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sábado, 8 de outubro de 2022

Evangeliza - O Lenhador e a Floresta (lenda árabe)

 O Lenhador e a Floresta (lenda árabe)

(história contada por Divaldo Pereira Franco em palestra)



Uma floresta verdejante, encravada nas montanhas, cortada por riachos cantantes, heras e flores, faziam a alegria de um pobre lenhador que vendia galhos secos, troncos de árvores carcomidos pelos anos, a fim de sustentar a família.
Dada à miséria em que vivia, orou a Deus com muita fé e esperança, pedindo auxílio.
Um peregrino passou pela porta de sua choupana miserável e lhe sugeriu:
– Homem, entra na floresta!
Meditou um pouco na frase do ermitão e resolveu entrar na floresta, a fim de explorá-la.
Como era uma floresta de difícil acesso, ainda virgem, entrou com cautela. Observando, porém, a beleza da mata, com suas árvores vetustas e frondosas, enfeitadas por orquídeas raras, agora totalmente floridas, na festa da primavera, sentiu-se encorajado.
Caminhando um pouco mais encontrou uma grande reserva de árvores de mogno e jacarandá consideradas madeiras nobres. Entusiasmado com a novidade, serrou alguns toros e vendeu-os na cidade. Acenado pelo lucro, organizou uma madeireira, utilizando o belo material.
Pouco a pouco foi saindo da miséria e tornou-se um próspero comerciante. Contava, então, quarenta anos de idade.
Lembrou-se do sacerdote, e entrou novamente na floresta, indo um pouco mais além. Desta vez encontrou em seu seio uma bela mina de prata. Ele foi então ao cartório da cidade e descobriu que se tratava de terras devolutas, não tinham proprietário. Apressou-se em registrá-la e passou a administrar o rendoso negócio.
Agora era um rico comerciante de madeiras finas e de prata. Contava cinqüenta anos de idade.
Alguns anos depois, agradecia a Deus em oração, quando ouviu novamente a voz que lhe dizia: – Homem, entra na floresta!
Agora, com máquinas apropriadas e pessoal qualificado, embrenhou-se na mata e encontrou precioso tesouro aurífero.
Tornou-se rico e famoso, sua família possuía luxo e conforto. Tudo mudara em sua vida.
O seu coração, então, estava fatigado pelas comodidades mundanas, pelo supérfluo que pesava em sua alma, pelas exigências do mundo de negócios. Não havia encontrado a paz. Contava setenta anos de idade.
Ele começou a ter problemas e várias amarguras. Estava cansado de tantas exigências e cobranças.
Ele lamentava e lembrou-se de sua vida simples e humilde, quando ele era um modesto lenhador, mesmo com dificuldades, tinha paz, o amor da mulher e a dedicação dos filhos.
Ao orar e meditar profundamente, ouviu novamente aquela voz: – Homem, entra na floresta!
Todavia, desta vez, desejoso de encontrar-se com Deus e consigo mesmo, na busca da paz, entendeu melhor a mensagem, entrou na floresta da alma e lá encontrou tudo de que necessitava, acalmando o coração. Este homem mergulhou no abismo de si mesmo e encontrou os caminhos que o levaram a plenitude. Porque o sentido da vida não é ter, mas ser. Não importa os bem que acumulamos. Então ele agradeceu a Deus os bens, distribuiu-os com familiares e sócios. Recolheu-se a vida interior e encontrou a pedra mais preciosa de todas aquelas que havia reunido, nos cofres, guardadas nos bancos: a pérola da paz.



O Lenhador e a raposa



Era uma vez um lenhador que acordava bem cedinho, aos primeiros raios do sol. Trabalhava o dia inteiro, cortando lenha, e só parava no fim da tarde. Ele tinha uma bela filha pequena e uma raposa, sua amiga, a qual tratava como bicho de estimação e era de sua total confiança. Todos os dias o lenhador saia para trabalhar e deixava a raposa brincando com sua filhinha.
Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador, porém, alertavam-no e diziam-lhe que a raposa era um bicho, um animal selvagem e, portanto, não era digna de confiança. O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem, que a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:
- Lenhador, abra os olhos! A raposa vai devorar sua filhinha. Quando sentir fome, comerá a criança.
Um dia, o lenhador exausto por causa do serviço pesado, ao chegar em casa viu a raposa, abanando a cauda, feliz como sempre, saindo do quarto da criança e, ao lado da porta, um rastro de sangue. O animal tinha a boca totalmente ensanguentada. O lenhador tremeu, suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou uma machadada na cabeça da raposa.
Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou sua filhinha no berço, dormindo tranquilamente e, ao lado do berço, uma cobra gigante já morta. O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos. E chorou. Chorou. Chorou muito.

