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domingo, 16 de outubro de 2022

Evangeliza - A estrela partida

 

A estrela partida


A estrela Brilhantina estava muito triste porque tinha perdido uma das cinco pontas, não sabia nem onde nem como. Na noite anterior tinha saído com as outras estrelas, como sempre fazia, mas porque estava muito cansada, adormeceu. Ao acordar, viu que lhe faltava uma das pontas e, de imediato, procurou-a por todo o céu, mas não a encontrou.

- E agora, o que é que eu faço? - dizia às suas amigas, muito preocupada. Já não sou uma estrela perfeita, sou uma estrela partida… Esta noite não poderei iluminar o céu, tenho vergonha que me vejam assim!

As amigas sentiram pena dela e tentaram animá-la:

- Brilhantina, não te preocupes, vamos ajudar-te a encontrar a ponta que te falta.

Ao amanhecer, as estrelas não se deitaram, como sempre faziam, e partiram pelos céus à procura da ponta….

O Sol, achando estranho que as estrelas estivessem levantadas àquela hora da manhã, perguntou-lhes:

- O que é que andam a fazer? Não deviam estar a dormir?

E as estrelas responderam:

- Estamos à procura da ponta que a nossa amiga Brilhantina perdeu. Se não a encontrarmos antes do anoitecer, ela não poderá iluminar o céu esta noite.

- Que boas amigas tem a Brilhantina! Querem ajuda? Conheço melhor o dia do que qualquer uma de vós…

- Muito obrigada, senhor Sol -disseram todas em uníssono.

O Sol e as estrelas procuraram por todo o lado, mas não encontraram a ponta da estrela Brilhantina.

O Vento passava por ali naquele momento e, ao ver as estrelas, perguntou-lhes:

- Que fazem a esta hora, por aqui, na companhia do Sol?

Entre todas explicaram o que se passava e porque precisavam de encontrar a ponta perdida antes do anoitecer.

Então o Vento perguntou:

- Querem a minha ajuda? Eu conheço muitos lugares, sou mais rápido e posso entrar em todo o lado, por mais estreita que seja a ranhura.

- Muito obrigado, senhor Vento -responderam todas ao mesmo tempo.

O Vento seguiu em direção às cidades, voou sobre os telhados, entrou nos vales profundos, subiu às montanhas mais altas e até penetrou no interior do bosque. Ali, um brilho ofuscante chamou-lhe a atenção. Aproximou-se silenciosamente. Viu então uma luz muito forte a sair do interior de uma caverna. E… oh, surpresa das surpresas! Estava ali o tal pedaço da estrela, dependurada no teto da caverna, a iluminar duas pequenas fadas.

E o Vento perguntou:

- O que fazem com esta ponta de estrela? Todos a procuram e a sua dona, a estrela Brilhantina, está desesperada.

As fadas responderam:

- Senhor Vento, ontem à noite vimos cair uma luz do céu e fomos ao bosque ver o que era. Encontrámos este pedacinho de luz e levámo-lo para a nossa caverna para que nos iluminasse. Perguntámos por todo o lado a quem pertencia, mas ninguém nos soube dizer nada.

- Apressemo-nos a levá-la ao céu antes do anoitecer, para que a estrela Brilhantina ainda possa iluminá-lo esta noite - disse o Vento.

- Agora que sabemos a quem pertence, gostaríamos de entregá-la à Brilhantina. Podemos acompanhar-te?

As fadas pegaram na ponta, cada uma do seu lado, e o Vento fê-las subir tanto e tão alto que logo chegaram ao lugar onde viviam as estrelas. Houve então um grande rebuliço.

- Brilhantina! Acorda, encontrámos a ponta que perdeste! - gritaram as suas companheiras.

Quando Brilhantina abriu os olhos, viu-se rodeada das amigas estrelas, do Sol, do Vento e das duas fadas que transportavam a pontinha, e pôs-se a dar saltos de alegria.

- Obrigada, amigas, muito obrigada por terem encontrado a minha ponta! - disse às estrelas.

Mas elas, de imediato, disseram:

- Não, Brilhantina, não fomos nós que a encontrámos, foi o senhor Sol.

E este acrescentou:

- Não, minhas queridas estrelas, não fui eu quem a encontrou, foi o senhor Vento.

Mas o senhor Vento logo esclareceu:

- Não, senhor Sol, não fui eu que a encontrei, foram estas duas pequenas fadas.

E as pequenas fadas contaram como a tinham encontrado no bosque.

Então, a estrela Brilhantina, emocionada, disse:

- Agradeço-vos, pois entre todos encontraram a minha pontinha! A partir de hoje, serei a primeira a aparecer ao anoitecer para cumprimentar o senhor Sol, despedir-me do senhor Vento antes do recolher da brisa, e iluminar o caminho do bosque para as amigas fadas.

É por isso que, desde então, à noite, no horizonte, aparece uma estrela, antes de todas as outras, para que a promessa feita aos amigos se cumpra.

Begoña Ibarrola
Cuentos para sentir 2: Educar los sentimientos
Ediciones SM, 2003, Madrid
(Tradução e adaptação)

Evangeliza - O Sr. Palha - conto japonês

 O Sr. Palha – conto japonês



Era uma vez, há muitos e muitos anos, é claro, porque as melhores histórias passam-se sempre há muitos e muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Para dizer a verdade, só tinha a roupa do corpo. Ora o Senhor Palha não tinha sorte. Era tão pobre que mal tinha para comer e era magrinho como um fiapo de palha. Era por esse motivo que as pessoas lhe chamavam Senhor Palha.

