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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O Melhor de Todos

 O Melhor de Todos

 

Meu dia começou a azedar quando vi meu menino de seis anos com um galho cheio de minhas azaléas. - Posso levar estas flores para a escola? Ele pediu. Com um aceno de mão, eu o mandei para fora. Me virei para que ele não percebesse as lágrimas em meus olhos. Eu adoro aquela azaléa. Eu toquei no galho quebrado como que a dizer-lhe silenciosamente, - Sinto muito. Para complicar um pouco mais o meu dia, a máquina de lavar quebrou e quando Jonathan perguntou o que eu faria para o almoço, percebi que estava com a geladeira vazia e não tinha muitas opções. Dias como este me fazem querer parar e desistir de tudo. Eu apenas queria fugir até as montanhas, me esconder em uma caverna e nunca mais colocar a cara para fora. De algum modo eu consegui arrastar a roupa molhada até o tanque. Eu passei a maior parte do dia lavando roupa e pensando em como o amor tinha desaparecido de minha vida. Quando eu terminei de pendurar a última das camisas de meu marido, olhei o relógio: duas e meia. Eu estava atrasada. A aula de Jonathan terminava às 2:15. Fui correndo para a escola. Ofegante, bati na porta da sala e olhei através do vidro. A professora fez sinal para que eu esperasse. Ela disse algo a Jonathan e entregou para ele e para outras duas crianças, lápis de cera e uma folha de papel. O que virá agora? Eu pensei quando, através da porta, ela pediu que eu entrasse na sala. - Quero lhe falar sobre o Jonathan. Ela disse. Me preparei para o pior. Nada mais me surpreenderia naquele dia. - Você sabe das flores trazidas por Jonathan à escola hoje? Ela perguntou. Eu respondi que sim, lembrando de meu arbusto favorito e tentando esconder a mágoa em meus olhos. Eu olhei de relance para meu filho que estava ocupado colorindo um desenho. Seu cabelo ondulado estava muito comprido e caía em sua testa. Seus olhos azuis brilhavam enquanto admirava sua obra. - Deixe-me contar sobre o que aconteceu ontem, a professora continuou. Está vendo aquela menina? Eu olhei para a menina que ria divertida, apontando um desenho na parede e assenti. - Bem, ontem estava quase histérica. Seus pais estão atravessando um momento muito difícil, estão se divorciando. Ela disse que não queria mais viver. E disse bem alto, com o rosto escondido entre as mãozinhas, para toda a sala ouvir: "ninguém me ama". Eu fiz tudo o que pude para consolar, mas parecia que nada mais importava. - Eu achei que você queria me falar sobre Jonathan. Eu interrompi. - Eu vou, ela disse. Hoje seu filho entrou e foi direto até ela. Ele entregou a ela algumas bonitas flores e sussurrou "eu te amo". Senti meu coração inchar-se de orgulho com o que meu filho tinha feito. Eu sorri para a professora. - Obrigada, eu disse, puxando Jonathan pela mão. - Você salvou o meu dia. Mais tarde, eu arrancava ervas daninhas em torno de meu desequilibrado arbusto de azaléa. Pensando no amor que Jonathan demonstrou pela menina, um verso bíblico me veio à memória: "... estes três permanecem: a fé, a esperança e o amor. Mas o maior de todos é o amor." Enquanto meu filho tinha colocado o amor na prática, eu tinha apenas sentido raiva. Eu ouvi o barulho familiar do carro de meu marido entrando na garagem. Eu arranquei um pequeno galho de azaléas e corri até ele. Eu senti a semente do amor que Deus plantou em minha família recomeçar a florescer em mim. Meu marido arregalou os olhos de surpresa quando eu lhe entreguei as flores e disse, - Eu te amo.
 
