Vencerás
(Emmanuel)
Vencerás
(Emmanuel)
Coerência
Atribui-se a Mahatma Gandhi uma das mais belas histórias que já tive a oportunidade de ouvir. Conta-se que, em determinado dia, Gandhi andava pelas ruas da Índia quando foi surpreendido por um guarda britânico, que sem nenhum motivo proferiu um soco em seu rosto, levando-o ao solo.
Gandhi se levantou, sem proferir uma única palavra de protesto, e prostrou-se de pé diante do soldado que sem hesitar proferiu um segundo soco em Gandhi, que novamente tombou ao chão.
Nesse momento, uma multidão começou a se aglomerar ao redor da confusão, formada por transeuntes que presenciaram o ato de violência. Temendo o pior, Gandhi tenta acalmar o ímpeto de revolta da população.
O soldado impetuoso e irônico pergunta a Gandhi: “Covarde! Quem te ensinou a não reagir?”. Calmamente Gandhi levanta o braço e aponta o dedo para o peito do soldado lhe dizendo: “Foi esse homem preso à cruz, pendurada em teu peito”.
O soldado então coloca a mão no crucifixo que carregava em seu pescoço e constrangido com a resposta de Gandhi, evadiu-se do local sem nada dizer.
Gandhi não era cristão, era hindu, mas naquele momento foi capaz de exercer um dos preceitos cristãos mais difíceis de serem executados, “oferecei a outra face”.
Qual daqueles dois homens foi de fato coerente com a sua fé? O que agiu com violência ou aquele que agiu com mansuetude?
Sejamos coerentes com a nossa fé e lembremos qual a verdadeira razão de sermos Cristãos.
Amor
(João de Brito)
Auta de Souza
TROVAS PARA JESUS
Auta de Souza
Caridade, onde estiveres
Lenindo as dores de alguém,
Onde sirvas, onde fales,
Jesus estará também.
A JESUS
Auta de Souza
Senhor! Protege os corações cansados
Que se vão sem conforto e sem guarida,
No aguaceiro de lágrimas da vida, vida,
Indiferentes ou desesperados.
Ascendem para os céus todos os brados
Da alma humana tristonha e dolorida!
Balsamiza, de amor, toda a ferida.
Que punge o coração dos degredados;
Degredados na terra tenebrosa,
Terra da sombra estranha e dolorosa,
Recamada de prantos e espinhos!
Ampara, meu Jesus, quem vai chorando,
Entre dores e acúleos, soluçando,
Na miséria de todos os caminhos.
SEMPRE COM JESUS
Auta de Souza
Não te detenhas! Segue, alma querida,
Vara o próprio caminho em sombra e vento,
Resguarda o coração tranqüilo e atento
E enriquece de amor o chão da vida.
Não te amargure o temporal violento
Que invade a Terra em fúria desmedida,
De esperança a esperança e lida em lida,
Dissiparás a angústia e o sofrimento.
Segue, plantando o bem por onde fores,
Deixando ao tempo o fel das próprias dores,
Por mais que a provação te envolva a estrada !...
Além da imensa noite, espessa e fria,
Cristo é o Divino Sol do novo Dia,
Anunciando a Nova Madrugada!...
Hino do Repouso
Auta de Souza
Rasgaram-se os véus da noite...
Novo dia resplandece.
Viajor, descansa em prece
Ao lado da própria cruz.
No firmamento dourado
Rebrilha a aurora divina,
Porque a morte descortina
Vida nova com Jesus.
Esquece a aflição do mundo!
No seio da crença, olvida
Todas as sombras da vida,
Todo sonho enganador...
Sob a bênção da alegria,
Na esperança que te veste,
És a andorinha celeste
Voltando ao ninho de amor.
Repete, agora conosco _
“Bendita a dor santa e pura
Que me deu tanta amargura
E tanta consolação”.
E orando, em paz, no repouso,
De alma robusta e contente,
Agradece alegremente
A própria libertação.
Descansa! Que além da sombra,
Outra alvorada te espera!
Abençoa a nova esfera
A que os Senhor nos conduz.
Delatarás, muito em breve,
Todo o júbilo que vazas,
Desdobrando as próprias asas
No Reino da Eterna luz!
Hino ouvido pelo médium Francisco Cândido Xavier, junto ao leito de morte da Senhora Maria Pena Xavier, no momento de sua desencarnação, na noite de 10.03.49, em Pedro Leopoldo. O hino era cantado por um coro de espíritos amigos, em conjunto de oração.
O cachorro e o prego!
Há uma metáfora muito interessante, que narra a viagem de um escritor.
Em dado ponto da estrada, que cortava um deserto norte-americano, o homem resolve parar o carro num posto de gasolina para abastecê-lo. Vê um velhinho perto da bomba de combustível e ao seu lado um cachorro deitado, que uivava de dor. O homem pede que o velhinho ponha a gasolina e fica observando intrigado o cachorro, que não para de gemer.
– O que acontece com esse cão? – Perguntou o escritor ao velho. – Por que ele não para de uivar?
– Ah! É porque ele está deitado na tábua.
– Só por isso?
– Bem, é que na tábua há um prego.
– Sei… E porque ele simplesmente não sai de cima do prego?
– Meu amigo – responde o velhinho -, é porque a dor é suficiente apenas para que ele gema e se lamente. Mas não é suficiente para que ele saia de cima do prego.