Todos os dias o Senhor Palha ia ao templo pedir à Deusa da Fortuna que melhorasse a sua sorte, mas nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar:

- A primeira coisa em que tocares quando saíres do templo há-de trazer-te uma grande fortuna.

O Senhor Palha apanhou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado e que o templo estava vazio. Mesmo assim, saiu a pensar: “Terei sonhado ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, ao encontro da sorte. Mas, na pressa, o pobre Senhor Palha tropeçou nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu por terra. Ao levantar-se, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fio de palha.

“Bom”, pensou  ele, “uma palha não vale nada, mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu a apanhasse, é melhor guardá-la.”

E lá foi ele, com a palha na mão.

Pouco depois, apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou afastá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da cabeça dele. “Muito bem”, pensou ele. “Se não queres ir embora, fica comigo.” Apanhou a libélula e amarrou-lhe o fio de palha à cauda. Ficou a parecer um pequeno papagaio (de papel), e ele continuou a descer a rua com a libélula presa à palha. Encontrou a seguir uma florista, que ia a caminho do mercado com o filho pequenino, para vender as suas flores. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, coberto de suor, e a poeira fazia-o chorar. Mas quando viu a libélula a zumbir amarrada ao fio de palha, o seu pequeno rosto animou-se.

- Mãe, dás-me uma libélula?- pediu.- Por favor!

“Bem”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna disse-me que a palha traria sorte. Mas este garotinho está tão cansado, tão suado, que pode ficar mais feliz com um pequeno presente.” E deu ao menino a libélula presa à palha.

- É muita bondade sua- disse a florista.- Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita?

O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num tronco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz que o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido.

- Hoje à noite, vou pedir a minha namorada em casamento- queixou-se o rapaz.- Mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer.

- Bem, eu também sou pobre- disse o Senhor Palha.- Não tenho nada de valor, mas se quiser dar-lhe esta rosa, é sua.

O rosto do rapaz abriu-se num sorriso ao ver a esplêndida rosa.

- Fique com estas três laranjas, por favor- disse o jovem.- É só o que posso dar-lhe em troca.

O Senhor Palha continuou a andar, levando três suculentas laranjas. Em seguida, encontrou um vendedor ambulante puxando uma pequena carroça.

- Pode ajudar-me?- disse o vendedor ambulante, exausto.- Tenho puxado esta carroça durante todo o dia e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água.

— Acho que não há nenhum poço por aqui- disse o Senhor Palha.- Mas, se quiser, pode chupar estas três laranjas.

O vendedor ambulante ficou tão grato que pegou num rolo da mais fina seda que havia na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo:

- O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.

E, uma vez mais, o Senhor Palha continuou o seu caminho, com o rolo de seda debaixo do braço.

Não tinha dado dez passos quando viu passar uma princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas a sua expressão alegrou-se ao ver o Senhor Palha.

- Onde arranjou  essa  seda?- gritou ela.- É  justamente aquilo de que estou à procura. Hoje é o aniversário de meu pai e quero dar-lhe um quimono real.

- Bem, já que é aniversário dele, tenho prazer em oferecer-lhe a seda- disse o Senhor Palha.

A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte.

- O senhor é muito generoso- disse sorrindo.- Por favor, aceite esta jóia em troca.

A carruagem afastou-se, deixando o Senhor Palha com uma jóia de inestimável valor refulgindo à luz do sol.

“Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fio de palha que não valia nada e agora tenho uma jóia. Sinto-me contente.”

Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.

Mas a riqueza não o modificou. Oferecia sempre arroz aos que tinham fome e ajudava todos os que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fio de palha, mas quem sabe se não terá sido com a sua generosidade?

William J. Bennett
O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996

sábado, 8 de outubro de 2022

Evangeliza - Pequenas histórias para reflexão

Pequenas histórias para reflexão 



O Monge e a Fé 

Num belo dia de sol, um velho monge caminhava à beira de um famoso rio de sua região, andando em sua margem encontra uma jovem orando com muita devoção.
O monge abismado pergunta: – porque tanta devoção?
E a jovem responde que reza para atravessar o rio sem que se molhe.
O monge solta um leve sorriso e resolve assistir o fato; nisto a jovem levanta e caminha sobre a água.
O monge vê assustado e se ajoelha e começa a orar. Após, levanta-se e suspende a bata e segue ao rio na primeira passada vai ao fundo.
Após o ocorrido o monge pergunta a jovem: – porque eu fui ao fundo se eu orei também.
A jovem responde: – A partir do momento que levantaste a batina, provaste que não tinha fé!
(Autor desconhecido).

Quem é Seu Amigo?

Certa vez um soldado disse ao seu tenente: – Meu amigo não voltou do campo de batalha.
Senhor, solicito permissão para ir a buscá-lo, disse um soldado ao seu tenente.
– Permissão negada, replicou o oficial. Não quero que arrisque a sua vida por um homem que provavelmente está morto.
O soldado, ignorando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou, muito ferido, transportando o cadáver de seu amigo.
O oficial estava furioso: – Já tinha dito que ele estava morto!
Agora eu perdi dois homens! Diga-me: valeu a pena trazer um cadáver?
E o soldado, moribundo, respondeu: – Claro que sim, senhor!
Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e pôde me dizer: – “Tinha certeza que você viria!’

“AMIGO É AQUELE QUE CHEGA QUANDO TODO MUNDO JÁ SE FOI.”


Mande o Melhor!