 Escrito por Tradução de Sérgio Barros do texto de Nanette Thorsen-Snipes

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Um Som por um Perfume

Um Som por um Perfume

 


Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido. Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho. - Espere aí! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos! - Que é isso? - protestou o espantado viajante. - Eu nem encostei nos seus bolos! - Seu ladrão! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria. Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada! Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz local, um velho muito sábio. O juiz ouviu os argumentos, pensou bastante e depois ditou a sentença. - Você está certo - disse ao padeiro. - Este viajante saboreou os frutos do seu trabalho. E julgo que o perfume dos seus bolos vale três moedas de ouro. - Isso é um absurdo! Objetou o viajante. - Além disso, gastei meu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo. - Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo. Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logo avançou para pegar. - Ainda não - disse o juiz. - Você diz que esse viajante meramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é? - É isso mesmo - respondeu o padeiro. - Mas ele não engoliu nem um pedacinho? - Já lhe disse que não. - Nem provou nem um pastel? - Não! - Nem encostou nas tortas? - Não! - Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago apenas com som. Abra os ouvidos para receber o que você merece. O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-as retinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro. - Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobre homem em viagem - disse o juiz -, você até ganharia recompensas em ouro, no Céu. 

(Autor desconhecido).

Flores para o Dia das Mães

Flores para o Dia das Mães

 


Quando meu marido anunciou calmamente que, após onze anos de casamento, havia dado entrada em nosso divórcio e estava saindo de casa, meu primeiro pensamento foi para os meus filhos. O menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro. Será que eu conseguiria nos manter unidos e passar para eles um sentido de "família"? Será que eu, criando-os sozinha, conseguiria manter o nosso lar e ensinar-lhes a ética e os valores dos quais certamente precisariam para a vida? A única coisa que eu sabia era que precisava tentar. Freqüentávamos a igreja todos os domingos. Durante a semana, eu arranjava tempo para rever os deveres de casa com eles e, freqüentemente, discutíamos a importância de fazermos as coisas certas. Isso me tomava tempo e energia quando eu tinha pouco de ambos para dar. Mas o pior era não saber se realmente estavam absorvendo tudo aquilo tudo. Ao entrarmos na igreja no Dia das Mães, dois anos após o divórcio, notei carrocinhas cheias de vasos com os as mais lindas flores ladeando o altar. Durante o sermão, o pastor disse que, a seu ver, ser mãe era uma das tarefas mais difíceis da vida e que merecia não só reconhecimento como, também, recompensa. Assim, pediu que cada criança fosse até a frente da igreja para escolher uma linda flor e entrega-la à mãe como símbolo do quanto era amada e estimada. De mãos dadas, meu filho e minha filha percorreram o corredor com as outras crianças. Juntos, refletiram sobre qual planta trazer para mim. Nó havíamos passado momentos muito difíceis e esse pequeno gesto de valorização era tudo que eu precisava.. Olhei aquelas lindas begônias, as margaridas douradas e os amores-perfeitos violetas e pus-me a planejar onde plantar o que quer que escolhessem para mim, pois certamente trariam uma linda flor como demonstração do seu amor. Meus filhos levaram a tarefa muito a sério e olharam cada vaso. Muito depois de as outras crianças já terem retornado aos seus lugares e presenteado suas mães com uma linda flor, meus dois ainda escolhiam. Finalmente, com um grito de alegria, acharam algo bem no fundo. Com sorrisos exuberantes a iluminar seus rostos, avançaram satisfeitos pelo corredor até onde eu estava sentada e me presentearam com a planta que haviam escolhido como demonstração de seu apreço por mim pelo Dia das Mães. Fiquei olhando estarrecida para aquele pequeno ser roto, murcho e doentio que meu filho estendia em minha direção. Aflita aceitei o vaso de suas mãos. Era óbvio que os dois haviam escolhido a menor planta, a mais doente de todas ¾ nem flor tinha. Olhando para rostinhos sorridentes, percebi o orgulho que sentiam daquela escolha e, sabendo o quanto haviam demorado para selecionar aquela planta em especial, sorri e aceitei a lembrança. Mais tarde, no entanto, tive de perguntar ¾ de todas aquelas flores maravilhosas, o que os havia feito escolher justamente aquela para me dar? Todo orgulhoso, meu filho declarou: ¾ É que aquela parecia precisar de você, mamãe. Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, abracei meus dois filhos, bem apertado. Eles acabavam de me dar o maior presente de Dia das Mães que jamais poderiam ter imaginado. Todo o meu trabalho e sacrifício não havia sido em vão ¾ eles iam crescer perfeitamente bem.

Do livro: Histórias para Aquecer o Coração das Mães Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros .- Editora Sextante.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Evangeliza - O Tesouro e o Trabalho

O Tesouro e o Trabalho


Narra uma lenda que um pescador muito preguiçoso dormiu à beira do rio, de onde deveria retirar o seu sustento, e ali sonhou.