Em muitos momentos agimos assim. Algo nos incomoda, chateia e atrapalha o crescimento em diversos sentidos. Contudo, nos habituamos tanto àquele estado de coisas que vamos deixando simplesmente as coisas ficarem como estão.
Até nos queixamos, reclamamos, mas pouco empreendemos na direção de uma mudança real.
A possibilidade de mudança está na atitude e não na fala. Falar apenas é um hábito que nos mantém em cima do prego.
Quantos de nós continuamos sentados, parados, acomodados, somente reclamando, chorando, mas sem fazer absolutamente nada? Será que o nosso prego não está doendo o suficiente?
(Autor desconhecido).
“A mendiga e o samurai”
Surpreendente conto japonês que fará com que você repense seus relacionamentos.
A Fábula do Vento e o Sol
O vento e o sol começaram a discutir quem era mais forte. O vento disse: “vou provar que sou o mais forte. Vê aquele velhinho lá em baixo? Aposto que consigo tirar o casaco dele mais depressa que você”.
Assim o sol se escondeu detrás de uma nuvem e deixou o vento soprar até quase se transformar em um furacão. Porém quanto mais forte soprava, tanto mais o velhinho se embrulhava no casaco.
Finalmente o vento se acalmou e desistiu. Quando o sol ressurgiu, apenas sorriu levemente para o velhinho, e este secando o suor da testa com a mão, tirou o casaco.
O astro-rei disse então ao vento:
A bondade e a amabilidade são sempre mais fortes que a fúria e a violência.
(Fábula de Esopo).
O Melhor de Todos
Um Som por um Perfume
Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido. Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho. - Espere aí! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos! - Que é isso? - protestou o espantado viajante. - Eu nem encostei nos seus bolos! - Seu ladrão! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria. Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada! Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz local, um velho muito sábio. O juiz ouviu os argumentos, pensou bastante e depois ditou a sentença. - Você está certo - disse ao padeiro. - Este viajante saboreou os frutos do seu trabalho. E julgo que o perfume dos seus bolos vale três moedas de ouro. - Isso é um absurdo! Objetou o viajante. - Além disso, gastei meu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo. - Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo. Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logo avançou para pegar. - Ainda não - disse o juiz. - Você diz que esse viajante meramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é? - É isso mesmo - respondeu o padeiro. - Mas ele não engoliu nem um pedacinho? - Já lhe disse que não. - Nem provou nem um pastel? - Não! - Nem encostou nas tortas? - Não! - Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago apenas com som. Abra os ouvidos para receber o que você merece. O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-as retinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro. - Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobre homem em viagem - disse o juiz -, você até ganharia recompensas em ouro, no Céu.
(Autor desconhecido).
Flores para o Dia das Mães
Quando meu marido anunciou calmamente que, após onze anos de casamento, havia dado entrada em nosso divórcio e estava saindo de casa, meu primeiro pensamento foi para os meus filhos. O menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro. Será que eu conseguiria nos manter unidos e passar para eles um sentido de "família"? Será que eu, criando-os sozinha, conseguiria manter o nosso lar e ensinar-lhes a ética e os valores dos quais certamente precisariam para a vida? A única coisa que eu sabia era que precisava tentar. Freqüentávamos a igreja todos os domingos. Durante a semana, eu arranjava tempo para rever os deveres de casa com eles e, freqüentemente, discutíamos a importância de fazermos as coisas certas. Isso me tomava tempo e energia quando eu tinha pouco de ambos para dar. Mas o pior era não saber se realmente estavam absorvendo tudo aquilo tudo. Ao entrarmos na igreja no Dia das Mães, dois anos após o divórcio, notei carrocinhas cheias de vasos com os as mais lindas flores ladeando o altar. Durante o sermão, o pastor disse que, a seu ver, ser mãe era uma das tarefas mais difíceis da vida e que merecia não só reconhecimento como, também, recompensa. Assim, pediu que cada criança fosse até a frente da igreja para escolher uma linda flor e entrega-la à mãe como símbolo do quanto era amada e estimada. De mãos dadas, meu filho e minha filha percorreram o corredor com as outras crianças. Juntos, refletiram sobre qual planta trazer para mim. Nó havíamos passado momentos muito difíceis e esse pequeno gesto de valorização era tudo que eu precisava.. Olhei aquelas lindas begônias, as margaridas douradas e os amores-perfeitos violetas e pus-me a planejar onde plantar o que quer que escolhessem para mim, pois certamente trariam uma linda flor como demonstração do seu amor. Meus filhos levaram a tarefa muito a sério e olharam cada vaso. Muito depois de as outras crianças já terem retornado aos seus lugares e presenteado suas mães com uma linda flor, meus dois ainda escolhiam. Finalmente, com um grito de alegria, acharam algo bem no fundo. Com sorrisos exuberantes a iluminar seus rostos, avançaram satisfeitos pelo corredor até onde eu estava sentada e me presentearam com a planta que haviam escolhido como demonstração de seu apreço por mim pelo Dia das Mães. Fiquei olhando estarrecida para aquele pequeno ser roto, murcho e doentio que meu filho estendia em minha direção. Aflita aceitei o vaso de suas mãos. Era óbvio que os dois haviam escolhido a menor planta, a mais doente de todas ¾ nem flor tinha. Olhando para rostinhos sorridentes, percebi o orgulho que sentiam daquela escolha e, sabendo o quanto haviam demorado para selecionar aquela planta em especial, sorri e aceitei a lembrança. Mais tarde, no entanto, tive de perguntar ¾ de todas aquelas flores maravilhosas, o que os havia feito escolher justamente aquela para me dar? Todo orgulhoso, meu filho declarou: ¾ É que aquela parecia precisar de você, mamãe. Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, abracei meus dois filhos, bem apertado. Eles acabavam de me dar o maior presente de Dia das Mães que jamais poderiam ter imaginado. Todo o meu trabalho e sacrifício não havia sido em vão ¾ eles iam crescer perfeitamente bem.