Uma mãe estava trabalhando quando recebeu um telefonema de casa, avisando-a de que seu bebê estava muito doente.
Imediatamente saiu, pegou o carro e parou numa farmácia para comprar algum medicamento para sua criança.
Quando voltou para o carro notou que havia travado a porta e que deixara as chaves lá dentro.
Estava apressada para chegar em casa, aflita para ver seu bebê, não sabia o que fazer.
Telefonou para a babá, contou o que havia acontecido e que não conseguia abrir a porta do carro.
A babá lhe disse que a criança estava pior e acrescentou: – “A senhora precisa encontrar um pedaço de arame e usá-lo para abrir a porta.”
Olhando em volta ela viu no chão um pedaço de arame que alguém provavelmente já usara para o mesmo fim.
Pegou-o e disse para si mesma: – “eu não sei como usar isto!”
Sua cabeça pendeu pesadamente e ela pediu a Deus que lhe mandasse ajuda.
Em menos de 5 minutos um carro velho e enferrujado encostou e dele desceu um homem muito sujo, barbudo, usando um imundo boné de lã .
A mãe pensou: – “Ó, Deus, é isso que o Senhor envia para ajudar-me?”
Mas estava tão desesperada, que até sentiu-se grata.
O homem veio ao seu encontro e perguntou se podia ajudar.
Disse ela: – “Sim, meu bebê está muito doente, eu parei o carro aqui para comprar remédios e bati a porta do carro, deixando as chaves lá dentro.
Eu preciso socorrer meu bebê! Preciso ir para casa!
Por favor, o senhor sabe como usar este arame para abrir o carro?”
Disse ele “claro que sim”, dirigindo-se para o veículo.
Em poucos segundos a porta estava aberta.
Ela abraçou o homem e em lágrimas lhe disse: – “Muito obrigada ! O senhor é um homem muito bom!”
Ele retrucou: – “Senhora, eu não sou um homem bom , saí da cadeia há menos de uma hora : – eu estava preso por roubo de carros.”
Ela sentiu seu coração vibrar de gratidão, abraçou o homem novamente e, chorando mais ainda, ergueu a cabeça para o céu e gritou bem alto: – “OBRIGADA , DEUS , POR ME MANDAR UM PROFISSIONAL!”
(Silvia Schmidt & Annie Parker).


Nó de Carinho

Um pai, numa reunião de pais, explicou, com seu jeito humilde, que não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo.
Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada e surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.
Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas “ouçam” a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem
registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó.
Um nó cheio de afeto e carinho para você.
(Autor desconhecido).

Como educar os filhos

Narra uma antiga lenda que, certa vez, um rei chamou o homem mais sábio que conhecia para pedir conselhos.
O soberano se preparava para ser pai e desejava orientações a respeito da educação de seus filhos, uma vez que sabia da importância de seu papel como progenitor na vida dos rebentos.
Dize-me, sábio conselheiro, tu que sempre me ajudaste nas questões mais graves na regência deste reino: como deve agir um pai para criar bons filhos?
Deve agir com extrema severidade, a fim de corrigir e dominar os maus instintos, ou com absoluta benevolência - a fim de manter uma boa relação e destacar as boas tendências deles?
Ao ouvir essas palavras, o ilustre filósofo manteve-se em silêncio, pensando, pensando...
Passados alguns instantes de profunda reflexão, chamou um servo e pediu-lhe que trouxesse dois vasos valiosos de porcelana que decoravam o salão real e que ele sabia estavam entre os preferidos do rei.
Pediu também um balde com água fervente e outro com água gelada, praticamente congelada.
O rei estava achando aquilo muito estranho. Inclusive, começou a ficar um pouco preocupado com a movimentação das peças que eram parte do seu tesouro pessoal.
Com naturalidade, o sábio ordenou a um servo:
Quero que enchas esses dois vasos com a água que acabas de trazer, sendo um com água fervente e o outro com água gelada!
Preparava-se o servo obediente para despejar, como lhe fora ordenado, a água fervente num dos vasos e a gelada no outro, quando o rei, emergindo de sua estupefação, interveio no caso com energia:
Que loucura é essa, ó venerável sábio! Queres destruir estas obras maravilhosas? A água fervente fará, certamente, arrebentar o vaso em que for colocada. A água gelada fará partir-se o outro!
O sábio, calmamente, então tomou de um dos baldes, misturou a água fervente com a gelada e, com a mistura assim obtida, encheu os dois vasos sem perigo algum.
O poderoso monarca e os venerandos mandarins presentes, observaram, atônitos, a atitude singular do filósofo.
Ele, porém, indiferente ao assombro que causava, aproximou-se do soberano e assim falou:
Nossos filhos, ó rei, são como o vaso de porcelana. A postura do pai é como a água.
A água fervente da severidade ou a gelada da excessiva benevolência são igualmente desastrosas para a alma das crianças.
Manda, pois, a sabedoria e ensina a prudência que haja um perfeito equilíbrio entre a severidade - com que se pode tolher os maus pendores, corrigir as falhas - e a generosidade, a docilidade - com que se deve tratar e cultivar as qualidades.

***

Diante do teu filho, frágil de aparência, tem em mente que se trata de um Espírito comprometido com a retaguarda, que recomeça a experiência a penates, e que muito depende de ti.
Nem o excesso de severidade para com ele, nem o acúmulo de receios injustificados, em relação a ele, ou a exagerada soma de aflição por ele.
Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da fé rutilante, que lhe deve lucilar no íntimo como farol de bênçãos para todas as circunstâncias.
Ensina-lhe a humildade ante a grandeza da vida e o respeito a todos, como valorização preciosa das concessões Divinas.