Sonhou que encontrou em um campo um cântaro de ferro e tendo nele introduzido a mão, descobriu uma reluzente moeda de ouro.

Os olhos do pescador brilharam com intensidade. Tornou a introduzir a mão no cântaro por diversas vezes e, em cada uma delas, encontrava uma nova moeda igual à primeira.

Finalmente despertou e, animado pelo que sonhara, buscou alguém que lhe pudesse decifrar o significado daquelas imagens.

Um velho sábio, então, lhe falou: Não há mistério e qualquer um que queira pode decifrar o seu sonho. Vá até o rio, estenda as suas redes várias vezes e você haverá de descobrir, por si mesmo, o significado.

O pescador se encheu de bom ânimo e se dirigiu até o rio. As árvores frondosas das margens deitavam sombras sobre as águas cantarolantes e ligeiras.

O pescador viu vários peixes que nadavam na corrente. Rapidamente, lançou sua rede e apanhou alguns.

Novos peixes surgiram no seio profundo das águas e ele também os recolheu.

Assim trabalhou durante horas. Jamais pescara tanto. Pareceu-lhe, mesmo, que a pesca fora semelhante a de um mês inteiro.

Enquanto ainda estava na sua tarefa, ocorreu de passar pela margem um mercador. Ao ver os cestos abarrotados de peixes, aproximou-se e indagou o preço. Comprou todos por uma razoável quantia.

Foi só então, quando sentiu nas mãos as moedas tilintantes que o pescador compreendeu o verdadeiro significado do sonho e o sentido das palavras do velho sábio.

O cântaro nada mais era do que o rio de onde ele, pelo esforço do seu trabalho, tirava os peixes que, no mercado, se transformariam em moedas preciosas para as suas necessidades.

* * *

O trabalho é presença indiscutível no contexto do progresso. Sem ele, a vida permaneceria em seu caos inicial.

Tudo que existe é resultado do trabalho. A estátua que admiramos expressando beleza, fala do esforço com que o artista incansavelmente a trabalhou.

A terra florida e perfumada, ou o pomar repleto de frutos são a resposta das Leis do trabalho ao trato do solo.

Ao homem é concedida a honra do trabalho, que lhe permite desembaraçar-se do cipoal da ignorância, concedendo-lhe a alegria de exteriorizar a beleza e a harmonia que dormem latentes em sua intimidade.

Em qualquer situação, pois, o trabalho eleva quem o desenvolve e a ele se afeiçoa.

* * *

O trabalho é também terapia preventiva. Assim é quando preenche os espaços da mente e da emoção com o esforço do seu afeiçoado.

É também terapia curadora. Sempre que desperta o ser para a luta contra os seus limites, gerando possibilidades novas e meios de se recuperar.

O trabalho é Lei de Deus. Isso porque faculta ao homem crescimento no processo constante da evolução.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. Perfil do trabalho, do livro Perfis da vida,
pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal, e no cap. O cântaro milagroso, do livro Lendas do céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Melhoramentos.
Em 28.08.2009.



Contando Tesouros

Após a aula de Educação Física, o professor Jorge pediu aos seus alunos que se reunissem em torno dele.

Como hoje é nosso último dia de aula, eu vou lhes propor um desafio, falou ele.

Aquele que me trouxer o objeto mais caro, seja qual for, ganhará esta bola de futebol.

Os alunos ficaram afoitos. Assim, ao sinal do professor, saíram correndo pela escola, a fim de buscarem o objeto mais caro que pudessem encontrar.

Alguns entraram nas salas de aula, pedindo aos outros professores que lhes emprestassem seus relógios, anéis, colares.

Outros foram conferir os enfeites que ornamentavam a mesa da diretora, buscando por aqueles que, julgavam, seriam os mais caros.

Meia hora depois, conforme o combinado, reuniram-se novamente na quadra esportiva, com o intuito de apresentar seus objetos ao professor.

Um a um, cada aluno foi apresentando ao educador e aos colegas o objeto coletado.

Alguns haviam trazido joias. Outros, artigos preciosos de decoração. Houve até mesmo quem trouxesse equipamentos eletrônicos.

E, então, chegou a vez de João.

Ele se postou à frente dos colegas e retirou do seu bolso uma pequena fotografia, na qual estavam retratados sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho e sua irmã caçula.