Do livro: Histórias para Aquecer o Coração das Mães Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros .- Editora Sextante.
O Tesouro e o Trabalho
Narra uma lenda que um pescador muito preguiçoso dormiu à beira do rio, de onde deveria retirar o seu sustento, e ali sonhou.
Sonhou que encontrou em um campo um cântaro de ferro e tendo nele introduzido a mão, descobriu uma reluzente moeda de ouro.
Os olhos do pescador brilharam com intensidade. Tornou a introduzir a mão no cântaro por diversas vezes e, em cada uma delas, encontrava uma nova moeda igual à primeira.
Finalmente despertou e, animado pelo que sonhara, buscou alguém que lhe pudesse decifrar o significado daquelas imagens.
Um velho sábio, então, lhe falou: Não há mistério e qualquer um que queira pode decifrar o seu sonho. Vá até o rio, estenda as suas redes várias vezes e você haverá de descobrir, por si mesmo, o significado.
O pescador se encheu de bom ânimo e se dirigiu até o rio. As árvores frondosas das margens deitavam sombras sobre as águas cantarolantes e ligeiras.
O pescador viu vários peixes que nadavam na corrente. Rapidamente, lançou sua rede e apanhou alguns.
Novos peixes surgiram no seio profundo das águas e ele também os recolheu.
Assim trabalhou durante horas. Jamais pescara tanto. Pareceu-lhe, mesmo, que a pesca fora semelhante a de um mês inteiro.
Enquanto ainda estava na sua tarefa, ocorreu de passar pela margem um mercador. Ao ver os cestos abarrotados de peixes, aproximou-se e indagou o preço. Comprou todos por uma razoável quantia.
Foi só então, quando sentiu nas mãos as moedas tilintantes que o pescador compreendeu o verdadeiro significado do sonho e o sentido das palavras do velho sábio.
O cântaro nada mais era do que o rio de onde ele, pelo esforço do seu trabalho, tirava os peixes que, no mercado, se transformariam em moedas preciosas para as suas necessidades.
* * *
O trabalho é presença indiscutível no contexto do progresso. Sem ele, a vida permaneceria em seu caos inicial.
Tudo que existe é resultado do trabalho. A estátua que admiramos expressando beleza, fala do esforço com que o artista incansavelmente a trabalhou.
A terra florida e perfumada, ou o pomar repleto de frutos são a resposta das Leis do trabalho ao trato do solo.
Ao homem é concedida a honra do trabalho, que lhe permite desembaraçar-se do cipoal da ignorância, concedendo-lhe a alegria de exteriorizar a beleza e a harmonia que dormem latentes em sua intimidade.
Em qualquer situação, pois, o trabalho eleva quem o desenvolve e a ele se afeiçoa.
* * *
O trabalho é também terapia preventiva. Assim é quando preenche os espaços da mente e da emoção com o esforço do seu afeiçoado.
É também terapia curadora. Sempre que desperta o ser para a luta contra os seus limites, gerando possibilidades novas e meios de se recuperar.
O trabalho é Lei de Deus. Isso porque faculta ao homem crescimento no processo constante da evolução.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Perfil do trabalho, do livro Perfis da vida,
pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal, e no cap. O cântaro milagroso, do livro Lendas do céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Melhoramentos.
Em 28.08.2009.
Contando Tesouros
Após a aula de Educação Física, o professor Jorge pediu aos seus alunos que se reunissem em torno dele.
Como hoje é nosso último dia de aula, eu vou lhes propor um desafio, falou ele.
Aquele que me trouxer o objeto mais caro, seja qual for, ganhará esta bola de futebol.
Os alunos ficaram afoitos. Assim, ao sinal do professor, saíram correndo pela escola, a fim de buscarem o objeto mais caro que pudessem encontrar.
Alguns entraram nas salas de aula, pedindo aos outros professores que lhes emprestassem seus relógios, anéis, colares.
Outros foram conferir os enfeites que ornamentavam a mesa da diretora, buscando por aqueles que, julgavam, seriam os mais caros.
Meia hora depois, conforme o combinado, reuniram-se novamente na quadra esportiva, com o intuito de apresentar seus objetos ao professor.
Um a um, cada aluno foi apresentando ao educador e aos colegas o objeto coletado.
Alguns haviam trazido joias. Outros, artigos preciosos de decoração. Houve até mesmo quem trouxesse equipamentos eletrônicos.
E, então, chegou a vez de João.
Ele se postou à frente dos colegas e retirou do seu bolso uma pequena fotografia, na qual estavam retratados sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho e sua irmã caçula.
Os colegas, vendo objeto tão simples e comum, começaram a caçoar. As risadas que começaram meio tímidas logo cresceram em volume.