Redação do Momento Espírita com base em antiga lenda oriental e no cap. Deveres dos pais, do livro Leis morais da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 03.04.2012.


Fidelidade e Interesses

Era uma vez um jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a outro rei de uma terra distante.
Recebeu também o melhor cavalo do reino para carregá-lo na jornada.
Cuida do mais importante e cumprirás a missão! Disse o soberano, ao se despedir.
Assim, o jovem preparou o seu alforje. Escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada na cintura, por baixo das vestes.
Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Dessa forma, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe tirava a sela nem a carga, tampouco se preocupava em lhe dar de beber ou comer.
Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal. Disse alguém.
Não me importo. Respondeu ele. Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará!
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportou mais os maus tratos e caiu morto na estrada.
O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Mas, como naquela região havia poucas fazendas e eram muito distantes uma das outras, em poucas horas o moço se deu conta da falta que lhe fazia o animal.
Estava exausto e sedento. Já tinha deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: Cuida do mais importante! Seu passo se tornou curto e lento e as paradas, frequentes e longas.
Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota.
Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada onde ficou desacordado por longo tempo. No entanto, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele.
Quando o jovem recobrou os sentidos, estava de volta em sua cidade. Imediatamente, foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e sem remorso jogou toda a culpa do insucesso no cavalo fraco e doente que recebera.
Porém, Majestade, conforme me recomendaste cuidar do mais importante, aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer.
O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante dos seus argumentos.
Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
Ao meu irmão, rei da terra do Norte! O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo.
Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem é fiel e sabe reconhecer quem o auxilia na jornada.
Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem.

***

Saber reconhecer aqueles que verdadeiramente nos auxiliam no dia-a-dia é, sem dúvida, um grande desafio para muitos de nós.
Dar valor aos empregados domésticos que estão sempre à disposição para nos atender prontamente e que, por vezes, adivinham até nossos pensamentos e gostos.
Reconhecer o valor dos familiares, que se constituem em verdadeiros sustentáculos nas horas difíceis que às vezes chegam.
Ser fiel aos amigos sinceros que caminham conosco e até dividem o peso da nossa cruz, para nos aliviar os ombros a fim de que recobremos as forças.
Agindo assim, estaremos realmente cuidando do mais importante, que são esses diamantes raros que não têm preço e que ladrão nenhum tem interesse em nos roubar.
Pense nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada.
Em 13.10.2010.

O Grande tesouro

Certa vez, um andarilho apareceu numa aldeia. Dirigiu-se à praça central, anunciou-se como alquimista e disse que ensinaria como transformar qualquer tipo de metal em ouro.
Algumas pessoas pararam para ouvi-lo e começaram a proferir gracejos e ridicularizá-lo.
O estranho não se abalou com as chacotas. Pediu um pedaço de metal e alguém lhe entregou uma ferradura. Um outro lhe ofereceu um prego.
O alquimista, então, pegou ambas as peças e ainda sob as risadas dos incrédulos, colocou-as numa pequena vasilha e derramou sobre elas o conteúdo de um frasco que havia retirado de sua sacola.
Permaneceu alguns segundos em silêncio e o fenômeno aconteceu. A ferradura e o prego se tornaram dourados.
Uma sensação de espanto percorreu a multidão que se avolumava cada vez mais na praça.
O alquimista levantou as peças de ouro para que todos as pudessem admirar.
Um ourives presente no local pediu para examinar os objetos e foi atendido.
Em pouco tempo, revelou que as peças eram mesmo de ouro puro, tão puro como ele nunca tinha visto.
As pessoas se agitaram. Todos se aproximaram do alquimista, desejando ouvi-lo. Ele apanhou um livro grosso de sua sacola e disse estar nele o segredo da transformação.
Em seguida, entregou o livro para uma criança e partiu. Ninguém o viu ir embora, pois todos os olhos se mantiveram fixos no objeto nas mãos da criança.
Poucos dias depois, a maioria das pessoas já tinha uma cópia do valioso manuscrito. Assim, a receita para produzir ouro passou a ser conhecida por todos.
Contudo, a fórmula era complexa. Exigia água destilada mil vezes no silêncio da madrugada e ingredientes que deveriam ser colhidos em noites especiais e em praias distantes.
No início, todos puseram mãos à obra. Com o passar do tempo, entretanto, as pessoas foram desistindo do trabalho.
Era muito penoso ficar mil noites em silêncio, esperando a água destilar. Além disso, procurar os outros ingredientes era muito cansativo.
Mas, um pequeno grupo prosseguiu com o trabalho. Apesar de ridicularizados pelos demais da aldeia, continuaram destilando a água e fizeram várias viagens, juntos, à procura dos ingredientes da fórmula.
Assim, o grupo dos aprendizes de alquimia tornou-se cada vez mais unido. Converteram-se em grandes amigos.
Até que em um mesmo dia, todos os que tinham começado juntos, viraram a última página das instruções do livro, e lá estava escrito: Se todas as instruções foram seguidas, você tem agora o líquido que, derramado sobre qualquer metal, o transformará em ouro.
Entretanto, agora você já percebeu que a maior riqueza não está no produto final obtido, mas sim no caminho percorrido.

***

O que nos torna infinitamente ricos não é o que possuímos, mas os momentos que compartilhamos com os verdadeiros amigos.
Esses são o nosso grande tesouro porque quem tem amigos, caminha com a certeza de que não está desamparado.

Redação do Momento Espírita, com base no texto Alquimia, de autoria desconhecida.
Em 19.1.2013.