Os colegas, vendo objeto tão simples e comum, começaram a caçoar. As risadas que começaram meio tímidas logo cresceram em volume.

O professor repreendeu aquele comportamento e disse que cada qual era livre para apresentar aquilo que mais lhe aprouvesse.

Esperou, então, que todos os estudantes terminassem de apresentar suas conquistas e, pedindo silêncio, apontou o vencedor: João.

A turma não se conteve. Como poderia o professor ter escolhido a fotografia de João quando tantos objetos caros haviam sido apresentados?

Jorge, observando o alvoroço da turma, esperou pacientemente que eles se acalmassem e, dando voz a João, perguntou o motivo pelo qual ele apresentara aquele retrato de família.

Meus pais e meus irmãos são meu grande tesouro, respondeu o menino. Não há nada no mundo que, para mim, valha mais do que eles.

O professor, como que já esperando aquela resposta, sorriu para o garoto e o abraçou, lhe entregando o prêmio.

Depois, se dirigindo a toda turma, explicou: Recebemos da vida muitos tesouros: bens materiais, amizades, nossas famílias e muitos mais. Porém, alguns são mais valiosos do que outros.

O verdadeiro sábio,prosseguiu, é aquele que sabe dar o valor correto para cada um deles.

Sorrindo, finalizou: E, por acaso, existe bem mais precioso, mais caro e mais importante no mundo do que nossas famílias? Parabéns por nos lembrar disso, João!

* * *

O Criador, em toda Sua sabedoria, nos reúne em famílias a fim de que elas nos sejam laboratório de experiências.

Afinal de contas, como podemos almejar o amor ao próximo, o perdão, a caridade, a paciência e todas as outras virtudes, quando não as colocamos em prática nem ao menos com aqueles que são nosso próximo mais próximo?

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada.
Em 4.4.2014.


O Tesouro

Certa vez um homem procurou um sábio para ajudá-lo a encontrar um tesouro. Esse homem se chamava Omar e desejava ficar rico sem muito esforço.

Depois de ouvir Omar, o sábio lhe deu trinta livros e lhe disse que eles lhe dariam o tesouro de Ohlab.

Quando chegou em casa, Omar abriu o primeiro livro e verificou que ele estava escrito em árabe. Como não sabia ler árabe, matriculou-se em uma escola. Assim, leu o primeiro livro.

Nesse período ele resolveu trabalhar e conseguiu um emprego em uma loja, com um salário razoável.

Ao acabar de ler o primeiro e os demais livros escritos em árabe, ele aprendeu uma nova letra e acrescentou ao tesouro recebido. Agora ficou Ohlaba.

Os livros seguintes eram em hebraico. E ele foi aprender a ler naquela língua.

Conseguiu um emprego melhor. Era numa empresa de transporte de alimentos e ele teve um aumento de salário. Sua vida foi melhorando.

Concluindo a leitura dos livros em hebraico, ele colocou mais uma letra no tesouro que lhe dera o sábio. Agora ele tinha Ohlabar.

Os últimos dez livros eram em aramaico. E enquanto aprendia a língua desconhecida, ele teve nova chance. Passou a trabalhar na reforma e construção de casas.

O tempo passou.

Graças ao seu empenho, ele desfrutava de uma boa casa, roupas, dinheiro. Alguns amigos o consideravam rico.

Ao concluir a leitura do último livro, ele acrescentou mais uma letra àquelas anteriores. Agora ele tinha o vocábulo Ohlabart, com um h depois do O.

Omar olhou e tornou a olhar a palavra. Se aquele era o segredo do tesouro, ele não estava conseguindo decifrar. Voltou à casa do sábio e lhe disse que ele havia estudado árabe, hebraico e aramaico. Que trabalhara muito depois que o fora ver da primeira vez.

Contudo, apesar do estudo e do trabalho, ele não conseguia entender onde estava ou qual era o tesouro. Desolado, mostrou as letras que compunham a palavra Ohlabart.

O velho sábio o colocou frente a um espelho e, tomando da palavra escrita em um papel, a pos sobre o peito de Omar.

O que você está vendo? Perguntou o sábio.

Admirado, Omar viu a própria imagem refletida no espelho. Estava mudado. Seus músculos haviam enrijecido no trabalho, as mãos estavam calejadas e bem no meio do peito ele pôde ler: Trabalho, que era Ohlabart escrito de trás para frente.