O professor repreendeu aquele comportamento e disse que cada qual era livre para apresentar aquilo que mais lhe aprouvesse.
Esperou, então, que todos os estudantes terminassem de apresentar suas conquistas e, pedindo silêncio, apontou o vencedor: João.
A turma não se conteve. Como poderia o professor ter escolhido a fotografia de João quando tantos objetos caros haviam sido apresentados?
Jorge, observando o alvoroço da turma, esperou pacientemente que eles se acalmassem e, dando voz a João, perguntou o motivo pelo qual ele apresentara aquele retrato de família.
Meus pais e meus irmãos são meu grande tesouro, respondeu o menino. Não há nada no mundo que, para mim, valha mais do que eles.
O professor, como que já esperando aquela resposta, sorriu para o garoto e o abraçou, lhe entregando o prêmio.
Depois, se dirigindo a toda turma, explicou: Recebemos da vida muitos tesouros: bens materiais, amizades, nossas famílias e muitos mais. Porém, alguns são mais valiosos do que outros.
O verdadeiro sábio,prosseguiu, é aquele que sabe dar o valor correto para cada um deles.
Sorrindo, finalizou: E, por acaso, existe bem mais precioso, mais caro e mais importante no mundo do que nossas famílias? Parabéns por nos lembrar disso, João!
* * *
O Criador, em toda Sua sabedoria, nos reúne em famílias a fim de que elas nos sejam laboratório de experiências.
Afinal de contas, como podemos almejar o amor ao próximo, o perdão, a caridade, a paciência e todas as outras virtudes, quando não as colocamos em prática nem ao menos com aqueles que são nosso próximo mais próximo?
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada.
Em 4.4.2014.
O Tesouro
Certa vez um homem procurou um sábio para ajudá-lo a encontrar um tesouro. Esse homem se chamava Omar e desejava ficar rico sem muito esforço.
Depois de ouvir Omar, o sábio lhe deu trinta livros e lhe disse que eles lhe dariam o tesouro de Ohlab.
Quando chegou em casa, Omar abriu o primeiro livro e verificou que ele estava escrito em árabe. Como não sabia ler árabe, matriculou-se em uma escola. Assim, leu o primeiro livro.
Nesse período ele resolveu trabalhar e conseguiu um emprego em uma loja, com um salário razoável.
Ao acabar de ler o primeiro e os demais livros escritos em árabe, ele aprendeu uma nova letra e acrescentou ao tesouro recebido. Agora ficou Ohlaba.
Os livros seguintes eram em hebraico. E ele foi aprender a ler naquela língua.
Conseguiu um emprego melhor. Era numa empresa de transporte de alimentos e ele teve um aumento de salário. Sua vida foi melhorando.
Concluindo a leitura dos livros em hebraico, ele colocou mais uma letra no tesouro que lhe dera o sábio. Agora ele tinha Ohlabar.
Os últimos dez livros eram em aramaico. E enquanto aprendia a língua desconhecida, ele teve nova chance. Passou a trabalhar na reforma e construção de casas.
O tempo passou.
Graças ao seu empenho, ele desfrutava de uma boa casa, roupas, dinheiro. Alguns amigos o consideravam rico.
Ao concluir a leitura do último livro, ele acrescentou mais uma letra àquelas anteriores. Agora ele tinha o vocábulo Ohlabart, com um h depois do O.
Omar olhou e tornou a olhar a palavra. Se aquele era o segredo do tesouro, ele não estava conseguindo decifrar. Voltou à casa do sábio e lhe disse que ele havia estudado árabe, hebraico e aramaico. Que trabalhara muito depois que o fora ver da primeira vez.
Contudo, apesar do estudo e do trabalho, ele não conseguia entender onde estava ou qual era o tesouro. Desolado, mostrou as letras que compunham a palavra Ohlabart.
O velho sábio o colocou frente a um espelho e, tomando da palavra escrita em um papel, a pos sobre o peito de Omar.
O que você está vendo? Perguntou o sábio.
Admirado, Omar viu a própria imagem refletida no espelho. Estava mudado. Seus músculos haviam enrijecido no trabalho, as mãos estavam calejadas e bem no meio do peito ele pôde ler: Trabalho, que era Ohlabart escrito de trás para frente.
Trabalho era o tesouro. Graças ao trabalho de estudar, ele crescera intelectualmente. Graças ao trabalho nas atividades profissionais a que se entregara, ele adquirira experiência e, bem assim, haveres materiais, que antes buscava de outras formas.
Sorriu, agradecido, e retornou para seu lar, para seus afazeres, sua família, seus estudos.
* * *
O trabalho é uma das Leis Divinas. E todos têm o dever de trabalhar.
Mesmo aqueles que, tendo muitas posses, não necessitem do trabalho para seu sustento, devem utilizar o tesouro do tempo no estudo e em uma atividade útil para si ou ao seu semelhante.
* * *
Não menospreze a oportunidade do trabalho. Graças ao trabalho, o homem progride, cresce e se agiganta.
E lembre: toda atividade útil é trabalho.
Redação do Momento Espírita, a partir de conto de autoria ignorada.
Em 21.08.2009.
Pai Nosso
O Relógio Perdido
(Autor Desconhecido)
21 - DOIS MESES ANTES
I
Grande confeitaria paulista, ao anoitecer. Clientela numerosa.