Oportunidades diárias

Narra uma lenda chinesa que, às margens de imenso rio, vivia um pescador muito pobre.
Mal o rosto dourado da manhã se abria em sorrisos e as mãos brincalhonas da brisa matinal começavam a espalhar perfumes, ele se levantava e seguia para o rio.
As aves voavam alegres pelos ramos das árvores, em gorjeios maviosos. Mas nada disso animava Vicente, o pescador.
Ele andava lento, depois de se levantar com preguiça. Tomava o café matinal sem prestar atenção ao pão que fora servido, com carinho.
Com má vontade, naquela manhã, como em tantas outras, ele pegou suas redes de pesca, os apetrechos necessários e foi para o barco.
O dia prometia ser maravilhoso. A mãe natureza se esmerava em preparar um detalhe diferente, para que a reprise do dia anterior não fosse total. Um detalhe, afinal, é sempre muito importante.
Mas Vicente nada via. Foi resmungando para o barco. Sentou-se meio a contragosto, sempre reclamando e sentiu alguma coisa no chão. Sem olhar, apalpou com a mão direita. Encontrou uma sacolinha com pedras miúdas.
Distraído, sem ânimo para iniciar o trabalho da pesca, começou a jogar as pequenas pedras no rio, aguardando a chegada do sol.
Jogou uma a uma, divertindo-se com as ondulações que se desenhavam na superfície das águas.
Finalmente, o sol apareceu soberano, rasgando a escuridão da noite, com o seu punhal de luz.
Agora havia calor e muita luminosidade. O novo dia abriu seu manto de belezas para que todos o pudessem apreciar.
Vicente, ao pegar a última pedra, verificou que ela cintilava, refletindo os raios do sol. Examinando melhor, percebeu que se tratava de um diamante, explodindo claridade e beleza.
Levantou-se depressa e sacudiu a sacolinha. Estava vazia. Dando-se conta que jogara no rio uma imensa riqueza, Vicente se pôs a gritar, esbravejar, acusando todas as pessoas e o mundo por sua desgraça.
Sentia-se infeliz e amargurado. Perdera um grande tesouro. Jogara tudo no rio.
E, enquanto gritava e se desesperava, nem se deu conta de que ainda possuía nas mãos a última pedra preciosa.

*   *   *

Se você acordou esta manhã com mais saúde do que doença, você é mais abençoado do que o milhão que não sobreviverá esta semana.
Se você nunca passou pelo perigo de uma batalha, a solidão de uma prisão, a agonia de uma tortura, ou as aflições da fome, você está à frente de quinhentos milhões de pessoas no mundo.
Se você tem a ventura de frequentar um templo religioso, de seguir uma religião sem o medo de ser preso, torturado ou morto, você é mais abençoado do que três bilhões de pessoas no mundo.
Se você tem comida na geladeira, roupas no corpo, um telhado sobre a cabeça e um lugar para dormir, você é mais rico do que setenta e cinco por cento das pessoas do mundo.
Por tudo isso, não se esqueça de agradecer a Deus a oportunidade da vida, da saúde, da liberdade e de todas as outras bênçãos de que você desfruta.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 8, do livro Para sempre em nosso coração, de Maria Anita Rosas Batista, ed. Minas e Em prece, de autoria desconhecida.
Em 22.08.2012.


Receita de bem viver

Um dos graves problemas da Humanidade é o desgosto pela vida. Em muitas criaturas, nota-se um descaso por esse tesouro.
A prova cabal é o número crescente de suicídios em todas as camadas sociais, de ambos os sexos e nas mais variadas idades.
Seria muito importante se começássemos a olhar para a vida com outros olhos. Se pensássemos, todos os dias, que, apesar das inúmeras dificuldades que atravessamos, muitos Espíritos desencarnados gostariam de estar em nosso lugar, aqui, na carne, usufruindo das bênçãos da existência física.
Melhor ainda se seguíssemos a extraordinária receita dos bebês, para amar e viver bem cada minuto desta vida.
Primeiro - acordar cantando como as aves que saúdam o novo dia sempre em festa. Não vale chorar nem acordar a casa toda.
Segundo – espreguiçar-se bastante, antes de se levantar da cama. Normalmente, acordamos em sobressalto, pulamos da cama e nos envolvemos com as tarefas, sem ao menos gozar desse prazer de se alongar, esticar, sentir as pernas, os braços, o corpo todo.
Terceiro – pegar todo dia o solzinho da manhã, de preferência acordando mais cedo para uma caminhada sem pressa. Uma caminhada que não vise somente ao exercício recomendado pelo médico, mas andar e respirar com vagar o ar da manhã que se espreguiça.
Uma caminhada onde os nossos olhos se encham com a radiosidade do sol que desponta e das flores que se abrem, nas praças, lançando perfumes.
Quarto - mostrar para quem amamos que eles são muito importantes para nós. Estender os braços, abraçar, sentir o calor do outro e dizer com todas as letras: Bom dia!
Quinto - pedir colinho, sempre que possível. Quantas vezes nos sentimos carentes, isolados e não nos encorajamos a pedir ao nosso amor: Abrace-me. Beije-me. Preciso de você. E, é claro, não esquecer que às vezes, precisamos dar colinho também.
Sexto - não se importar com as pessoas que não gostam de criança, de flor e de nós. Não se permitir a mágoa. Elas têm o direito de não gostar de nós, o que não quer dizer que não sejam criaturas boas, úteis a outras tantas pessoas que nos amam.
Sétimo – fazer primeiro, para receber depois, muito dengo e carinho. Não esperar o dia dos namorados, do aniversário, da criança, para demonstrar atenção. Todo dia é um dia especial para se comemorar o amor. Que tal hoje?
Oitavo - dar atenção a todos os que se aproximam de nós, mesmo àqueles a quem acabamos de conhecer. Toda criatura traz em si um potencial positivo que nos cabe descobrir e cultivar.
Nono - adorar ouvir o que as pessoas que a gente ama falam e respeitar o que fazem.
E, finalmente, sorrir para todos e para a gente mesmo. Rir muito, todos os dias, sempre que não tiver um justo motivo para chorar...

