conto de autoria ignorada.
Em 21.08.2009.
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