Quando Olavo Dias, denodado trabalhador da seara espírita, se aproxima da caixa para efetuar o pagamento de certa compra, surge a atordoada:
– Ladrão! Ladrão! Pega o ladrão! Pega! Pega!
Alia-se um guarda a robusto balconista e agarra pobre homem, extremamente mal vestido, que treme ao apresentar grande pacote nas mãos.
– Ele roubou de um freguês – grita o caixeiro, como que triunfante ao guardar a presa.
Quase todos os rostos se voltam para o infeliz.
O policial apresta-se para as providências que o caso lhe sugere, mas Olavo Dias avança e toma a defesa.
Não é um ladrão – explica – e não admito qualquer violência.
E no propósito de ajudá-lo, Olavo mente, afirmando:
– E meu empregado e, decerto, retirou o pacote julgando que me pertencesse.
Enérgico, toma o embrulho, devolve-o ao gerente, pede desculpas pelo engano e afasta-se com o desconhecido, dando-lhe o braço, como se o fizesse a um parente, diante dos circunstantes perplexos.
Dobrando, porém, a primeira esquina, dirige-lhe a palavra, admoestando:
– Ora essa, meu caro! Sou espírita e um espírita não deve mentir. Entretanto, fui obrigado a isso para defendê-lo.
O interpelado mergulha a fronte nas mãos ossudas e explica em lágrimas:
– Doutor, roubei porque tenho seis filhos com fome... Sou doente do peito... Não acho serviço...
– Bem, bem – falou Olavo, comovido –, não estou aqui para fazê-lo chorar.
Condoído, abriu a bolsa, deu-lhe o concurso possível e perguntou-lhe pelo endereço.
O infeliz declarou chamar-se Noel de Souza, deu os nomes da esposa e dos filhos e informou residir nas proximidades da Vila Maria, em modesto barracão.
O benfeitor, realmente sensibilizado, prometeu visitá-la na primeira oportunidade, e, finda uma semana, ei-lo de automóvel a procurar pela casinha distante.
Depois de algum esforço, localizou-a.
Encontrou a senhora Souza e os seis filhinhos esquálidos, mas o dono da casa não estava.
Saíra para angariar socorro médico.
Olavo, tocado de compaixão, fez quanto pôde pela família sofredora e, ao despedir-se, ouviu a dona da casa dizer-lhe sob forte emoção:
– Um dia, se Deus quiser, Noel há de retribuir o senhor por tudo o que está fazendo...
Precisando deixar S. Paulo, em função da vida comercial, Olavo recomendou os novos protegidos a diversos companheiros, e esqueceu a ocorrência.
II
Decorridos seis meses, Olavo, certo dia, chega apressado ao aeroporto de grande cidade brasileira.
Precisava viajar urgentemente, mas não tem passagem. Arriscar-se-á, no entanto, à aquisição de última hora.
Retendo pequena pasta, procura na multidão um amigo que o precedera, minutos antes, com o fim de ajudá-lo, até que o vê a pequena distância, acenando-lhe a que se apresse.
O problema está resolvido. Basta que apresente a documentação necessária.
Avança, presto, mas alguém cruza o caminho. Sente-se abraçado numa explosão de ternura.
Olavo tenta quebrar o impedimento afetivo, mas reconhece Noel de Souza e estaca, surpreendido.
– Você... aqui?
O amigo está humildemente trajado, mas limpo e alegre.
– Sim, doutor, preciso vê-lo – confirma o interlocutor.
– Agora, não – falou Olavo, contrafeito.
Como se não lhe anotasse o azedume, o outro tomou-lhe o braço e arrasta-o docemente para fora do raio de visão do companheiro que o espera.
– Souza, não me detenha, não me detenha... – roga Olavo, inquieto.
– Escute, doutor, preciso agradecer-lhe...
E como se não lhe pudesse escapar da mão, Olavo escuta-lhe a fala entediado e impaciente. Noel refere-se à esposa e aos filhos e repete frases de gratidão e carinho.
Depois de alguns instantes, Dias, revoltado, desvencilha-se e abandona-o sem dizer palavra. Alcança o amigo, mas é tarde.
O avião não pudera esperar.
Acabrunhado, vê, de longe, o aparelho de portas cerradas, na decolagem.
Bastante desapontado, busca Noel de Souza para ouvi-lo com mais atenção, já que perdera a viagem. Entretanto, por mais minuciosa a procura, não mais o encontra.
Daí a quatro horas, recebe trágica notícia.
O aparelho em que disputara lugar caíra de grande altura, sem deixar sobreviventes.
Intrigado, regressa a S. Paulo e corre a visitar a choupana de Noel. Quer vê-lo, abraçá-lo, comentar o acontecimento.
Mas, no lar modesto de Vila Maria, veio a saber que Souza desencarnara dois meses antes.
(XAVIER, Francisco Cândido. Do livro: Almas em Desfile. Pelo Espírito de Hilário Silva. Ed. FEB).
10 - O CASO PITANGA
(XAVIER, Francisco Cândido. Do livro: Almas em Desfile. Pelo Espírito de Hilário Silva. Ed. FEB).
PRECE DE CÁRITAS
Que assim seja!
Cáritas
(25 Dezembro de 1873).