***

A vida é um poema de amor e beleza esperando por nós. É um patrimônio por demais precioso para ser desprezado, não importando as circunstâncias ou as dores.
Pense que a vida que você desfruta é o hálito do Pai Criador em sua soberana manifestação de amor por você.

Redação do Momento Espírita, com base no texto Receita do nenê, de Angela Moura e no verbete Vida, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 21.8.2013.


O toque de ouro

Conta-se que havia um rei muito rico chamado Midas.
Embora possuísse muitas riquezas, ainda assim não estava satisfeito.
Mantinha seu tesouro guardado em enormes cofres nos subterrâneos do palácio, e passava muitas horas por dia contando e recontando seus preciosos bens.
Tinha também o rei Midas uma filha, seu nome era áurea, a quem ele muito amava e desejava ardentemente transformar na mais rica princesa do mundo.
A pequenina, porém, não se importava com a riqueza do pai.
Ela gostava, em verdade, de seu jardim, das flores e do sol.
Passava a maior parte de seu tempo sozinha, pois seu pai estava sempre ocupado, buscando novas maneiras de conseguir mais e mais ouro, nunca tendo tempo para brincar ou passear com ela.
Um dia, quando o rei Midas encontrava-se sozinho trancado em uma das ricas salas onde costumava admirar suas valiosas jóias, notou a presença de um estranho que lhe sorria.
Surpreso, o rei Midas pôs-se a conversar com o estranho, a fim de descobrir como ele havia conseguido ali entrar.
A conversa, porém, tomou outro rumo e o rei Midas confessou ao estranho que seu maior desejo era ser capaz de transformar em ouro tudo que tocasse.
O estranho disse-lhe, então, que a partir da manhã seguinte seu desejo seria atendido, passando ele a ter o toque do ouro.
Como o estranho desapareceu sem deixar qualquer vestígio, o rei pensou ter sido tomado por alguma alucinação e imaginou como seria maravilhoso se seu sonho tornasse-se realidade.
Na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol invadiram seus aposentos, o rei esticou sua mão e tocou a coberta da cama que subitamente transformou-se em ouro puro.
Maravilhado com aquele prodígio, ele saltou da cama e correu pelo quarto, tocando em tudo o que ali havia.
O manto real, os chinelos, os móveis, tudo virou ouro.
Maravilhado o rei decidiu fazer uma surpresa para a filha e foi até o jardim e tocou todas as flores, transformando-as em ouro, certo de que isso alegraria também a pequenina áurea.
Quando voltou ao quarto percebeu, um tanto contrariado, que não mais conseguia alimentar-se, nem matar sua sede, pois tudo que suas mãos tocavam transformava-se imediatamente em ouro.
Nesse momento, áurea entrou no quarto do pai aos prantos, com uma das suas rosas na mão, dizendo-lhe que todas as suas flores encontravam-se naquele estado: sem vida,duras e feias, que não mais se podia sentir-lhes o perfume, nem mesmo a maciez das pétalas.
Ao notar a preocupação que tomou o semblante do pai, ela aproximou-se lentamente e o envolveu em um carinhoso abraço.
No mesmo instante, o rei Midas soltou um grito de pavor.
Ao tocá-lo o lindo rostinho da filha transformou-se em ouro brilhante, os olhos não mais viam, tampouco os lábios conseguiam beijá-lo.
Ela havia deixado de ser uma adorável e carinhosa menina para transformar-se em uma estatueta de ouro.
Desesperado, o poderoso rei, ciente de sua desdita, jogou-se ao chão percebendo que havia perdido o único bem que lhe era realmente importante.
Pense nisso!
Também nós, em inúmeras ocasiões, deixamo-nos levar pelas ilusões e pelos convites sedutores do mundo, desperdiçando nossas verdadeiras riquezas, nossos reais tesouros.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no Livro das Virtudes, de William J. Bennet, pp. 37/40.