Trabalho era o tesouro. Graças ao trabalho de estudar, ele crescera intelectualmente. Graças ao trabalho nas atividades profissionais a que se entregara, ele adquirira experiência e, bem assim, haveres materiais, que antes buscava de outras formas.

Sorriu, agradecido, e retornou para seu lar, para seus afazeres, sua família, seus estudos.

*   *   *

O trabalho é uma das Leis Divinas. E  todos têm o dever de trabalhar.

Mesmo aqueles que, tendo muitas posses, não necessitem do trabalho para seu sustento, devem utilizar o tesouro do tempo no estudo e em uma atividade útil para si ou ao seu semelhante.

*   *   *

Não menospreze a oportunidade do trabalho. Graças ao trabalho, o homem progride, cresce e se agiganta.

E lembre: toda atividade útil é trabalho.

Redação do Momento Espírita, a partir de conto de autoria ignorada.
Em 21.08.2009.


 



sábado, 18 de fevereiro de 2023

Evangeliza - Pai Nosso

Pai Nosso


Pai nosso, que estás nos Céus
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Neste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor
Seja o teu nome sublime,
Que em todo o Universo
exprime Concórdia, ternura e amor.

Venha ao nosso coração,
O Teu reino de bondade,
De Paz e de Caridade
Na estrada da redenção.

Cumpra-se o Teu mandamento
Que não vacila nem erra,
Nos céus, como em toda Terra
De luta e de sofrimento.

Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito de Luz no carinho
Do pão espiritual.

Perdoa-nos meu Senhor,
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos
De iniquidade e de dor.

Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos
A amar aos nossos irmãos
Que vivem longe do bem.

Com a proteção de Jesus
Livrai a nossa alma do erro,
Neste mundo de desterro,
Distante da Vossa Luz

Que a Vossa ideal igreja,
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do Vosso Amor… Assim Seja!

(XAVIER, Francisco Cândido. no livro “Parnaso de Além-Túmulo”. Pelo Espírito do Monsenhor José Silvério Horta).

Pai Nosso

Pai Nosso que estais no céu, na terra, em todos os mundos espirituais. santificado e bendito seja sempre o Vosso Nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração, bendito sejas.
O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito.
Perdoai as nossas dívidas, mas ensinai-nos antes a merecer o vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los não com os lábios e sim com o coração.
Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário a caridade.
Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem. Como espíritas encarnados ou desencarnados.
Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros, pelo erro judiciário.
Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontrão. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.
Que vá a todos aqueles que nesse momento transpõe o pórtico da vida terrena para a espiritual para tenham um guia e o vosso perdão.
Que esse Pai Nosso vá até os lupanares e erga estas pobres infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.
Que vá até o seio da terra onde o mineiro esta exposto a grande perigo, e que ele findo o dia possa voltar ao seio de sua família.
Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a Paz.
Tende piedade dos órfãs e viúvas. Daqueles que até esta hora não tiveram uma pedaço de pão. Tende compaixão dos navegadores dos ares, dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre olhos do ser à vida.Que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos.
Que Assim Seja.


Tesouro da Oração



Francisco Osuna, sacerdote místico espanhol do período renascentista - séculos quinze e dezesseis - na sua grande obra “Abecedário terceiro”, afirma que:

“A primeira forma de orar, a que se situa no plano da fé, é como escrever a um amigo.

A segunda forma de orar, situada no plano da esperança, é como escrever a um amigo e esperar por uma resposta.

A terceira maneira de orar, situada no plano do amor, é como se fôssemos pessoalmente à casa desse amigo.”

A antiguidade do conceito - mais de quinhentos anos - é de grande utilidade, porque esse amigo é Deus, cuja oração deve ser-lhe dirigida.

Trata-se de um grito emocional na hora da aflição encaminhado ao Pai Criador, como um ato de irrestrita confiança.

Noutras vezes, é uma descarga de angústias que necessita de socorro imediato e, por fim, é um enlevo de gratidão em delícia de emoção.

Por isso a oração, de maneira alguma se circunscreve apenas ao ato da rogativa. Também é instrumento de louvação e, por fim, de júbilo pelo bem alcançado, em forma de reconhecimento.

Orar é romper as barreiras mentais limitadoras das emoções e necessidades imediatas para alcançar os altiplanos da vida.