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A prece de Cáritas é uma das orações espíritas mais conhecidas nos centros espíritas e por muitas pessoas de religiões diferentes. Ela é extremamente popular porque consegue tocar no fundo da alma de quem a coloca em prática, é mesmo uma oração forte.
Foi psicografada por madame W. Krell na cidade de Bordeaux (França) durante a noite de Natal do ano de 1873, tal prece foi passada pelo espírito de Cáritas, que também foi autor de outras comunicações também conhecidas: “A esmola espiritual” e “Como servir a religião espiritual”.
A oração foi publicada no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle.
O Espírito Cáritas também aparece em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XIII, itens 13 e 14), uma das obras essenciais da Doutrina Espírita.
Em uma mensagem, Adolfo (Bispo de Argel) juntamente com o Espírito Cáritas, exalta a caridade, como é possível ver neste trecho:
“Caridade! Sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, quando se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra (…).”
É interessante destacar que a palavra Cáritas, do latim, significa caridade.
Esta oração não tem um objetivo específico, mas certamente conduz a elevação espiritual, o desenvolvimento do amor próprio e a prática incondicional da caridade, mas muito buscada como uma prece espírita para acalmar…
Fato é que existem vários relatos apontando o grande poder dessa reza, trazendo paz, luz, tranquilidade e amor.
Seja muito feliz em sua vida!
“Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me, eu sou a meta a que vós todos deveis visar”
Canoa quebrada
"Canoa quebrada", uma incrível parábola sobre o medo da mudança!
À margem de um grande rio vivia um pescador com sua família. Foram muito bem-sucedidos com seus negócios de pesca, mas, agora, as coisas estavam difíceis, o rio trazia cada vez menos peixes, suas ferramentas de trabalho estavam velhas e, como não havia dinheiro para comprar um novo barco, o pescador tinha que consertá-lo frequentemente.
Um dia, um velho caminhante passou por lá e perguntou ao pescador se poderia passar a noite em sua casa. Embora a casa fosse muito simples e mal houvesse comida para todos, a família do pescador o aceitou e o tratou com carinho e educação, colocando-o para dormir no melhor cômodo da casa.
Na manhã seguinte, quando o caminhante estava prestes a partir, perguntou ao pescador como poderia agradecer aos donos pelo abrigo e pela comida. O pescador, percebendo que o homem era tão pobre quanto ele, apenas abriu um sorriso e respondeu:
- Percebo que você é um homem sábio e que já viu muito. Agradeça-me com conselhos sobre como sair da pobreza, isso será suficiente.
- Muito bem, disse o caminhante. Para sair da pobreza, você precisa afogar o seu barco!
Depois disso, disse adeus e nunca mais foi visto pelo pescador e sua família.
O pescador não viu sentido no conselho do caminhante. Afinal, como poderia livrar-se do seu barco, a única ferramenta de sustento de sua família, que, ainda por cima, não garantia comida para todos os dias?
O pescador não seguiu o conselho e manteve o mesmo estilo de vida, ficando cada vez mais pobre e sem alimento para a família. Até que um dia, durante uma forte tempestade, o seu barco foi seriamente danificado e já não havia mais como ser utilizado. A família, então, juntou seus pertences modestos, retirou-se de sua casa e procurou outro lugar para se estabelecer.
Encontraram uma grande vila de pescadores. Lá havia muitos barcos, de todos os modelos, cores e tamanhos, eles poderiam ajudar muito a família do pescador a recomeçar a vida. Mas, por mais que o pescador se alegrasse ao ver aqueles barcos, não tinha como comprar nenhum.
Um dia, estava sentado à margem do rio, admirando os barcos das outras pessoas até que percebeu que o barco de um homem estava seriamente danificado e precisando de reparos.
Como era bom nisso, ele se ofereceu para consertar o barco do homem, para que ele pudesse voltar ao seu trabalho logo.
Seu trabalho ficou realmente bom, e ele começou a dedicar seu tempo para estudar mais sobre essa arte, e, com o tempo, tornou-se um grande mestre.
Seu trabalho começou a ser mais procurado e reconhecido, e ele se tornou o melhor da aldeia, criando obras-primas, deixando os barcos melhores do que novos, e pessoas de outros lugares vinham em busca do seu trabalho.
Depois de um tempo, ele conseguiu comprar uma nova casa para acomodar sua família e nunca mais lhe faltou nada. Só depois disso, ele se lembrou do velho caminhante e do seu conselho, e tudo fez sentido. Ele realmente era muito sábio! “Afogar” o barco significava se desapegar do seu padrão de vida, sair da zona de conforto e buscar novas maneiras de transformar a sua vida. E foi exatamente o que ele fez.
As mudanças, por mais que pareçam assustadoras no começo, realmente nos fazem bem, quando estamos abertos à experimentá-las verdadeiramente.
Não tenha medo de mudar, só assim poderá encontrar melhores realidades para a sua vida!
O que você achou da parábola? Concorda com o conselho do caminhante?
A samambaia e o bambu
“A samambaia e o bambu”: uma fábula que nos ajuda a compreender a resiliência
A fábula da samambaia e o bambu conta a história de um carpinteiro que vivia um momento de grandes dificuldades em sua vida.
Ele era autônomo e tinha os seus clientes de sempre, as coisas iam bem até que uma grande empresa que fabricava móveis chegou à sua cidade. Era uma empresa muito desenvolvida, com muitas máquinas tecnológicas, funcionários e promessas de inovação. Como toda novidade positiva, não demorou muito para se tornar muito popular.