Evangeliza - Nossos sonhos

  Nossos sonhos


Ele era um jovem que morava no Centro Oeste dos Estados Unidos.
Por ser filho de um domador de cavalos, tinha uma vida quase nômade mas desejava estudar.
Perseguia o ideal da cultura. Dormia nas estrebarias, trabalhava os animais fogosos e nos intervalos, à noite, ele procurava a escola para iluminar a sua inteligência.
Em uma dessas escolas, certa vez, o professor pediu à classe que cada aluno relatasse o seu sonho. O que desejariam para suas vidas.
O jovem, tomado de entusiasmo, escreveu sete páginas. Desejava, no futuro, possuir uma área de 80 hectares e morar numa enorme casa de 400 metros quadrados. Desejava ter uma família muito bem constituída.
Tão entusiasmado estava, que não somente descreveu, mas desenhou como ele sonhava a casa, as cocheiras, os currais, o pomar. Tudo nos mínimos detalhes.
Quando entregou o seu trabalho, ficou esperando, ansioso, as palavras de elogio do seu mestre.
Contudo, três dias depois, o trabalho lhe foi devolvido com uma nota sofrível. Depois da aula, o professor o procurou e falou: – O seu é um sonho absurdo. Imagine, você é filho de um domador de cavalos.
Você será um simples domador de cavalos. Escreva sobre um sonho que possa se tornar realidade e eu lhe darei uma nota melhor.
O jovem foi para casa muito triste e contou ao pai o que havia acontecido.
Depois de ouvi-lo, com calma, o pai lhe afirmou: – O sonho é seu, meu filho, faça o que quiser… essa decisão é sua: – Persistir neste sonho ou procurar outro.
O jovem meditou e, no dia seguinte, entregou a mesma página ao professor.
Disse-lhe que ficaria com a nota ruim mas não abandonaria o seu sonho.
Esta história foi contada para várias crianças pelo dono de um rancho de 80 hectares, uma enorme casa de 400 metros quadrados e uma família muito bem constituída, próximo de um colégio famoso dos Estados Unidos, o qual empresta para crianças pobres passarem os fins de semana.
Depois de terminar a história, o dono do rancho revelou ser o jovem que teve a nota ruim, mas não desistiu do seu sonho.
E o mais incrível é que depois de 30 anos o professor daquelas crianças tem visitado com os seus alunos, aquela área especial. Um dia se apresentou, por ter identificado no proprietário o antigo aluno e confessou: – Fico feliz que o seu sonho tenha escapado da minha inveja. Naquela época eu era um atormentado. Tinha inveja das pessoas sonhadoras. Destruí muitas vidas. Roubei o sonho de muitos jovens idealistas. Graças a Deus, não consegui destruir o seu sonho, que faz bem a tantas vidas.
Como é bonito ter sonhos… sonhar é da natureza humana. Tudo que existe no mundo, um dia foi elaborado, pensado e meditado por alguém. Antes de ser concretizado em cimento, mármore, madeira ou papel… foi um sonho!!!

(autor desconhecido)

Evangeliza - O Lenhador e a Floresta (lenda árabe)

 O Lenhador e a Floresta (lenda árabe)

(história contada por Divaldo Pereira Franco em palestra)



Uma floresta verdejante, encravada nas montanhas, cortada por riachos cantantes, heras e flores, faziam a alegria de um pobre lenhador que vendia galhos secos, troncos de árvores carcomidos pelos anos, a fim de sustentar a família.
Dada à miséria em que vivia, orou a Deus com muita fé e esperança, pedindo auxílio.
Um peregrino passou pela porta de sua choupana miserável e lhe sugeriu:
– Homem, entra na floresta!
Meditou um pouco na frase do ermitão e resolveu entrar na floresta, a fim de explorá-la.
Como era uma floresta de difícil acesso, ainda virgem, entrou com cautela. Observando, porém, a beleza da mata, com suas árvores vetustas e frondosas, enfeitadas por orquídeas raras, agora totalmente floridas, na festa da primavera, sentiu-se encorajado.
Caminhando um pouco mais encontrou uma grande reserva de árvores de mogno e jacarandá consideradas madeiras nobres. Entusiasmado com a novidade, serrou alguns toros e vendeu-os na cidade. Acenado pelo lucro, organizou uma madeireira, utilizando o belo material.
Pouco a pouco foi saindo da miséria e tornou-se um próspero comerciante. Contava, então, quarenta anos de idade.
Lembrou-se do sacerdote, e entrou novamente na floresta, indo um pouco mais além. Desta vez encontrou em seu seio uma bela mina de prata. Ele foi então ao cartório da cidade e descobriu que se tratava de terras devolutas, não tinham proprietário. Apressou-se em registrá-la e passou a administrar o rendoso negócio.
Agora era um rico comerciante de madeiras finas e de prata. Contava cinqüenta anos de idade.
Alguns anos depois, agradecia a Deus em oração, quando ouviu novamente a voz que lhe dizia: – Homem, entra na floresta!
Agora, com máquinas apropriadas e pessoal qualificado, embrenhou-se na mata e encontrou precioso tesouro aurífero.
Tornou-se rico e famoso, sua família possuía luxo e conforto. Tudo mudara em sua vida.
O seu coração, então, estava fatigado pelas comodidades mundanas, pelo supérfluo que pesava em sua alma, pelas exigências do mundo de negócios. Não havia encontrado a paz. Contava setenta anos de idade.
Ele começou a ter problemas e várias amarguras. Estava cansado de tantas exigências e cobranças.
Ele lamentava e lembrou-se de sua vida simples e humilde, quando ele era um modesto lenhador, mesmo com dificuldades, tinha paz, o amor da mulher e a dedicação dos filhos.
Ao orar e meditar profundamente, ouviu novamente aquela voz: – Homem, entra na floresta!
Todavia, desta vez, desejoso de encontrar-se com Deus e consigo mesmo, na busca da paz, entendeu melhor a mensagem, entrou na floresta da alma e lá encontrou tudo de que necessitava, acalmando o coração. Este homem mergulhou no abismo de si mesmo e encontrou os caminhos que o levaram a plenitude. Porque o sentido da vida não é ter, mas ser. Não importa os bem que acumulamos. Então ele agradeceu a Deus os bens, distribuiu-os com familiares e sócios. Recolheu-se a vida interior e encontrou a pedra mais preciosa de todas aquelas que havia reunido, nos cofres, guardadas nos bancos: a pérola da paz.