Nem sempre é tão fácil a oração assinalada pela perfeita integração da criatura com o Criador.

A falta do hábito salutar interrompe o fluxo do pensamento e ideias extravagantes interferem no ato, dificultando a sintonia.

A insistência disciplinadora, mediante a criação de novo programa, termina por facultar a doce interação entre quem ora e o destinatário.

Quando a fé ora, uma vibração ascendente superior rompe as cristalizações mentais e abre o psiquismo ao Senhor.

Quando a esperança ora, há uma natural comunhão que devolve a onda de luz que beneficia quem faz a solicitação.

Quando é o amor que ora, sucede uma fusão de psiquismos que culminam no êxtase.

* * *

Ainda associamos a oração a um ritual externo, a um endereçamento de palavras rebuscado, repleto de formalidades. São séculos e séculos de cultura arraigada na alma antiga.

Escrevemos a um Senhor que tememos, não conhecemos, e que mora muito longe...

Porém, quando desconstruirmos essa ideia – aos poucos, é claro – e transformarmos esse ato numa conversa de respeito, amizade e encanto, perceberemos que o Criador nunca esteve longe como imaginávamos. Nós é que criamos tal distância...

* * *

A palavra religião pode ter duas principais raízes.

Para alguns pensadores, o termo latino religare teria criado a palavra religião, numa alusão à necessidade de uma religação com o Criador.

Para outros, o termo pode ter vindo da palavra relegere, que significa reler, revisitar, retomar o que estava largado.

Que nossa oração aprenda a encurtar caminhos.

Que nossa oração nos faça perceber o Pai em tudo e em todos.

Que nossa oração seja, por si só, remédio para os pensamentos deletérios que ainda reinam em nossas mentes agitadas e confusas.

Que nossa oração – tesouro que temos – nos possibilite caminhar com os pés limpos, mesmo ainda pisando os pântanos do mundo.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 20, do livro Seja feliz hoje, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 3.5.2017.


domingo, 12 de fevereiro de 2023

Evangeliza - O anjo solitário

 O anjo solitário


Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso…

Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.

Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância…

O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.

Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.

Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.

Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva,  ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.

Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.

Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.

Os Doadores de Carinho, em assembléia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.

Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.

Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.

Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.

Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.

O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas,  a fim de socorrê-lo e ampará-lo.

Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.

Esse, era o anjo divino da Caridade.

(XAVIER, Francisco Cândido. Do livro “Estante da Vida”. Mensagem do Espírito “Irmão X”).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Evangeliza - O Relógio Perdido - O poder do silêncio

 

 O Relógio Perdido



Um fazendeiro descobriu que tinha perdido o seu relógio no celeiro. O relógio não era muito valioso e de grande valor sentimental.
Após extensa procura em vão, ele recorreu à ajuda de um grupo de crianças que brincava do lado de fora do celeiro e prometeu uma valiosa recompensa para quem encontrasse o seu relógio.
Ao ouvirem isso, as crianças correram para dentro do celeiro e começaram a vasculhar a imensa pilha de feno. Ainda assim não conseguiram encontrar o relógio.
Quando o fazendeiro estava prestes a desistir, um menino aproximou-se dele e pediu mais uma chance para tentar, já que todos os outros não conseguiram.
O fazendeiro olhou e pensou:
- Porque não? - seria uma tentativa a mais.
Afinal de contas, o garoto parecia sincero e determinado. Então, o fazendeiro autorizou o menino a entrar no celeiro.
Depois de um tempo, o menino saiu com o relógio em sua mão!!! Todos ficaram espantados. O fazendeiro ficou feliz e surpreso ao mesmo tempo. Ele perguntou então ao menino: - Como conseguiu encontrar o relógio sozinho, já que todos os outros meninos juntos não conseguiram??
O menino respondeu: - Eu não fiz nada a não ser ficar sentado no chão escutando.
No silêncio, eu escutei o tic-tac do relógio e apenas olhei para a direção certa.
Uma mente em paz pode pensar melhor do que uma mente confusa.
Dê alguns minutos de silêncio à sua mente todos os dias, pois assim você ouvirá a voz de Deus que te conduzirá na direção certa e lhe ajuda a definir a sua vida!
Você verá o quanto isso lhe ajudará a transformar sua vida da maneira que você espera que ela seja.
As vezes o silêncio de Deus é a resposta para os nossos questionamentos.

(Autor Desconhecido)

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