Todos os móveis dessa empresa eram de grande qualidade, fabricados em pouco tempo e tinham preços mais baixos do que os do carpinteiro, o que fez com que ele perdesse muitos clientes. As coisas estavam realmente difíceis e em pouco tempo ele iria à falência.
Como não recebia quase nada, muitas das contas ficaram por responsabilidade de sua mulher, que também estava em uma fase difícil, visto que seu salário de professora não era suficiente para sustentar os três filhos e também a casa.
Compreendendo que as coisas não poderiam mais continuar da mesma maneira, o carpinteiro tentou encontrar um novo emprego, mas não conseguia.
Sua esposa, sem saber lidar muito bem com a situação, culpou o marido, o que afetou os filhos, prejudicando seu desempenho na escola.
O carpinteiro começou a se desesperar, porque não encontrava uma saída para a sua situação. Estava quase sem energia, tanto física como emocionalmente e mal conseguia um minuto de distração ou alegria.
Um dia, com sua mente à beira do colapso, resolveu fazer um passeio em uma floresta próxima, na intenção de colocar suas ideias em ordem. Mal sabia que uma grande lição estava em seu caminho.
Depois de caminhar por um tempo dentro da floresta, o carpinteiro conheceu um ancião muito gentil que o cumprimentou e o convidou para tomar um chá em sua casa, que era muito simples. O ancião pode perceber a expressão preocupada no rosto do homem e perguntou-lhe o que estava acontecendo. O carpinteiro, então, explicou-lhe tudo, enquanto o ancião o ouvia com atenção.
Quando terminaram o chá, o ancião convidou o carpinteiro para ir a um terreno que ficava nos fundos de sua casa. Lá, estavam a samambaia, o bambu e muitas árvores mais. O ancião pediu ao carpinteiro para observar as duas plantas e disse-lhe que precisava contar uma história.
A história da samambaia e do bambu
O carpinteiro, sentindo que poderia aprender algo com o homem, mostrou-se muito interessado na história.
O sábio, então, começou: “Há oito anos, peguei algumas sementes e plantei a samambaia e o bambu ao mesmo tempo. Eu queria que ambos crescessem em meu jardim, porque as duas plantas são muito reconfortantes para mim. Coloquei toda minha dedicação para cuidar delas, como se fossem um tesouro.”
“Pouco tempo depois, percebi que a samambaia e o bambu respondiam de maneira diferente aos meus cuidados. A samambaia começou a brotar e em poucos meses tornou-se uma planta majestosa que enfeitava tudo com sua presença. O bambu, por outro lado, continuava debaixo da terra, sem mostrar sinais de vida. Um ano inteiro se passou e a samambaia continuou crescendo, mas o bambu não. No entanto, não desisti. Continuei cuidando com mais cuidado. Mesmo assim, mais um ano se passou e meu trabalho não dava frutos. O bambu se recusava a manifestar-se.”
O ancião continuou: “Também não desisti depois do segundo ano, nem do terceiro, nem do quarto. Quando cinco anos se passaram, finalmente vi que um galho tímido saía da terra. No dia seguinte, estava muito maior. Em poucos meses, cresceu sem parar e tornou-se um lindo bambu de mais de 10 metros. Você sabe por que demorou tanto para sair debaixo da terra?”
O carpinteiro pensou por um momento, mas não sabia o que responder. Então, o ancião lhe disse:
Demorou cinco anos porque durante todo esse tempo a planta estava trabalhando para criar raízes. Sabia que tinha que crescer muito alto e, por isso, não podia sair à luz, até que tivesse uma base firme que lhe permitisse subir satisfatoriamente. Você entende?
O carpinteiro conseguiu compreender o que o ancião lhe dizia. Ele entendeu que, às vezes, as coisas demoram, porque estão criando raízes. Que o importante é persistir e não perder a fé. Antes de se despedir, o ancião passou uma mensagem ao carpinteiro, para que a guardasse para sempre. Disse-lhe: “A felicidade o mantém doce. As tentativas o mantêm forte. As dores o mantêm humano. As quedas o mantêm humilde. O sucesso o mantém brilhante…”
Essa lição que o ancião deu ao carpinteiro foi de muito valor, pois permitiu que ele enxergasse além do agora, além dos problemas e dificuldades do momento presente, e despertou nele a esperança de que as coisas iriam prosperar, quando fosse o momento certo.
Essa mensagem também serve para todos nós. Temos a tendência de querer tudo para já, não temos paciência para esperar o momento certo. Quando apressamos as coisas, não damos tempo para que criem raízes, para que se solidifiquem e possam realmente trazer consequências positivas em nossas vidas. Não adianta apressarmos o curso do tempo, porque apenas conseguiremos resultados efêmeros, vazios.
Entender que as coisas boas precisam de tempo para se manifestarem é a chave para lidarmos com as dificuldades de nossas vidas. Não se desespere frente às crises, ao invés disso, adote uma mentalidade sábia e positiva, compreendendo que o melhor sempre está a caminho. Lembre-se da samambaia e do bambu, quando precisar de um reforço positivo!