(História baseada na fábula de Esopo).


O Lenhador honesto


Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família. Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar todo o pão que a família precisava.
Um dia, estava ele cortando um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava na floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores trabalhando.
Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco. Recostou o machado na árvore e virou-se para sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado caiu pela ribanceira abaixo, indo parar no rio!
O pobre lenhador esquadrinhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais. O rio continuava correndo com a mesma tranquilidade de sempre, ocultando o tesouro perdido.
- O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? - gritou o lenhador.
Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho uma bela mulher.
Era a fada do rio que viera até a superfície ao ouvir o lamento.
- Por que você está sofrendo tanto? - perguntou, em tom amável. O lenhador contou o que acontecera e ela mergulhou em seguida, tornando a aparecer na superfície segundos depois com um machado de prata.
- É este o machado que você perdeu?
O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquele prata! Mas o machado não era dele, então balançou a cabeça dizendo:
- Meu machado era de aço.
A fada das águas colocou o machado de prata sobre a barranco do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
- Talvez este machado seja o seu?
- Não é, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu.
A fada das águas colocou o machado de ouro sobre a barranca do rio. Mergulhou mais uma vez. Tornou a subir à tona. Desta vez, trouxe o machado perdido.
- Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!
- É o seu - disse a fada das águas, - e agora também são seus os outros dois. São um presente do rio, por você ter dito a verdade.
E à noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer para sua família.

(Extraído do Livro das Virtudes de Willian J. Bennett - Editora Nova Fronteira).


Entendendo o texto:

01 – O lenhador levava uma vida difícil, mas trabalhava com alegria porque podia sustentar sua família. O que representa o macho para o lenhador?
      Ele tirava seu sustento e o da família através dele. É um tesouro.

02 – Cansado, o lenhador interrompeu seu trabalho por um instante. Nesse momento, ele tropeçou na raiz e esbarrou no machado que, colocado junto a uma árvore, caiu no rio. O que se pode observar quanto à reação do lenhador, ao perder o machado?
      Ele ficou preocupado com a perda do machado porque era o sustento da família, sendo um pai responsável.

03 – Antes de trazer à realidade o machado de aço do lenhador, a fada do rio mostrou-lhe um machado de prata. Por que ela agiu dessa forma?
      Ela queria provar a honestidade do lenhador.

04 – Na segunda vez que mergulhou no rio, a fada trouxe um machado de ouro, indagando ao lenhador se seria aquele o machado perdido. Por quê?
      Ela queria provar novamente a honestidade do lenhador, porque seria um machado de ouro, sendo mais valioso.

05 – O lenhador sabia que poderia ficar rico se mentisse para a fada dizendo que o machado de prata ou o de ouro era o que ele perdera. Por que ele disse a verdade?
      Porque ele era honesto, não queria mentir e preferia uma vida humilde, honrada e em paz com sua consciência.

06 – A alegria do lenhador ao rever seu próprio machado só se torna maior quando ele recebe de presente os machados de prata e de ouro. Qual é o ensinamento/moral que essa narrativa transmite?
     A verdade é uma virtude que deve ser praticada e assim será recompensada.

07 – Na história que você leu, não há moral, mas há algumas 'pistas' no texto que permitem identificar a construção de um ensinamento moral. Qual é a pista de um ensinamento moral que pode ser identificada nesse texto?
      O título já diz que o lenhador era honesto, ou seja, a moral da pessoa.

08 – Quando se passou essa história?
      Não há um tempo preciso. O texto informa que foi “há muito tempo”.

09 – Em que lugar se passam os acontecimentos da história?
      Em uma floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes.

10 – Que informações sobre o lenhador o texto traz?
      O lenhador era pobre, trabalhava muito para sustentar a família e era honesto.



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