O Lenhador e a raposa



Era uma vez um lenhador que acordava bem cedinho, aos primeiros raios do sol. Trabalhava o dia inteiro, cortando lenha, e só parava no fim da tarde. Ele tinha uma bela filha pequena e uma raposa, sua amiga, a qual tratava como bicho de estimação e era de sua total confiança. Todos os dias o lenhador saia para trabalhar e deixava a raposa brincando com sua filhinha.
Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador, porém, alertavam-no e diziam-lhe que a raposa era um bicho, um animal selvagem e, portanto, não era digna de confiança. O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem, que a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:
- Lenhador, abra os olhos! A raposa vai devorar sua filhinha. Quando sentir fome, comerá a criança.
Um dia, o lenhador exausto por causa do serviço pesado, ao chegar em casa viu a raposa, abanando a cauda, feliz como sempre, saindo do quarto da criança e, ao lado da porta, um rastro de sangue. O animal tinha a boca totalmente ensanguentada. O lenhador tremeu, suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou uma machadada na cabeça da raposa.
Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou sua filhinha no berço, dormindo tranquilamente e, ao lado do berço, uma cobra gigante já morta. O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos. E chorou. Chorou. Chorou muito.

(História baseada na fábula de Esopo).


O Lenhador honesto


Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família. Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar todo o pão que a família precisava.
Um dia, estava ele cortando um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava na floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores trabalhando.
Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco. Recostou o machado na árvore e virou-se para sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado caiu pela ribanceira abaixo, indo parar no rio!
O pobre lenhador esquadrinhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais. O rio continuava correndo com a mesma tranquilidade de sempre, ocultando o tesouro perdido.
- O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? - gritou o lenhador.
Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho uma bela mulher.
Era a fada do rio que viera até a superfície ao ouvir o lamento.
- Por que você está sofrendo tanto? - perguntou, em tom amável. O lenhador contou o que acontecera e ela mergulhou em seguida, tornando a aparecer na superfície segundos depois com um machado de prata.
- É este o machado que você perdeu?
O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquele prata! Mas o machado não era dele, então balançou a cabeça dizendo:
- Meu machado era de aço.
A fada das águas colocou o machado de prata sobre a barranco do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
- Talvez este machado seja o seu?
- Não é, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu.
A fada das águas colocou o machado de ouro sobre a barranca do rio. Mergulhou mais uma vez. Tornou a subir à tona. Desta vez, trouxe o machado perdido.
- Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!
- É o seu - disse a fada das águas, - e agora também são seus os outros dois. São um presente do rio, por você ter dito a verdade.
E à noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer para sua família.

(Extraído do Livro das Virtudes de Willian J. Bennett - Editora Nova Fronteira).


Entendendo o texto:

01 – O lenhador levava uma vida difícil, mas trabalhava com alegria porque podia sustentar sua família. O que representa o macho para o lenhador?
      Ele tirava seu sustento e o da família através dele. É um tesouro.

02 – Cansado, o lenhador interrompeu seu trabalho por um instante. Nesse momento, ele tropeçou na raiz e esbarrou no machado que, colocado junto a uma árvore, caiu no rio. O que se pode observar quanto à reação do lenhador, ao perder o machado?
      Ele ficou preocupado com a perda do machado porque era o sustento da família, sendo um pai responsável.

03 – Antes de trazer à realidade o machado de aço do lenhador, a fada do rio mostrou-lhe um machado de prata. Por que ela agiu dessa forma?
      Ela queria provar a honestidade do lenhador.

04 – Na segunda vez que mergulhou no rio, a fada trouxe um machado de ouro, indagando ao lenhador se seria aquele o machado perdido. Por quê?
      Ela queria provar novamente a honestidade do lenhador, porque seria um machado de ouro, sendo mais valioso.

05 – O lenhador sabia que poderia ficar rico se mentisse para a fada dizendo que o machado de prata ou o de ouro era o que ele perdera. Por que ele disse a verdade?
      Porque ele era honesto, não queria mentir e preferia uma vida humilde, honrada e em paz com sua consciência.

06 – A alegria do lenhador ao rever seu próprio machado só se torna maior quando ele recebe de presente os machados de prata e de ouro. Qual é o ensinamento/moral que essa narrativa transmite?
     A verdade é uma virtude que deve ser praticada e assim será recompensada.

07 – Na história que você leu, não há moral, mas há algumas 'pistas' no texto que permitem identificar a construção de um ensinamento moral. Qual é a pista de um ensinamento moral que pode ser identificada nesse texto?
      O título já diz que o lenhador era honesto, ou seja, a moral da pessoa.

08 – Quando se passou essa história?
      Não há um tempo preciso. O texto informa que foi “há muito tempo”.

09 – Em que lugar se passam os acontecimentos da história?
      Em uma floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes.

10 – Que informações sobre o lenhador o texto traz?
      O lenhador era pobre, trabalhava muito para sustentar a família e era honesto.



quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Evangeliza - A fábula do burro

 A fábula do burro



Um dia, o burro de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.
Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o burro de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o burro. Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço.
O burro não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, o burro aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou.
O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caía sobre suas costas o burro a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra!  que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o burro conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.
A vida vai lhe jogar muita terra nas costas. Principalmente se já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que lhe jogam para seguir adiante...!!!
Recorde-se das 5 regras para ser feliz: 
1. Liberte o seu coração do ódio. 
2. Liberte a sua mente das preocupações. 
3. Simplifique a sua vida. 
4. Dê mais e espere menos. 
5. Ame-se mais e...aceite a terra que lhe jogam. Ela pode ser a solução, não o problema.

(Desconheço a autoria).


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