O Cavalo Perdido
O cavalo perdido – uma fábula chinesa que nos ensina a não julgar rapidamente
O cavalo perdido é uma fábula popular na China e, há muitos anos, nos ensina a fazer uma reflexão mais profunda e sábia sobre aquilo que acontece em nossas vidas, sem nos apressarmos para julgá-las como boas ou ruins.
A história dessa fábula gira em torno de um fazendeiro que vivia em uma vila afastada.
Ele era um bom homem, que foi criado por uma família que valorizava o amor e o altruísmo. Por isso, era muito respeitado e admirado por todas as pessoas em ao seu redor.
As pessoas da vila também enxergavam esse fazendeiro como um homem muito sábio e, por isso, o consultavam sempre que precisavam de uma orientação em suas vidas. Ele tratava a todos com carinho e atenção, oferecendo palavras de conforto e positividade, e semeava a paz por onde passava.
Um belo dia, o fazendeiro estava em sua fazenda tranquila, quando percebeu um cavalo se aproximando, ele não sabia de onde nem porque o animal chegara em suas terras, mas não impediu sua entrada. O cavalo era muito branco e parecia bem cuidado, possuía uma elegância natural e parecia ser puro sangue.
Passavam-se os dias e o cavalo não ia embora, então o fazendo o acolheu e o animal passou a morar em suas terras.
Bênção x maldição
As pessoas que moravam na vila souberam da novidade e logo começaram a comentar sobre. De acordo com as leis da vila, como o cavalo havia chegado à fazenda aparentemente pela própria vontade, ele passou a pertencer ao fazendeiro. Então, sempre que alguém via o fazendeiro, comentava: “Nossa, que sorte!”, “Parabéns! Esta é uma boa novidade”, mas o homem, sempre muito sensato, apenas respondia: “Talvez… muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Nem todo mundo entendia o pensamento do homem e passaram a considerá-lo ingrato e mal-agradecido. Afinal, não é todo dia que um cavalo puro-sangue que custa muito dinheiro aparece repentinamente em suas terras e você se torna seu dono. Como isso não poderia ser uma grande sorte?!
Depois de uns meses, o inverno chegou na vila e, em uma manhã, quando o fazendeiro se levantou, percebeu que a porta do estábulo, onde o cavalo ficava, estava aberta e ele tinha ido embora ou tinha sido roubado. Como de costume, a notícia se espalhou rapidamente pela aldeia e os vizinhos começaram a aparecer para prestar seus sentimentos ao fazendeiro. No entanto, o homem parecia calmo e os confortou dizendo que estava tudo bem. Novamente, repetiu a frase: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”. As pessoas, ainda sem entender seu comportamento, pensavam que estava louco.
O retorno do cavalo
O fazendeiro já não esperava o retorno do cavalo, e seguiu sua vida, como de costume, até que em uma tarde de primavera, enquanto trabalhava em suas terras, ele ouviu um rugido vindo de longe.
Quando olhou para frente, pôde perceber a figura do seu cavalo perdido, com o pelo mais brilhante do que nunca. No entanto, ele não estava sozinho, mais 20 outros cavalos, tão incríveis quanto o seu, o acompanhavam. O fazendeiro ficou emocionado com a cena.
Os animais, seguidos por seu líder, também permaneceram na fazenda, e também se tornaram propriedade do homem. Os vizinhos da vila novamente ficaram espantados com a sorte do homem e os parabenizaram infinitamente. Ele, humilde como sempre, apenas respondeu: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Final da história
O fazendeiro não era um homem ambicioso, mas também não era ingrato. Apesar do que muitos pensavam, ele não estava se desfazendo dos cavalos que chegaram em suas terras, apenas enxergava além do que muitos podiam ver. Ele sabia que nem tudo eram flores e que os cavalos, apesar de lindos, eram selvagens e precisavam ser domados, um por um, o que demandava muito tempo, ainda mais com apenas ele e seu filho para fazer o trabalho.
No começo do outono, o filho do fazendeiro decidiu domar o mais selvagem dos cavalos, e apesar de ser experiente, teve uma das pernas quebradas pelo cavalo. Os vizinhos, novamente sabendo da notícia, levaram remédios para o filho do fazendeiro e disseram ao pai: “Sentimos muito… que azar vocês tiveram!” Como de costume, o fazendeiro respondeu apenas: “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”.
Depois de uma semana, a guerra na China começou. O imperador recrutou todos os jovens da aldeia. O único que foi salvo foi o filho do fazendeiro, porque não estava em condições de lutar, devido à perna quebrada.
Foi só nesse momento que as pessoas da vila conseguiram entender o pensamento do fazendeiro. “Muitas vezes, o que parece ser uma bênção, na verdade é uma maldição”, precisamos aprender a enxergar as situações de nossas vidas com sabedoria e consciência, porque nem sempre as coisas são o que parecem.
Desde então, essa fábula chinesa é contada de geração em geração, para que ninguém esqueça que nada é bom ou ruim por si só, mas depende do papel que desempenha em nossas vidas.
Nesse caso, a aparição dos cavalos, depois de uma maldição, provou-se uma bênção, porque poupou o filho do homem dos horrores da guerra, mas nem sempre podemos julgar as coisas com tanta rapidez, porque podemos nos surpreender.
Tem bom ânimo! (CLÉLIA ROCHA) Não desanimes. Por mais turbilhonária e dolorosa te seja a existência, não olvides três recursos essenciais ...